Mesmo com o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República, os empresários industriais associados ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas ainda estão cautelosos com relação aos rumos da economia no governo do presidente Michel Temer e em função disso ainda retém os investimentos, mas acreditam numa possível retomada da economia. A sondagem industrial elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) junto as associadas do Ciesp Campinas revela que 36% dos respondentes operavam em agosto na faixa entre 0 e 50% de sua capacidade instalada. Outros 56%, estão operando na faixa de 50,1% e 80% e uma pequena minoria de 8% está trabalhando na faixa de 80,1% e 100%.

No que se refere a investimentos em ampliação da capacidade instalada de produção, a sondagem levou em conta quatro tipos de respostas. A primeira que seria redução do nível de produção. A segunda, investimento com a ampliação do número de máquinas. A terceira que seria investimento com a atualização do maquinário já existente e a quarta questão seria que a empresa não irá investir. Em agosto 4% dos respondentes  afirmaram que irão ampliar o número de máquinas, 12% disseram que vão atualizar o maquinário existente, 84% afirmaram que não vão investir e nenhum dos respondentes disse  que irá reduzir o nível de produção.

Com relação ao planejamento de investimento para os próximos 12 meses, nenhum dos empresários que responderam à pesquisa declarou que irá aumentar os investimentos planejados. Já 40% irão manter o planejamento dos investimentos. Os respondentes que não irão investir somam 60%.

Para o economista e professor da Facamp, José Augusto Ruas, nos últimos meses os empresários estão otimistas e isso vem aparecendo em vários indicadores, mas na prática isso ainda não é verificado. “Vários deles apresentam um otimismo um pouco maior, mas os dados efetivos da sondagem indicam um cenário muito ruim. As vendas na sondagem de agosto para 44% dos respondentes apresentaram queda. Nos chamou a atenção também o fato de que a produção caiu para menos respondentes, então mais da metade dos respondentes indicaram certa estabilidade. A leitura que a gente faz da sondagem em agosto é de que o empresário chega em agosto com a expectativa  de que o final do ano apresente alguma coisa um pouquinho melhor.  Isso não é um sinal de retomada, mas sim uma questão sazonal”, disse.

Os resultados da sondagem industrial para o mês de agosto indicam queda da produção, estabilidade no número de empregados, redução no valor de vendas e estabilidade da inadimplência. Indicam também redução da utilização da capacidade instalada, maior estabilidade dos custos trabalhistas, desaceleração do crescimento dos custos de matérias primas e estabilidade dos custos de energia e de água. A sondagem indicou ainda uma maior redução dos estoques e estabilidade da lucratividade.

 

Foto: Coletiva do Ciesp Campinas.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações

Milton Paes

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