De acordo com o Plano São Paulo do governo estadual divulgado na semana passada, as escolas poderão decidir a quantidade de alunos na sala de aula, de acordo com a capacidade física do local, respeitando o distanciamento de um metro entre as pessoas. Atualmente a taxa permitida no presencial é 35% de alunos.
O diretor pedagógico do Colégio Crescer, Anderson Gama, vê a decisão como um avanço já que será possível atender um maior número de estudantes no regime presencial e, em muitos casos, sem precisar de rodízio de turmas. “O rodízio acaba prejudicando o aprendizado, já que muitos alunos não conseguem manter a atenção e dedicação no modelo remoto. Essa decisão vai permitir aplicar de forma mais efetiva o conhecimento e a socialização, que são tão importantes para o desenvolvimento da criança”, avalia.
Anderson lembra que estudos feitos pelo governo do São Paulo no início do ano comprovam que as escolas têm uma taxa de transmissão 32 vezes menor de que outros lugares públicos, como centro de compras e restaurantes. “Alguns fatores explicam esse resultado: primeiro, as escolas têm um rígido controle de pessoas, que são sempre as mesmas, isso facilita identificar e isolar qualquer suspeita, além de manter os protocolos de higiene sempre ativos. Segundo, porque as crianças já têm uma taxa de transmissão bem menor que de um adulto. Portanto, as escolas não participam de maneira efetiva da transmissão da doença”, defende o diretor.
Anderson Gama aponta que a maior preocupação é com a perda de aprendizado, que é grande. “Estudos científicos apontam que o Brasil já tem uma regressão de quatro anos nos níveis escolares e a estimativa é que leve até 10 anos para retomar o mesmo nível de ensino de 2019, antes da pandemia”, destaca.
Além dos levantamentos científicos, o diretor afirma que, na sala de aula, o déficit no aprendizado e no emocional também é detectado. “Será necessário uma reformulação das técnicas de ensino e conteúdo para que todos tenham seu desenvolvimento garantido, tendo em vista que uma parte dos alunos conseguiu avançar mesmo na pandemia e outro grupo já não teve o mesmo desempenho. Esse é o grande desafio, não desestimular quem avançou, mas também não abandonar quem ficou para trás”, finaliza.
Foto: Diretor pedagógico do Colégio Crescer, Anderson Gama.
Crédito: Divulgação.
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