O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 4,6% em 2021 e o país saiu da recessão técnica no 4º trimestre. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O índice percentual foi divulgado nesta sexta-feira (04/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 8,7 trilhões no ano passado.

O resultado ficou em linha com o esperado pelo mercado e vem após o tombo histórico de 3,9% com a pandemia em 2020. Segundo a economista chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, esse resultado é sempre de retrovisor, uma vez que um trimestre quase que inteiro já passou. Mas algumas questões valem ser destacadas. “O PIB cresceu 0,5%t/t no 4T21, no teto das estimativas, após dois trimestres consecutivos de queda. Resultando num crescimento anual de 4,6% em 2021. Se analisarmos o ritmo de crescimento trimestral em 2021, notamos um crescimento fraco que foi motivado somente por baixa comparação em 2020, praticamente “bater em morto”, disse.

De acordo com Fernanda Consorte, por setor, no trimestre houve uma queda importante de indústria (transformação e extrativas), que causaram queda nas exportações também. “Mas serviços mostrou desempenho razoável, assim como as importações. No ano, tivemos crescimento nas atividades, por exemplo, o agro, mas o destaque para Investimentos, devido a questões metodológicas de plataforma de petróleo e não atratividade do Brasil”, declarou.

Ela acrescentou que olhando para frente, a medida de carry over (ou seja, considerando que não haverá nenhuma variação em 2022) sugere crescimento de 0,3% em 2022, coincidindo com a expectativa do Boletim Focus de 0,3%. Para o mercado não haverá nenhum crescimento em 2022. “Na nossa visão, talvez podemos ter alguma surpresa positiva no final do ano (4T22) a depender do ritmo das eleições. Por outro lado, uma evolução da guerra da Ucrânia e Rússia também pode ser ponto de enfraquecimento do Brasil”, concluiu.

Patrícia Krause economista chefe Latin América da Coface disse que o PIB anunciado para 2021 veio dentro do que se esperava. A expectativa de vários economistas do mercado era de 4,7% e o índice divulgado pelo IBGE foi de 4,6%. Segundo Patrícia Krause, esse resultado recupera a perda de 3,9% de 2020 e fica em 0,5 ponto percentual acima do patamar de 2019, no pré-covid. Patrícia Krause falou sobre a perspectiva para esse ano. “Com relação a perspectiva para esse ano, a gente espera uma estabilidade da atividade econômica. O que deve pesar também nesse cenário com certeza é a questão  da inflação ainda com  um cenário bem difícil de desaceleração, mesmo que a gente estime que chegue ao final do ano com 6%, essa redução vem com uma incerteza, após a alta recente dos preços das commodities com o conflito entre Rússia e Ucrânia”, disse.

 

Foto 1 – Economista chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Foto 2 – Patrícia Krause economista chefe Latin América da Coface.

Crédito: Divulgação.

Milton Paes

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