SONDAGEM INDUSTRIAL DO CIESP CAMPINAS REVELA MAIOR OTIMISMO DOS EMPRESÁRIOS

Levantamento feito pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas aponta que no período de 2012 a 2016 as indústrias demitiram  31,3 mil trabalhadores, na média, 6.260 pessoas por ano. Levando-se em conta uma fábrica de grande porte com 600 funcionários o número de postos de trabalho fechados por ano seria como que se 10 fábrica5381_Ciesp-Campinas_credito_Roncon&Graça Comunicaçõess por ano deixassem de operar, ou seja, nos últimos cinco anos seriam 50 fábricas fechadas. Para o diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, este volume de demissões é preocupante mas é possível que estes números sejam repostos nos próximos anos. “Não tem mágica para fazer isso. Tem sofrimento, tem trabalho árduo, medidas políticas de macroeconomia sólidas e de longo prazo, controle dos gastos públicos, controle da inflação, juros baixos, crédito disponível e investimentos. Existe hoje um plano e está sendo cumprido. As reformas estão sendo feitas, que vão modernizar o nosso país. A inflação caiu, a taxa de juros está caindo, então esse ambiente é favorável. Com isso, as coisas podem acontecer mais rápido do que a gente pensa. Eu tenho certeza que vamos recuperar esses empregos”, afirma.

Em janeiro deste ano o nível de emprego industrial do Ciesp Campinas apresentou resultado positivo. A variação ficou em 0,39%, o que significou um aumento de aproximadamente 600 postos de trabalho. O nível de emprego ficou positivo  influenciado pelas variações positivas de produtos químicos co alta de 2,10%; Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos co alta de 2,14%; Máquinas e Equipamentos, com alta de 0.79% e Produtos de Borracha e de Material Plástico com alta de 1,31%

A redução da taxa básica de juros da economia (Selic) e a queda na inflação revelam um otimismo cada vez mais positivo dos empresários industriais da região de Campinas, no entanto, isso efetivamente não se transformou ainda em investimentos. No primeiro mês do ano, a pesquisa de sondagem industrial elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) em parceria com o Ciesp Campinas junto às suas associadas, revela que a maior utilização da capacidade instalada, melhora da produção e aumento do percentual de empresários que pretendem investir nos próximos 12 meses, marcam um cenário mais positivo. “As medidas que o governo federal tomou trouxe alento para a economia. Trouxeram otimismo. O mercado reagiu bem, a Bolsa subiu e o Real se valorizou. Isso ocorreu devido à queda da inflação. O otimismo é bom. Nós estamos com 53 pontos de índice de confiança do empresário industrial brasileiro”, diz.

Segu5324_Ciesp-Campinas_credito_Roncon&Graça Comunicaçõesndo o economista e professor da Facamp (Faculdade de Campinas), José Augusto Ruas, os dados referentes a janeiro deste ano vieram melhores do que os de janeiro do ano passado, mas mesmo assim o cenário ainda continua muito ruim. “”De fato tem algumas centenas de pessoas que estão felizes porque conseguiram emprego, mas ainda a gente está num cenário muito ruim da economia da região. Olhando para a sondagem de janeiro deste ano a gente vê que a grande maioria dos dados veio melhor do que de janeiro de 2016. Naquele momento a gente estava numa queda livre e parecia um trem descarrilado. Não posso dizer que já conseguimos estancar esta queda, mas os indicadores de janeiro agora mostram um pouquinho de melhora para parte dos empresários e esse relativo otimismo, que é o destaque da nossa sondagem em janeiro de 2017”, comenta.

O economista José Augusto Ruas fala também sobre a queda da inflação. “A inflação caiu porque os salários  não conseguiram subir. Com um desemprego dessa magnitude que nós temos no país e na região hoje os salários ficam bastante apertados. Isso é bom para quem tem custos a pagar de salário, mas para quem tem salário para receber é ruim”, conclui.

A sondagem industrial referente a janeiro deste ano mostra que 9,5% dos respondentes afirmaram que irão ampliar o número de máquinas, 23,8% disseram que irão atualizar  o maquinário existente, 66,7% afirmaram que não irão investir e nenhum dos respondentes declarou que irá reduzir o nível de produção.

Com relação ao planejamento do investimento para os próximos 12 meses, 14,3% dos respondentes declararam que pretendem aumentar os investimentos planejados contra 3,2% em janeiro do ano passado. Já 28,6% irão manter o planejamento dos investimentos. Em janeiro de 2016, esse percentual era de 16,1%. Os respondentes que não irão investir em janeiro de 2017, somam 57,1%. Em janeiro do ano passado eram 80,6%.

Os resultados da sondagem industrial pa ra janeiro deste ano indicam menor queda da produção, diminuição do número de empregados, aumento do valor das vendas e uma sutil melhora na inadimplência. Apontam também um  pequeno aumento da utilização da capacidade instalada e maior estabilidade dos custos trabalhistas, dos custos de matérias primas e dos custos de energia, água e transporte.Indicou também estabilidade dos estoques e melhora da lucratividade. As expectativas do empresariado continuam apresentando elevado percentual de empresas que não irão investir na ampliação da capacidade instalada, entretanto, elevou-se o percentual dos que irão atualizar o número de máquinas associado  ao aumento do percentual de empresas que irão aumentar o investimento planejado nos próximos 12 meses.

Foto 1 – Entrevista do diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.

Foto 2 – Economista e professor da Facamp, José Augusto Ruas.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

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