Embora, à primeira vista, estas companhias estejam apenas direcionando seus
negócios para onde a rentabilidade é maior, muitas vezes elas estão deixando de
averiguar os riscos deste novo foco. Quem alerta é o diretor comercial da
Fakini Malhas, Francis Giorgio Fachini. O executivo viu a empresa entrar em
apuros quando, em 2004, depois de valer quase o triplo, o dólar começou a
registrar constantes quedas. “Decidimos focar nas vendas para outros países por uma conta simples:
recebíamos em dólares, pagávamos em reais. Com a moeda americana acima dos R$
3,00, a rentabilidade por alguns meses foi excelente e fomos apostando cada vez
mais na exportação”, diz. O que o time de executivos da Fakini não esperava é que,
em agosto de 2004, a economia nacional reagisse e levasse a uma quase
equiparação dos valores das duas moedas.
De acordo com Francis, a empresa teve que fazer um esforço árduo para
reconquistar os lojistas brasileiros e recuperar seu espaço no ponto de venda.
“Focamos em reativar o relacionamento, entender o que eles queriam e colocar a
nossa estrutura à disposição dos nossos clientes com agilidade e entrega”,
acrescenta.
Para aqueles que estão voltando todos os seus esforços para a exportação, Francis
adverte: aproveitar oportunidades com planejamento é possível. “Muitas vezes
nossa primeira reação é querer mudar o foco para o melhor rendimento o mais
rápido possível, mas com um pouco de calma e estratégias melhor desenhadas,
esse resultados com certeza serão melhores a longo prazo”, finaliza.
Em 2015, um dos objetivos da Fakini é conquistar novos públicos no exterior.
Porém, diferente de 10 anos atrás, agora a companhia sabe que o seu grande
mercado é o Brasil, e trabalha com o mercado externo de maneira pontual e
estratégica.
Fundada em 1994, em
Pomerode (SC), a companhia trabalha com moda infantil e juvenil através das
marcas Fakini, Playground e Every Day.
Além de duas estruturas na cidade mais alemã do Brasil, a empresa também conta
com filiais nas cidades catarinenses de em Taió, Agrolândia, São Bento do Sul e
Mirim Doce, onde trabalham os mais de 800 colaboradores. A Fakini tem
capacidade produtiva de 1 milhão de peças ao mês e um processo verticalizado:
faz desde a tecelagem até o produto final.
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