INDÚSTRIA PAULISTA VOLTA A GERAR POSTOS DE TRABALHO EM ABRIL

A indústria
paulista criou 26,5 mil postos de trabalho em abril na comparação com o quadro
de funcionários verificado em março. Foi o que revelou  a pesquisa da Federação e do Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), em meio a expectativas das
entidades de recuperação mais tímidas do emprego no setor manufatureiro bem
como na atividade industrial.

Segundo
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
(Depecon), a Fiesp e o Ciesp devem revisar para baixo as projeções de
crescimento para a atividade industrial, o emprego na indústria e para o
Produto Interno Bruto (PIB). “Na verdade, o ano 2013 chegou com um grau de
recuperação menor do que o que estava sendo esperado. As previsões, sem
exceção, têm sido revisadas para números menores e a nossa não vai fugir da
regra”, afirmou Francini.

Embora
tenha indicado geração de vagas, a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de
São Paulo apontou uma variação negativa para o emprego no mês em 0,40%, com
ajuste sazonal, porque o desempenho do mercado de trabalho para o mês de abril
costuma ser melhor, explicou Francini.

O
resultado de abril foi o pior da série, iniciada em 2006, com exceção das
fortes perdas registradas em 2009 e 2012, 0,79% e 0,89% respectivamente.

No
acumulado do ano foram gerados pela indústria paulista 60 mil empregos, com um
crescimento de 2,34%. Apesar de positiva, a taxa de criação de vagas do mês
continua apresentando o menor desempenho desde 2006, início da pesquisa, com
exceção da crise de 2009, quando o índice apurou perdas de 1,30% no acumulado
daquele ano, e de 2012, quando a leitura apontou ganhos de 0,70% para o mesmo
período.

Nos
últimos 12 meses foram fechados 12 mil postos de trabalho, ou seja, um recuo de
0,46% em relação a abril de 2012. “Uma recuperação vem ocorrendo no mesmo
tom e ritmo da indústria: moderado”, avaliou o diretor do Depecon.
“Isso faz com que continuemos com uma visão positiva de 2013 menos pelo
mérito do ano e mais pela grande queda ocorrida em 2012”, completou.

Do
total de empregos gerados em abril, o setor de açúcar e álcool contribuiu com a
criação de 18.207 postos no mês, o equivalente a uma taxa positiva de 0,70% na
comparação com março. Os outros setores da indústria de transformação geraram
8.293 vagas, o equivalente a um ganho de 0,32%.

No
acumulado do ano, a indústria sucroalcooleira criou 32.993 vagas enquanto os
outros segmentos da produção brasileira abriram 27.007 novos postos de
trabalho.

Das
atividades analisadas no levantamento, 13 apresentaram efeitos positivos, seis
fecharam o mês em queda e três ficaram estáveis. O emprego no setor de Produtos
Alimentícios registrou a maior alta do mês com 5,9%, seguido pelo desempenho
positivo na indústria de Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo
e de Biocombustíveis, que encerrou o mês com ganhos de 5,2%.

Já o
emprego na indústria de Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e
Ópticos e de Móveis apuraram perdas no mês de 0,8% e 0,6% respectivamente. A
pesquisa da Fiesp e do Ciesp mostrou ainda que das 36 regiões analisadas, 23
apresentaram quadro positivo, seis ficaram negativas e sete encerraram o mês
estáveis.

Jaú
foi a cidade que apresentou a maior alta com taxa de 4,91% em abril,
impulsionada por Produtos Alimentícios (14,01%) e Produtos de Madeira (6,73%).
A região de Araçatuba registrou ganho de 4,51% sob influência positiva dos
setores de Produtos Alimentícios (13,27%) e Coque, Petróleo e Biocombustíveis
(10,97%). Enquanto Botucatu subiu 3,78%, influenciado por Produtos Alimentícios
(10,06%) e Produtos Minerais não Metálicos (3,46%).

Entre
as cidades com desempenho negativo, destaque para Santo André, que computou a
queda mais expressiva do mês com 1,34%, abatida pelas perdas em Produtos
Alimentícios (-27,6%) e Confecções de Artigos do Vestuário (-5%). Santos fechou
o mês com baixa de 1,10%, pressionado pelo desempenho ruim dos setores de
Confecção de Artigos e Vestuário (-5,05%) e Impressão e Reprodução de Gravação
(-1,66%). O emprego em São Caetano caiu 1,08%, com perdas mais expressivas em
Produtos Diversos (-32,62%) e Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos
(-3,12%).

Na
6ª Diretoria Regional formada pelas regionais do Ciesp de Campinas, Sorocaba e
Indaiatuba o índice de geração de empregos teve variação. O melhor desempenho
ficou com a regional de Indaiatuba.   

O Ciesp Indaiatuba, que atende 13 municípios,
apresentou resultado positivo no mês de abril deste ano. A variação ficou em
2,14%, o que significou um acréscimo de aproximadamente 1.900 postos de
trabalho. No ano, o acumulado é de 4,29%, representando um
acréscimo de aproximadamente 3.750 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o
acumulado é de 2,35%, representando um
acréscimo de aproximadamente 2.100 postos de trabalho.

O índice foi
influenciado pelas variações positivas dos setores de Produtos Alimentícios
(18,35%), Veículos Automotores e Autopeças 
(1,64%) Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos (1,38%),
Produtos de Minerais não metálicos (1,20%) e Produtos de Borracha e Material
Plástico (0,42%).

No Ciesp Campinas, que atende 19 municípios, o resultado foi praticamente
estável no mês de abril. A variação ficou em 0,03%, o que significou um
acréscimo de aproximadamente 50 postos de trabalho na região. No ano, o acumulado é de -0,09%, representando uma redução de
aproximadamente 150 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de -2,18%,
representando uma redução de
aproximadamente 3.950 postos de trabalho.

O índice foi influenciado pelas variações positivas dos setores de
Produtos Alimentícios (1,80%), e Veículos Automotores e Autopeças (0,37%), que
são os setores que mais influenciam no cálculo do índice total da região. O
resultado só não melhor devido às variações negativas dos setores de Máquinas e
Equipamentos (-0,95%) e Produtos de Borracha e de material Plástico (-0,41%).

O Ciesp Sorocaba responsável pela abrangência de 48 municípios apresentou
resultado também estável no mês de abril, mas com fechamento de postos de
trabalho. A variação ficou em -0,07%, o que significou uma perda de
aproximadamente 100 postos de trabalho. No ano, o acumulado é
de 0,68%, representando um acréscimo de aproximadamente 800 postos de trabalho.
Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 0,15%, representando um acréscimo de aproximadamente 200 postos de trabalho.

O índice foi
influenciado pelas  variações positivas
dos setores de  Confecções de Artigos do
Vestuário e Acessórios (4,06%) e Veículos Automotores e Autopeças (0,27%),  que são os setores que mais influenciam no
cálculo do índice. Esse resultado só não foi melhor devido às variações
negativas dos setores de Máquinas e Equipamentos (-2,17%) e Produtos
Alimentícios (-0,20%).

Fotos 1 e 2 – Paulo Francini  diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon)

 

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