A MRV Engenharia e Participações S.A. é a maior incorporadora e construtora brasileira no segmento de Empreendimentos Residenciais Populares. Com sede em Belo Horizonte, capital mineira, a empresa está presente em 108 cidades, em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal. No Estado de São Paulo , a MRV atua em 48 cidades. A MRV integra o Novo Mercado da BM&FBovespa e fechou 2011 com vendas contratadas da ordem de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de 15% em relação a 2010 e com uma projeção de crescimento para 2012 da ordem de 15%.
O diretor de Relações Institucionais da MRV Engenharia, Sergio Lavarini, disse que o Estado de São Paulo e em particular a região metropolitana de Campinas (RMC) são muito importantes no escopo de negócio da empresa. Atualmente o Estado de São Paulo representa 40% do negócios da empresa no Brasil e a RMC representa a metade. Lavarini destaca que o foco principal da empresa está concentrado no interior do Estado de São Paulo. “A cidade de São Paulo não representa tanto porque o terreno em São Paulo é muito caro e como a MRV constrói moradias de custos mais populares, ela naturalmente migrou a sua compra de terrenos para cidades no interior do Estado de São Paulo, onde a sua atuação é muito mais significativa do que na cidade de São Paulo, onde a especulação imobiliária é muito grande. Cidades como Campinas e Ribeirão Preto são muito relevantes para a MRV”, diz.
A MRV Engenharia é a principal parceira do governo Federal no programa Minha Casa Minha Vida lançado em abril de 2009 e é considerada hoje a maior construtora do país no seguimento de imóveis econômicos na faixa superior a 3 salários mínimos. “Ano passado 12% do que foi feito no Minha Casa, Minha Vida no Brasil foi feito através da MRV. Nós só atuamos na faixa acima de três salários mínimos. A MRV não faz o Minha Casa Minha Vida abaixo de três salários mínimos”, explica.
A economia mais estável e a grande demanda para aquisição de moradias provocou uma forte valorização dos imóveis nos últimos três anos reflexo do boom imobiliário que o país está vivendo, no entanto, Sérgio Lavarini afirma que ainda é baixa a participação de financiamento bancário para a construção de imóveis no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Segundo Lavarini, dados de 2010 mostram que o crédito imobiliário no Brasil representou 4% do PIB. Comparativamente a outros países com dados disponibilizados pelo Banco Mundial em 2009 no México esse percentual é de 11%, no Chile 15%, na Espanha 60% e nos Estados Unidos 100%. Isto mostra o grande potencial que o Brasil possui de crescimento neste setor.
Com relação ao déficit habitacional, o Ministério das Cidades estima que em todo o Brasil este índice chegue a 5,5 milhões, das quais 2,05 milhões no Sudeste , sendo que no estado de São Paulo é de1,06 milhão.
A insegurança administrativa instalada em Campinas no segundo semestre do ano passado com os escândalos envolvendo a administração e as diversas substituições de prefeitos paralisaram a cidade e trouxe grandes prejuízos para o setor imobiliário. “Na metade do ano passado não houve mais aprovação de obras por parte da prefeitura de Campinas e alguns empreendimentos que estavam em andamento foram embargados e com isso a gente paralisou os investimentos. Para esse ano a perspectiva da MRV na região de Campinas é de iniciar a construção de 15 mil unidades habitacionais que vão gerar um Valor Geral de Vendas (VGV) da ordem de R$ 1,8 bilhão”, comenta.
A expectativa da MRV é que devem ser gerados nos canteiros de obras da MRV na região de Campinas 5 mil empregos este ano, pois a empresa está trabalhando forte, além de Campinas, em Americana, Rio Claro, e Tatuí.
No entorno dos empreendimentos residenciais construídos pela MRV, até pelo volume de unidades, normalmente são executadas obras de infraestrutura complementares às já existentes, para garantir maior qualidade de vida aos futuros moradores, tais como alargamento de ruas e avenidas, drenagem, saneamento, pavimentação, áreas de ajardinamento e apoio à ampliação de creches, entre outras.
Na área do Córrego Piçarrão, em Campinas, onde a MRV constrói os complexos residenciais Cristal Ville, Aghata Ville, Topázio Ville, Ametista Ville, Rubi Ville, Esmeralda Ville e Turquesa Ville, com um total de 2,23 mil unidades, já foram realizadas diversas benfeitorias, incluindo a pavimentação da Rua Santa Rita do Passa Quatro, abrigo metálico, obras de paisagismo, sinalização horizontal e vertical e ampliação e reforma da creche CEMEI Eduardo Pereira Almeida, entre outras, que já representaram investimentos de R$ 7,8 milhões, nos últimos três anos.
Sérgio Lavarini disse que no Parque das Águas, na região do Parque Jambeiro em Campinas, a MRV vai investir R$ 45 milhões no entorno do empreendimento. No local serão construídos um posto de saúde com atendimento diferenciado para idosos, uma creche, uma praça, instalação de galerias de águas pluviais, vias de acesso e a avenida São José dos Campos que passa em frente ao empreendimento será ampliada.
As obras que estavam paralisadas foram retomadas. No local são 1.946 unidades habitacionais. “Nós temos vendidas 1646 unidades queremos acabar de vender as outras trezentas e entregar pelo menos 60% desse empreendimento até o final do ano e até abril de 2013 os outros 40%”, afirma.
A MRV Engenharia
Fundada em primeiro de outubro de 1979, a MRV Engenharia é considerada hoje uma das maiores construtoras do país. Nos últimos anos, antevendo a forte expansão do segmento de construção, a empresa vem se preparando para crescer. O grupo inicialmente se reestruturou, excluindo todos os negócios que não eram focados em construção e incorporação de empreendimentos residenciais populares. Adquiriu vários terrenos e áreas para acelerar seus lançamentos, além de iniciar a contratação acelerada de profissionais. Em dezembro de 2006, a empresa vendeu 16,7% de seu capital para um fundo de investimento britânico. Em julho de 2007, a companhia passou a fazer parte do Novo Mercado – mais elevado nível de Governança Corporativa da Bovespa – ofertando 45,9 milhões de ações ordinárias ao mercado, equivalentes a R$ 1,2 bilhão, e passando a ser uma empresa com ações cotadas em bolsa. A companhia foi também a primeira a voltar ao mercado de capitais em 2009. As ofertas primária e secundária de ações da MRV somaram R$ 722 milhões. Inicialmente, a empresa ofereceu ao mercado 22,5 milhões de ações ordinárias, sendo 18 milhões na oferta primária e 4,5 milhões na oferta secundária.