JANEIRO ROXO: CONHEÇA A CASA DE ALICE TIBIRIÇÁ, QUE OFERECE APOIO SOCIAL ÀS PESSOAS COM HANSENÍASE

Com o intuito de conscientizar a população acerca de uma doença que segue acometendo pessoas todos os anos, o janeiro roxo traz a oportunidade de mitigar os estigmas que cercam a hanseníase. Segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2022), entre os anos de 2016 e 2020 foram diagnosticados 155.359 novos casos no Brasil, segundo país no ranking mundial em número de casos – atrás apenas da Índia. Com maior incidência entre pessoas do sexo masculino (55,5% do total), o documento permite observar que a frequência é maior entre a população que se autodeclara parda (58,9%) e que as maiores proporções estão nas regiões Sul e Sudeste. Embora a luta seja constante e diária, o mês reserva ao menos duas oportunidades à visibilidade do tema: o Dia Mundial contra a Hanseníase (último domingo do mês) e o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (31 de janeiro).

Afetando principalmente a pele, os nervos, a mucosa do trato respiratório e olhos, a doença infectocontagiosa tem alto potencial incapacitante, tendo em vista o poder de penetração do Mycobacterium leprae nas células nervosas. Comumente identificada por lesões na pele (como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade local), a hanseníase é contagiosa e pode apresentar múltiplas manifestações clínicas. Sua transmissão ocorre pelo contato próximo e contínuo com pacientes não tratados. O intervalo entre contágio e o surgimento dos primeiros sintomas costuma ser de 2 a 5 anos, mas existem casos em que a doença se manifesta em poucos meses ou até 10 anos depois. Atrelada às vulnerabilidades sociais, é importante alertar que há cura e o tratamento é garantido pelo Sistema Único de Saúde. Para além do SUS, existem organizações como o Sefras – Ação Social Franciscana, que possui ações voltadas para este público e, em 2022, realizou mais de 300 atendimentos.

Desde que assumiu a Casa de Alice Tibiriçá no final de 2019, a instituição se pauta pelo combate e eliminação da doença no país, dentro da perspectiva franciscana de solidariedade e compromisso com os menos favorecidos. “Temos uma atuação muito forte que envolve, escuta, cuidado, defesa e apoio social, além da conscientização e promoção dos direitos humanos e da luta por políticas públicas de saúde voltadas para esta população. É muito importante reforçarmos essa discussão em janeiro com o intuito de fortalecê-la ao longo de todo o ano. Só o conhecimento pode minimizar os impactos negativos da doença. Enquanto muitos acreditam na erradicação (em função da troca de nome), há quem também não saiba que essa é uma doença curável e que, assim como em outras patologias, o diagnóstico precoce associado ao tratamento adequado pode evitar deformidades nas mãos e pés e, casos mais graves, a cegueira”, pontua o Frei José Francisco, diretor presidente do Sefras.

A Casa de Alice Tibiriçá fica na Rua Bom Pastor, 1914, no Ipiranga, em São Paulo (SP), onde as pessoas podem ter acesso a informações sobre a hanseníase, atendimento e acompanhamento social com articulação para a rede de políticas públicas, além de receberem apoio com cestas básicas.

O SEFRAS é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase. Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atende mais de 4 mil pessoas todos os dias no Brasil. Seus serviços diários promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.

 

Foto: Atendimento na Casa de Alice Tibiriçá.

Crédito: Divulgação.

Milton Paes

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