Investir em inovação é a maneira mais eficaz das empresas garantirem competitividade para expansão da atividade e retomada do crescimento dos negócios, não apenas no âmbito nacional, mas também no cenário internacional. O investimento na área gera empregos, desenvolvimento industrial, capital estrangeiro e impostos para o país.
A prova de que existe demanda para a inovação no Brasil é que, mesmo diante do cenário de crise, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) continua investindo no fomento à pesquisa e no crescimento da indústria brasileira. Em novembro deste ano, a empresa alcançou a marca de R$1 bi investidos em projetos, utilizando recursos a fundo perdido. Somente neste ano, foram 200 novos projetos firmados. Desde o início de suas operações, em 2014, já são 415 as empresas que vêm desenvolvendo um total de 600 projetos com as Unidades Embrapii. “Com o comprometimento necessário é possível retomar o crescimento econômico e a posição de destaque no setor industrial. Por isso, a Embrapii, assim como outras instituições ligadas à área de ciência e tecnologia, espera que o próximo presidente eleito garanta recursos imediatos para o setor a fim de que o país fique, pelo menos, próximo da meta de investimento de 2% do PIB”, afirma o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães.
Guimarães, lembra que, nos países que mais investem em pesquisa e desenvolvimento, a maior parte dos recursos vem do setor privado, numa proporção média de 30% de recursos públicos e 70% privados. Em consequência disso, países como Coreia do Sul, Israel, Japão, Suíça, Finlândia, por exemplo, investem 4,3% do PIB em P&D.
No Brasil, essa proporção está invertida, com cerca de 60% sendo de origem pública. Na contramão, a Embrapii já pratica o modelo aplicado em países desenvolvidos e prova que o setor privado está disposto a investir desde que exista incentivo, desburocratização e contrapartida real. “Para o fomento à inovação no Brasil é necessária a criação de novos incentivos e instrumentos para alavancar o investimento privado, assim como ocorre nos países mais inovadores. A Embrapii está em sintonia com as tendências internacionais, oferecendo estímulos às iniciativas empresariais, com um financiamento rápido, flexível e sem burocracia; as empresas têm respondido muito positivamente”, explica Guimarães.
No modelo de apoio à inovação adotado pela Embrapii, as empresas que possuem um projeto avaliado como inovador devem se associar a um dos 42 centros de pesquisa e desenvolvimento que foram credenciados pela organização. Esses centros avaliam os projetos, analisando questões como viabilidade técnica e interesse do mercado. Caso aprovados, os gastos para seu desenvolvimento são divididos em três partes. A empresa fica responsável por um terço dos investimentos, a Embrapii por outro terço, e o centro de pesquisa pelo restante (incluindo gastos com mão de obra e equipamentos).
A maioria das empresas brasileiras não tem centro próprio de pesquisa e o papel da Embrapii é selecionar o que há de mais competente dentro das universidades e centros de pesquisa, oferecendo tecnologias capazes de atuar nos programas que as empresas demandam. O trabalho da instituição também evita a saída de pesquisadores e doutores do Brasil, oferecendo mercado de trabalho. “Conseguimos manter milhares de pesquisadores e doutores que precisariam deixar o país por conta da falta de campo de atuação. Nossos 42 centros de pesquisa espalhados pelo Brasil conseguiram absorver esses profissionais, que contribuíram com projetos de extrema importância para o desenvolvimento”, completa o diretor-presidente da Embrapii.
Projetos
Atualmente, o setor que conta com mais projetos financiados pela Embrapii é o de saúde, que corresponde a 11,2% dos projetos em desenvolvimento pela instituição. Outros setores de destaque na pesquisa e inovação industrial são: manufatura avançada, Internet das Coisas, além de Óleo e gás e mineração. Nesses setores e com tais tecnologias, cerca de 150 projetos foram desenvolvidos, resultando em diversas patentes e na produção em escala de produtos e processos.
Um dos projetos da área de saúde é desenvolvido pela Siemens em parceria com a Unidade Certi-Embrapii, em Florianópolis. O projeto consiste no desenvolvimento de uma Sala de Comando Inteligente (Virtual Operation Center- VOC) para exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada a distância, por meio do uso de softwares, câmeras e microfones.
Os técnicos responsáveis pelos laudos acompanham, por controle e comando virtual, as etapas dos exames, com permanente comunicação com o paciente e o auxiliar técnico dos exames. A tecnologia reduz a insalubridade do serviço (contato com a radiação) e permite que o técnico possa trabalhar mais horas por dia, por não ter contato com a radiação, além de dar mais precisão e eficiência nos resultados dos exames. O VOC está sendo exportado para Estados Unidos, Alemanha, China e Índia.
A Embrapii também possibilitou a criação de consórcio farmacêutico que uniu duas grandes empresas brasileiras: a Aché Laboratórios e a Eurofarma Laboratórios. Com investimento inicial de R$ 8,4 milhões, o projeto visa à pesquisa de novas moléculas para o desenvolvimento de medicamentos anti-infecciosos e também voltados ao tratamento de câncer.
O apoio não está limitado as grandes e médias empresas. Pequenos empresários e startups também recebem incentivo da Embrapii. No Paraná, uma pequena empresa familiar, a D´Express, conseguiu recursos para desenvolver um Consultório Odontológico Portátil. O equipamento é bastante útil para atendimento domiciliar de idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. É ainda um importante instrumento de política pública na medida em que leva atendimento a escolas e locais de difícil acesso, como aldeias indígenas e cidades onde não há dentistas. No momento, está em fase de aprovação pela Anvisa e já conta com compradores na fila de espera.
Foto 1 – Unidade Embrapii Eldorado Campinas.
Foto 2 – Diretor-presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães.
Foto 3 – Unidade Embrapii CPqD Campinas.
Foto 4 – Projeto Embrapii Senai Salvador.
Crédito: Divulgação.
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