Categories: Panorama de Negócios

EMPRESAS SE ESTRUTURAM PARA ATENDER AO eSOCIAL

03 de julho de 2015.
ARTIGO DE DANTE STOPIGLIA

Há quase dois anos, as empresas atuantes no País
acompanham uma importante mudança regulatória, o eSocial. O processo de
conformidade às novas regras para o envio de informações trabalhistas e
previdenciárias aos diversos órgãos governamentais é complexo e exige um
esforço significativo que envolve diversas áreas internas. A sistematização no
fornecimento de informações ao eSocial obriga as organizações a racionalizar e
automatizar diversos processos, especialmente os relacionados à gestão de
pessoas.
O eSocial não é apenas um novo formato eletrônico de
informar essas obrigações. É também e, principalmente, uma profunda mudança
cultural dentro das organizações, onde o departamento de Recursos Humanos passará
a envolver-se na estruturação da qualidade e quantidade de dados a serem
fornecidos aos órgãos fiscalizadores, conjugando as áreas contábil, fiscal,
jurídica, contratual, comercial e demais correlatas.
A mudança cultural de maior e mais intensa
interação entre os diversos departamentos da empresa ocasionará, além de uma
coordenação tempestiva e mais focada dos processos existentes, eventuais mudanças
de procedimentos e criação de novas rotinas e processos diferenciados. A empresa
deverá, inclusive, formar os profissionais para enfrentarem essa importante
mudança.
A previsão é que o eSocial passe a vigorar a partir
de abril de 2016 para as empresas  de
grande e médio porte e, a partir de setembro do mesmo ano, para as demais. Cientes
dos desafios que a implementação do eSocial representa, temos acompanhado de
perto e orientado várias organizações nesse processo, muitas delas situadas na
Região Metropolitana de Campinas (RMC). Para verificar essa evolução, apresentamos
os resultados da nossa mais recente pesquisa, a terceira sobre esse tema, onde
mapeamos as iniciativas e ações adotadas nessa transição, buscando entender as principais
dificuldades encontradas e as lições aprendidas.
O levantamento contou com a participação de 153 empresas
de diversos setores da economia, a maioria de grande porte, com capital
nacional e foi respondida, em grande parte, pelos responsáveis da área de
Recursos Humanos por adesão espontânea. Do total, 77% já tinham um projeto ou
ações voltadas à adaptação ao ambiente do eSocial, e 8% participam do grupo
piloto criado pela Receita Federal para testar e discutir os layouts e
procedimentos relacionados ao eSocial durante sua fase de desenvolvimento.
Entre as principais conclusões da pesquisa, vê-se
que grande parte das informações a serem fornecidas no eSocial está relacionada
à gestão de pessoas e são originadas nas áreas operacionais e administrativas
da organização. Para serem capturadas nos processos de RH, precisam da
intervenção dos gestores dessas áreas. O desafio das empresas não é apenas se
adequar neste momento ao eSocial, mas também manter a sua conformidade.
Com base nas respostas dos participantes, pode-se
concluir que o comprometimento das empresas com o projeto de adequação avançou
em relação ao ano anterior. Na pesquisa deste ano, a maioria das empresas
informou ter uma estrutura interna dedicada ao projeto de adequação ou já ter
contratado uma consultoria especializada para auxiliar no projeto – um avanço
em relação ao ano anterior.
Entre as empresas que já possuem uma estrutura
interna preparada para conduzir o projeto de adequação, a maioria é
representada por organizações de grande porte, com mais de 3 mil empregados.
Mas observamos que empresas que têm entre 500 e 2.000 empregados já definiram
uma estrutura interna para o projeto, mesmo que ainda não estejam preparadas
para conduzi-lo.
Embora as empresas avaliem seu nível de adequação
de maneira mais positiva que em 2014, ainda há grandes desafios a serem
vencidos. Segundo declarações do próprio governo, as medidas atuais
contribuirão para melhorar a fiscalização e reduzir despesas do governo com
programas relacionados à saúde do trabalho. Estima-se que cerca de R$ 2,7
bilhões seriam obtidos com o incremento da fiscalização eletrônica e que o
eSocial deverá também ajudar a elevar a cobrança de multas das empresas que
desrespeitam as regras trabalhistas.

Dante Stopiglia é sócio da Pwc Brasil.
As firmas do network PwC assessoram empresas e indivíduos a criar o valor que eles buscam. Somos um network de firmas que atuam em 157 países com mais de 195.000 profissionais que se dedicam a prestar serviços de alta qualidade em auditoria, consultoria tributária e de negócios.
Milton Paes

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