A proposta de Patrícia Mirza é ousada: enriquecer mulheres ensinando os segredos de como ganhar muito dinheiro na internet e desenvolver negócios ao redor do mundo, espaço que um dia lhe pareceu tão inacessível.

A nordestina que vivenciou a realidade do sertão de casa de taipa, banho de cuia e pé no chão em Itapipoca, a cerca de 130 quilômetros de Fortaleza, no Ceará lembra quando dormia na rede, na casinha da avó, não tinha vaso sanitário no banheiro e a sobremesa mais desejada era farinha com açúcar. “Naquela época eu jamais poderia imaginar que a minha realidade hoje era possível”, desabafa Patrícia.

Patrícia aprendeu cedo a influenciar pessoas e a fazer negócios. Quando adolescente, ia a pé para a escola para economizar o dinheiro da condução e transformar o que poupava em lucro, com a revenda de produtos de uma feira livre local. “Não era empreendedorismo inato, mas necessidade”, conta. “Todos me diziam que eu teria que ganhar o meu próprio dinheiro, sozinha, porque era burra demais e nunca seria contratada. A minha sentença era não ser ninguém na vida”, completa

Naquela época, a escola não percebeu e a família desconhecia o diagnóstico que só chegou no início da juventude a com a ajuda de um psicólogo voluntário, mas o que prejudicava a trajetória escolar de Patrícia e a fez inclusive repetir de ano era o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade associado à Dislexia.

Quando finalmente compreendeu que tinha uma maneira atípica de aprender, Patrícia Mirza investiu nos estudos especializados e fez a principal fragilidade virar sua maior potência: a menina meio gaga que pensava mais rápido do que podia falar é hoje uma das comunicadoras mais procuradas para projetar pessoas, marcas e ideias brasileiras no exterior.

De péssima aluna à educadora

Patrícia Mirza coleciona 13 certificações internacionais, 10 nacionais e mais de 25 mil alunas espalhadas por pelo menos 30 países. Sim! Alunas. O foco dela é engajar mulheres na rede e proporcionar liberdade financeira com a monetização na internet. “Eu não quero igualdade, mas equidade nesse universo digital pouco explorado pelas mulheres. A dependência financeira é uma das causas da manutenção do ciclo de violência doméstica”, ressalta Patrícia. “Entre as mulheres que desconhecem as potencialidades que possuem estão todos os tipos de vítimas, a mais vulnerável delas pra mim é a que acreditou que não poderia ir além”, completa.

A menina sacoleira que na adolescência virou uma grande vendedora quando os panfletos ainda faziam o papel das redes sociais, sempre foi uma jovem curiosa pelos feitos da internet: “quando eu pude, decidi escancarar essa janela aberta pro mundo e olhar todas as oportunidades não aproveitadas lá fora que podiam ser minhas e ensinar como fazer isso virou um propósito”, revela.

Foi assim, por meio de muitas conexões, que a cearense desfilou no tapete vermelho do último Festival de Cannes, mesmo sem ser indicada a nenhum filme. “Pois é minha gente, a menina que um dia estava montada no jumento agora estava no tapete vermelho,” conta radiante.

A nordestina foi uma das patrocinadoras do maior evento do cinema mundial e conquistou o prestígio de estar ao lado de celebridades como Júlia Roberts, Sharon Stone, Tom Cruise e outros grandes nomes.

A fundadora das empresas Social Factor e Social Makers, que juntas faturam milhões por ano, também está à frente da Etoz Digital, a aceleradora de negócios online e é investidora no ecossistema de inovação, além de CEO da Hith.Lab, que tem como foco o mercado de experiência de luxo internacional e o influence business intelligence. “Criamos projetos de influência para campanhas e posicionamento de marcas com estratégias baseadas na análise de dados e no comportamento de consumo”, explica Patrícia. “Uma tendência surge sempre de uma oportunidade de satisfazer a necessidade de alguém que não sabia do que precisava até que contassem pra ela”, diz.

Nos últimos anos, Patrícia Mirza se dedicou aos estudos sobre o funcionamento humano diante da tomada de decisão e as pesquisas em Neurociências do Comportamento despertaram na empresária um objetivo que está muito além do mundo corporativo.  “É mais do que fazer o melhor infoproduto para aprender o marketing de influência, eu quero transbordar o meu legado. Porque legado não é o que você deixa para as pessoas, mas o que você deixa nas pessoas”, enfatiza. “Um dia eu descobri sozinha que as minhas limitações não eram capazes de diminuir a gigante que existe aqui dentro, hoje, sou eu quem quero contar isso para mulheres que ainda não cresceram tudo que podem!”, relata.

O objetivo da cearense é formar um exército de mulheres que deixam sua marca no mundo através de negócios lucrativos e desenvolver poder pessoal e posicionamento para que sejam multiplicadoras e também desenvolvam outras pessoas para dar continuidade ao ciclo.  “Porque a influência verdadeira nunca foi sobre ser notada na internet, mas sim sobre ser lembrada fora dela”, conclui.

 

Foto: Empresária Patrícia Mirza.

Crédito: Divulgação.

Milton Paes

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