Preocupação com o bem-estar e as condições ambientais e sociais ao seu redor, olhar atento aos gastos, digitalização e (ao mesmo tempo) busca por conexões humanas e reais. As tendências de
De acordo com ele, embora tenham sempre sido uma plataforma importante de marca, as embalagens ganharam uma nova função nos últimos anos: a de ampliar a comunicação entre empresas e seus clientes.
Isso pode ser feito, por exemplo, com recursos como a inclusão de códigos QR nos frascos, para levar a mais informações sobre o produto ou oferecer serviços adicionais, dando ares de personalização à embalagem. Pense em um aplicativo que ajuda a achar as cores que melhor combinam com seu novo batom, ou outro que ajuda a montar uma rotina de exercícios para quem compra produtos voltados ao universo fitness. “Esses recursos também ganham contornos de entretenimento quando combinados à realidade ampliada, trazendo elementos lúdicos para o produto e criando movimento nas embalagens, durante a experiência de compra ou mesmo no momento do consumo”, diz.
Mas, de acordo com o especialista em branding e design, existe também a nova consciência de que o produto tem de se tornar atraente também na vitrine virtual. “A informação tem de estar clara e simplificada nos rótulos. Isso é importante para que o item tenha destaque na gôndola digital. Trata-se de uma comunicação mais impactante em termos de imagem”, destaca.
Mas não para por aí. Para Fraissat, as mudanças sociais ao nosso redor acabam por influenciar, também, a maneira como consumimos. E isso acaba transparecendo no design dos produtos e suas embalagens.
Ele menciona a busca cada vez maior por produtos e marcas mais ambientalmente sustentáveis e a atenção maior aos preços, em contexto de inflação global. “Como resultado dessa procura por sustentabilidade, temos visto iniciativas para alterar a matéria prima de produção, trazer mais informações no rótulo sobre a pegada ecológica dos produtos e até na direção de reduzir a quantidade de embalagens”, diz Fraissat.
Ele cita também a adoção de refis para aproveitar os frascos já adquiridos, além da maior oferta de logística reversa pelas empresas. “São ideias que parecem antigas mas que agora começam a ganhar tração, por exemplo em marcas de luxo, um mercado deve crescer ainda mais nos próximos anos”, reforça.
Por fim, o sócio da Zaic Branding menciona a busca por momentos de relaxamento e bem-estar. “Vivemos uma época que, se não podemos chamar de pós-pandêmica, sem dúvida ainda carrega as consequências dela – como a valorização dos pequenos prazeres da vida, e a interação humana”, afirma.
Nesse contexto, quando se trata do design de produtos e suas embalagens, entram em jogo elementos como linguagens divertidas, formatos inesperados ou colecionáveis e a tendência do unboxing. “Essa é uma outra conexão com o mundo online, a prática de compartilhar nas redes sociais o momento de abrir a caixa e mostrar a apresentação do produto”, aponta.
Fraissat aponta também que a confiança em companhias e instituições têm diminuído, e as marcas devem olhar para dentro para entender como reconquistar a conexão com seus públicos-alvo. “Os consumidores estão mais céticos e mais exigentes. Por isso, é importante entender quais são os aspectos que tornam sua marca única, singular, e então, comunicar isso de forma eficiente”, diz. “Aqui, as oportunidades estão na oferta dentro e fora das embalagens como a conexão com a produção local de ingredientes, a comunicação clara de benefícios funcionais no caso de alimentos e bebidas, e elementos que tornem o uso mais prático e conveniente, com menor impacto ambiental”, conclui.
Foto: Zeuner Fraissat, sócio da Zaic Branding.
Crédito: Divulgação.
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