Panorama de Negócios
Crianças que passam horas brincando com tablets e smartphones dormem menos do que os que não interagem com a tecnologia. É o que diz um estudo publicado na Scientific Reports, site da revista científica Nature. A pesquisa indica que cada hora que crianças pequenas, de seis meses a três anos, passam usando aparelhos eletrônicos com tela de toque pod
e estar relacionada a 15 minutos a menos de sono.
Segundo a psicóloga do Objetivo São Bernardo, Crislaine Marques, uma noite mal dormida, além de interferir no processo de aprendizagem, afeta a parte neurológica, fisiológica e, principalmente, psicológica da criança ou adolescente. Ela orienta às famílias a criarem uma rotina na hora de dormir que inclua o distanciamento de tudo que gera ansiedade. “É preciso que a criança se desligue das tecnologias e se conecte com o repouso, coloque um pijama ou roupa confortável, arrume a cama, apague as luzes, ouça uma música relaxante ou uma história de ninar”, indica.
Para Alexandre Rezende, professor de Neurociência aplicada a Educação do IBFE (Instituto Brasileiro de Formação de Educadores), a aprendizagem utiliza basicamente três processos: repetição, elaboração e fixação, sendo que a última está diretamente relacionada à importância de se dormir bem. “O sono se divide em duas fases e é na segunda onde observamos a máxima hipotonia da musculatura esquelética, ou seja, não conseguimos nos mexer. Nesse momento que sonhamos que a consolidação das memórias ocorre”, explica.
O especialista em Neurociência explica que o hipocampo, uma estrutura cerebral, é o responsável por receber as novas informações do dia a dia e integrá-las com as já existentes. “No final do dia, as crianças têm muitas informações no hipocampo, dentre elas, dados não relevantes que precisam ser eliminados. É nessa hora que entra a importância de dormir”, explica.
De acordo com ele, ao dormir, o cérebro começa o processo de ‘limpeza’, organização e consolidação de memórias, por isso uma boa noite de sono garante um novo dia com hipocampo totalmente ‘limpo’ e organizado para receber novas informações. “Uma noite mal dormida representa acordar com o hipocampo ainda ‘bagunçado’. Várias noites mal dormidas podem levar a uma fadiga mental a médio e longo prazo”, finaliza.
Foto: Crianças que estudam no Objetivo.
Crédito: Divulgação.
