ARTIGO – ESTRATÉGIA E DESENVOLVIMENTO

*Geraldo
Rossi e Tiago Aguirre

Qual
a importância de definir a estratégia de uma empresa?

Atualmente,
ao entrarmos no site de praticamente todas as empresas, encontramos uma área
onde estão descritas a visão, a missão e os valores do
negócio. Estas três diretrizes, devem transmitir com simplicidade a essência do
negócio: onde se deseja chegar (visão), o que se faz para chegar ao destino
(missão) e como são pautadas as decisões do que fazer (valores). Voltando a
pergunta inicial, por que fazer isso?

Uma
empresa que não sabe onde quer chegar, terá dificuldades em definir o
que fazer, quem vai fazer e como fazer. Ou seja, três conceitos simples, que
traduzem a estratégia de um negócio, influenciarão desde o perfil de
competências e qualificações da equipe, até as diretrizes de investimento para
crescimento e consolidação de uma empresa confiável. É importante entender que
publicando estas informações, serão abertas oportunidades para identificar
novos clientes, fornecedores, parceiros e até mesmo colaboradores.

Para
definir a estratégia de um negócio, principalmente para quem está começando, é
necessária não só inspiração, mas muita transpiração para perceber se o caminho
que se deseja percorrer é adequado ou não. Usualmente o empreendedor precisa
validar várias hipóteses (ou condições) com seus clientes para concluir se o
caminho é adequado. É possível verificar que a missão de um negócio pode
auxiliar seu cliente a realizar sua missão (caso seja uma empresa) ou realizar
um desejo (caso seja um consumidor).

Levando
em consideração esta lógica de conexões, podemos pensar em mercados e
especialidades para direcionar um empreendimento. Neste momento surge uma
questão: qual o melhor mercado a direcionar os esforços, minimizando riscos e
potencializando resultados?

Algumas
empresas já nascem olhando o mercado de forma global. Para isso é necessário
entender outras culturas, possuir relacionamentos e competências que nem sempre
são adquiridas nos livros ou cursos de negócios. Estas empresas potencialmente
trabalham com tecnologias inovadoras, que rompem a barreira espaço e são
mais exceção do que regra.

E
para as empresas que não trabalham com tecnologias inovadoras, o que fazer?
Quais são os mercados a buscar? Uma possibilidade interessante é entender as
diretrizes da Política de Desenvolvimento de um município, estado ou país,
dependendo do alcance desejado do negócio. Quais são os setores que o governo
espera que sejam o carro chefe ou locomotiva do progresso da
região? Como o governo deseja que a locomotiva puxe os outros setores?
Essa decisão é usualmente tomada em países desenvolvidos, buscando a melhoria
da qualidade de vida da população, e procurando potencializar as principais
competências já disponíveis. E se olharmos para estes países, encontraremos
sempre excelentes universidades (entre as 100 maiores do mundo), formando
profissionais de ponta para os setores prioritários.

E
no nosso Brasil, a vocação do nosso desenvolvimento é clara? Agronegócio?
Mineração? Indústria automobilística? Empresas de base tecnológica? Nossas
universidades e colégios técnicos estão formando as competências exigidas por
um mercado global, conforme nossa vocação? Ou encontramos muitas alternativas e
pouco direcionamento efetivo?

Nas
últimas semanas estamos sendo “bombardeados” com informações sobre
taxa de juros, metas de inflação, diminuição de arrecadação de impostos,
desoneração setorial, empréstimos e financiamentos de grandes grupos
empresariais, e muito blá, blá, blá.

Por
que ninguém explica quais são os critérios de desoneração de impostos? Pagamos
quase 40% de impostos nos remédios e materiais escolares. Não seria importante
desonerar também estes setores? Estamos falando em saúde e educação!

Até o início de maio, o impostômetro já
apontava 579 bilhões de reais em impostos arrecadados. Como está sendo
utilizada esta “montanha” de dinheiro? Transparência não é só mostrar
quanto se gastou, mas como se gastou e com qual resultado.

Com
certeza, no momento em que as diretrizes estratégicas do governo federal,
estadual e municipal estiverem claramente definidas em políticas de
desenvolvimento (que retratam a estratégia de desenvolvimento de uma nação), as
empresas já existentes e as novas encontrarão um cenário muito mais propício
para investir, gerar oportunidades de trabalho e distribuição de renda, de
forma ética e sustentável.

*Geraldo Rossi e Tiago Aguirre são empresários e
respectivamente, presidente e vice do Grupo de Estudos e Negócios dos Setores
Empresariais (Gênese).
E-mail: [email protected]

 
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