O Grupo de Estudos e Negócios dos
Setores Empresariais (Gênese) que representa empreendedores da região de
Campinas de pequeno e médio porte elaborou uma pesquisa junto aos
empreendedores da Região Metropolitana de Campinas (RMC) procurando identificar
o perfil desses empreendedores, como os problemas e dificuldades enfrentadas
para se abrir um negócio, de onde provêm os recursos para se investir no
negócio e o que esperam do próximo prefeito de Campinas. A pesquisa ouviu 72 pessoas.
No perfil dos respondentes a maioria (43,2%) atua no setor de serviços de
tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC). No setor de comércio são 5,4%
e da indústria 8,1%. Do universo pesquisado 5,4% dos
respondentes estão com sua empresa funcionando há menos de um ano; 27% de um a
três anos; 16,2% de 3 a 5 anos; 21,6% de 5 a 10 anos e 29,7% há mais de 10
anos.
A pesquisa identificou que a
burocracia para abrir uma empresa, ainda é algo que incomoda os empreendedores.
Menos de 20% dos empresários classificou o impacto causado pela burocracia como
baixo, sendo que a maioria 30% o classificou como médio. Para avaliar se houve
melhora nos últimos dez anos, cruzaram-se as notas dadas pelos empresários para
a burocracia com o tempo de fundação de suas empresas. O objetivo do cruzamento
foi verificar se os empresários mais recentes dariam notas melhores do que os empresários
mais antigos, porém, não foi este o resultado obtido. Apesar das mudanças
realizadas pelo poder público nos últimos dez anos, nada mudou na percepção do
empresariado.
Na avaliação do presidente do
Gênese, Tiago Aguirre, a pesquisa mostra claramente que o conjunto de
obrigações pelas quais passam os empreendedores dificultam em muito a abertura
de novos negócios. “O que a gente visualiza no processo são as várias fases que
cada empresa tem que passar. Dependendo do perfil se ela é indústria, se ela é
comércio ou serviço tem um conjunto de obrigações. O que a gente está
percebendo é que essas obrigações não são muito claras quanto ao que precisa
ser feito, então a gente começa a seguir um conjunto de regras, só que o poder
público é muito ágil na geração de novas regras. Quando a gente consegue contemplar
um conjunto de regras então aparecem mais algumas. Esse movimento de gerar
novas necessidades e novas burocracias dificultam muito a abertura de novos
negócios na nossa região”, diz.
O levantamento também procurou
identificar o que os empreendedores esperam do próximo prefeito de Campinas. O
maior anseio dos empresários é a existência de uma equipe de governo com maior
qualificação técnica, pois é ela a chave para projetos de simplificação
tributária, para dar agilidade nos processos administrativos, melhorar a
transparência administrativa e garantir maior segurança jurídica. Os
empresários enxergam uma equipe qualificada como o primeiro passo para uma mudança
que resulte em melhorias.
O Gênese quis saber também qual a
fonte de financiamento para abertura do próprio negócio e identificou que 80%
utilizaram recursos próprios. Outros 10% recursos provenientes de familiares e
amigos. Apenas 2% utilizaram recursos provenientes de programas governamentais
e outros 2% de financiamento bancário.
Tiago Aguirre acredita que os
baixos percentuais registrados em programas governamentais deve-se ao fato de
não terem acesso a informações necessárias para acesso a este tipo de
financiamento e também a burocracia a exemplo da dificuldade registrada para
acesso ao crédito bancário pelo fato de estarem começando um novo negócio.
Perguntados se já procuraram
alguma entidade de classe, 67,6% dos pesquisados responderam que não. Este número
mostra o quanto as entidades de classe precisam atender às expectativas do seu
público.
A pesquisa buscou levantar também
quais os motivos que levaram os empresários a procurar as entidades. Entre os
principais motivos estão relacionamento, fonte de informações e geração de
negócios.
crédito das fotos Roncon & Graça Comunicações
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