STARTUPS E EDUCAÇÃO

ARTIGO DA ADVOGADA CLARA TOLEDO CORRÊA

Finalmente no país do consumo – sim, o Brasil sempre foi visto como um mercado consumidor e tanto devido sua extensão territorial – escolas se voltam para a educação empreendedora e financeira de nossas crianças, mas não se limitam a isso, há feiras de ciências e inúmeras oficinas (aulas práticas e de discussões), mas essas práticas não são adotadas por muitas instituições de ensino – a indústria do vestibular ainda é muito forte por aqui. É, portanto, uma parcela pequena de escolas que se voltam para nossas crianças com essa nova ótica, mas se trata de um passo um tanto quanto considerável para o nosso futuro (assim espero).4699_Clara_Toledo_crédito_Roncon&Graça Comunicações (1)

Essas “novas matérias” no currículo de algumas instituições não é algo inusitado. Desde 2015 algumas escolas da rede pública já vivenciam isso. Mas é algo muito recente e atende, também a mentalidade que vem surgindo desde as gerações X, Y, Z e Baby Boomers, que gostam de empreender e inovar e não se prendem a um emprego tradicional por apenas um salário, mas uma ideologia.

Tais gerações, além da ideologia, possuem um foco muito ampliado às questões tecnológicas e, consequentemente de desenvolvimento. Mas, algo que elas não percebem é que acabam propulsionando outras gerações a caminhar e pensar com elas – o que se faz um tanto quanto positivo.

Um país em que a cultura de bens de capitais e consequentemente a Propriedade Industrial é um tanto quanto rudimentar, esse é um grande passo dado por alguns, podendo significar muito para o nosso País e região.

Entretanto, ainda consigo observar uma pequena falha nesse sonho. O empreendedorismo e a tecnologia são abordados na educação, mas a Propriedade Industrial e todo trâmite administrativo, burocrático e de negócios que cerca esse “mundo empreendedor” não são abordados por esse novo foco educacional. Isso pode significar um pequeno freio no deslanchar desse projeto, uma vez, que muitos desistem não de empreender, mas de formalizar um negócio por não estar ambientalizado com uma série de questões burocráticas e triviais ao empreendedorismo.

Questiono esse ponto, pois na prática vejo muitas startups nascendo e não prosperando quando esbarram nessas questões. São empresas fundadas pelas gerações acima mencionadas em sua maioria, com uma educação e habilidade empreendedora sem igual, produtos e serviços inovadores e importantes para a sociedade, mas desprovidas de qualquer familiaridade com a Propriedade Industrial e Intelectual, bem como outras áreas, fazendo com que esse negócio não seja bem arrematado e, consequentemente, afastando investidores que fomentariam tais empresas e gerariam riquezas para nossa sociedade.

Assim, é óbvio, tais programas educacionais, também, são de extrema importância para o desenvolvimento consistente e crescimento econômico de nosso País – e facilitam muito o trabalho de muitas aceleradoras de empresas e startups, mas necessitam dessa lapidação ou incremento quanto a Propriedade Industrial e Intelectual para que tais empresas, ou mentes empreendedoras, não sejam “barradas” no futuro, como vem acontecendo com tantas startups e seus fundadores.

 Clara Toledo Corrêa é advogada da Toledo Corrêa Marcas e Patentes. E-mail – [email protected]

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