O Centro
de Tecnologia de Informação (CTI) Renato Archer, de Campinas, inaugura em
janeiro um núcleo de pesquisa e desenvolvimento em Atibaia voltado à formação
de projetistas especializados em circuitos integrados para uso em satélites,
foguetes e outras aplicações espaciais. O núcleo receberá R$ 20 milhões da
FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e terá a parceria do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Laboratório de Sistemas Integrados
(LSI) da USP, juntamente com o CTI, líder do projeto. O INPE utilizará os
circuitos em seus equipamentos na órbita terrestre. Esse aporte integra uma
carteira de pesquisas que, em 2013, alcançará cerca de R$ 50 milhões. O anúncio
foi feito pelo diretor do CTI e vice coordenador do LatinDisplay 2012/IDRC
2012, que acontece em São Paulo até esta sexta feira (30/11), Victor Pellegrini
Mammana.
recursos da Finep serão contratados 30 engenheiros especializados em projetos
de circuitos integrados e adquiridas estações de trabalho para equipar a área
de 600 metros quadrados. A implantação do núcleo marca o início das atividades
do Centro de Inovação Atibaia – BBP – com 3 mil metros quadrados, dentro do
Condomínio Empresarial Barão de Mauá. “Essa capacitação é estratégica e
garantirá autonomia para o Brasil, tornando-o independente da tecnologia
estrangeira. Hoje a maior parte das demandas do INPE de circuitos para
aplicação espacial é suprida pela importação de diferentes países”, explica.
A
expectativa com a implantação do núcleo é dominar os processos de capacitação e
desenvolvimento da tecnologia desse tipo de circuito de aplicação espacial,
reduzindo assim o impacto na balança comercial. Em 2010, o déficit em
componentes eletrônicos para diferentes setores alcançou US$ 12,3 bilhões
(dados da ABINEE/2010). A primeira fase do projeto tem duração de 2 anos,
podendo ser renovado por mais 2 anos com igual montante de recursos.
núcleo, o Centro de Inovação Atibaia, uma iniciativa da prefeitura do município
em convênio com o governo do Estado e governo federal, terá uma incubadora de
empresa de base tecnológica e economia criativa e um centro de treinamento.
“Atibaia está no centro geográfico de três polos de tecnologia – INPE, USP e
CTI –, o que favoreceu a implantação do centro. É o início de um novo polo no
estado de São Paulo e o CTI é o elemento principal desse projeto”, afirma José
Bernardo Denig, prefeito de Atibaia.
O CTI
Renato Archer obteve financiamento de R$ 7 milhões da FINEP para desenvolver um
robô subaquático com capacidade para operar a 3000 metros de profundidade. O
robô está em desenvolvimento pela unidade de Fortaleza do CTI Renato Archer,
juntamente com parceiros locais públicos e privados, liderados pelo Instituto
de Tecnologia da Informação do Ceará (ITIC).
principal aplicação do robô é o apoio à produção de petróleo do pré-sal. “Trata-se
um projeto de 3 anos, cujos recursos estão disponíveis e as contratações de
profissionais já estão sendo feitas”, diz Victor Mammanna. Além deste projeto,
o escritório do CTI Renato Archer no Ceará recebeu recursos para o
desenvolvimento de um barco robótico de inspeção ambiental, já em andamento. Os
investimentos em projetos coordenados pelo CTI Renato Archer no Nordeste, em
parceria com o ITIC, chegaram a um total de R$ 15 milhões.
Há uma
grande chance de os torcedores do mundo assistirem à Copa de 2018 em
televisores de OLED, mais finos e com melhor qualidade de imagem. Para isso, a
indústria de displays está desenvolvendo uma nova tecnologia, conhecida como
IGZO (índio gálio e óxido de zinco), com um custo pelo menos duas vezes menor
se comparado aos TFTs feitos de polissilício (LTPS), que controlam os pixels de
imagem.
Renato Archer desenvolve pesquisas com displays de OLEDs desde o final da
década passada e iniciou agora o desenvolvimento de TFTs baseados em IGZO.
“Esse é o item que falta para baratear os displays de OLED”, explica. “Esse
esforço visa contribuir para a instalação da indústria de displays de OLED no
Brasil simultaneamente à instalação em outros países”, completa Victor Mammana.