Em setembro, foram vendidos 265 apartamentos novos em Belo Horizonte (MG) e Nova Lima (MG), o que representou uma alta de 27,4% em relação ao mês de agosto, quando foram comercializadas 208 unidades. Essa alta pode ser justificada pelo expressivo incremento observado nos lançamentos. No nono mês do ano foram lançados 6 novos empreendimentos, o que correspondeu a um total de 499 unidades.  Foi o maior volume de lançamentos desde junho de 2018 (937 unidades). Assim, depois de três meses consecutivos em patamar inferior, os lançamentos voltaram a superar as vendas. Com este resultado, a oferta de imóveis residenciais novos disponíveis para comercialização encerrou o mês de setembro em 3.544 unidades, o que correspondeu a uma alta de 7,1% em relação a agosto (3.310). Mesmo com essa elevação a oferta de imóveis continua muito baixa em Belo Horizonte e Nova Lima.

Estes dados fazem parte do Censo do Mercado Imobiliário realizado pela Brain Consultoria para o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).  A referida pesquisa representa cerca de 90% dos empreendimentos em comercialização em BH e Nova Lima e respondem por mais de 95% das unidades comercializadas nas cidades. “Observa-se que, com a queda dos juros (Selic), os bancos estão reduzindo as suas taxas de juros do crédito imobiliário, o que torna o momento muito propício para a aquisição da casa própria”, destaca Renato Michel, vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG.

Conforme dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 7,59 bilhões em setembro, maior resultado mensal desde maio de 2015, ou seja, dos últimos 53 meses. O resultado foi 13,2% superior ao registrado em agosto e 54,5% maior do que o observado em setembro de 2018.

A geração de vagas com carteira assinada também contribui para incentivar a aquisição de imóveis. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia, o emprego formal no Brasil apresentou expansão em setembro, registrando saldo de +157.213 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.341.716 admissões e de 1.184.503 desligamentos. De janeiro a setembro de 2019 já foram geradas 761.776 vagas com carteira assinada em todo o Brasil.

Os lançamentos de imóveis de padrão econômico e luxo foram destaques em setembro. Do total de 499 unidades lançadas neste mês, 192, ou seja, 38,5% do total corresponderam ao padrão econômico (até R$ 215 mil), enquanto 212 unidades (42,5% do total) foram do padrão luxo.

Do total de 499 unidades lançadas em setembro, 192 (38,5% do total) estavam localizadas na Pampulha, 128 (25,7% do total) na região Centro Sul e 112 (22,4% do total) em Nova Lima.  Já os destaques das vendas foram observados nas regiões da Pampulha, com 81 unidades, Centro Sul (69 unidades) e Oeste com 44 unidades.

Nos primeiros nove meses de 2019 foram comercializados 2.376 apartamentos nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima, o que representou uma queda de 9,49% em relação a iguais meses do ano anterior. Essa redução é justificada pela expressiva retração dos lançamentos no mesmo período (-30,37%).  De janeiro a setembro os lançamentos totalizaram 1.779 unidades, patamar inferior ao volume de vendas. O Volume Global de Vendas (VGV) também foi superior ao Volume Global de Lançamentos (VGL).     De janeiro a setembro, o VGV foi de R$1,579 bilhão enquanto o VGL totalizou R$1,215 bilhão.

A queda dos lançamentos tem reduzido sistematicamente a oferta de imóveis novos. Com isso, verifica-se que a disponibilidade da oferta atual em relação à oferta lançada também está caindo. A média do período janeiro a setembro/19 ficou em 18,8%, ou seja, apenas 18,8% da oferta lançada nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima continua disponível para venda.

De janeiro a setembro/19 foram vendidos 2.376 apartamentos novos em BH e Nova Lima, sendo que 38% deles (903 unidades) eram do padrão econômico. As vendas nos padrões Standard (469 unidades) e médio (375 unidades) também foram destaques. Em relação aos lançamentos do período observou-se maior número no padrão Standard (556 unidades) seguido pelo padrão econômico (380 unidades) e pelo padrão luxo (360 unidades).

Nos primeiros nove meses do ano as vendas se destacaram nas Regiões da Pampulha (533 unidades), Venda Nova (442 unidades), Centro Sul (423 unidades) e Oeste (392 unidades).

Nos últimos 12 meses finalizados em setembro/19 foram vendidos, nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima, 3.567 apartamentos novos. Nesse mesmo período, os lançamentos totalizaram 2.329 unidades. Com o volume de vendas superior aos lançamentos, a disponibilidade de imóveis novos para comercialização tem reduzido sistematicamente, conforme o Sinduscon-MG vem alertando há vários meses. Assim, em setembro de 2018, 4.782 unidades estavam disponíveis para venda, enquanto em igual mês deste ano, o número foi 3.544 unidades (queda de 25,9%). Isso significa que a oferta disponível pode se esgotar em 12 meses. Para que o mercado volte a ficar totalmente equilibrado é necessário um incremento maior nos lançamentos. Caso isso não aconteça, a tendência continua sendo o aumento de preços. “Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o preço médio de apartamentos novos em Belo Horizonte e Nova Lima cresceu 6,10%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), indicador oficial da inflação no País, aumentou 2,89%. Portanto, o preço dos imóveis apresentou aumento real de 3,12%”, afirma Renato Michel.

Sempre é bom lembrar que o processo produtivo da Construção é longo, de 24 a 36 meses, o que faz com que o momento atual seja ótimo comprar a casa própria ou para investir em imóveis.

Para Renato Michel, as perspectivas para o mercado imobiliário continuam positivas. “Isso porque fatores como a baixa taxa de juros (Selic), a inflação sob controle, a geração de vagas com carteira assinada, mesmo que ainda em patamar moderado, e o incremento do crédito imobiliário, podem impulsionar a aquisição de imóveis, dinamizando as atividades do setor.”

Neste ambiente também se observa o retorno de investidores para o segmento imobiliário. Particularmente para a cidade de BH a expectativa é menos alentadora, especialmente considerando os efeitos restritivos do novo Plano Diretor. Portanto, novos investimentos imobiliários podem acontecer em especial nas cidades da Região Metropolitana da capital mineira.

Milton Paes

Recent Posts

ESPECIALISTA LANÇA LIVRO SOBRE MANDATO COM GESTÃO INTELIGENTE

O especialista em administração pública e consultor em gestão pública, Charles Vinicius acaba de lançar…

8 horas ago

LUMX PROMOVE SEU PRIMEIRO HACKATHON JUNTO COM ETHEREUM RIO

A Lumx, pioneira em soluções blockchain para negócios, anuncia seu primeiro hackathon que é o…

19 horas ago

A CONQUISTA DO PLENO EMPREGO

ARTIGO DE RAFAEL CERVONE O Dia do Trabalho, comemorado neste 1º de maio, alertou-nos este…

2 dias ago