Após 20 anos de negociações, o anúncio do acordo Mercosul – União Européia, reunindo 730 milhões de consumidores, com  um Produto Interno Bruto (PIB) agregado de US$ 21,2 trilhões – quatro países do Mercosul e 28 países da União Européia pode representar um quadro de perspectivas positivas para a economia brasileira . Esse Tratado liberaliza o acesso mútuo aos mercados de bens, serviços e compras governamentais, além de trazer entendimentos importantes referentes a barreiras não tarifárias e regulação, em temas sanitários, fitossanitários, técnicos, propriedade intelectual e meio ambiente, entre outros.

Especificamente sobre o acordo Mercosul-UE, na Sondagem Industrial do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, 47,83% dos respondentes afirmaram que esse acordo exigirá aceleração nos processos das reformas trabalhista e tributária, para dar competitividade às indústrias da região. Para 26,39%, vai beneficiar as exportações para a Europa. Para 13,04% vai ‘inundar o Brasil de produtos importados’ e mesmo percentual para os que afirmaram que acreditam que ‘atrairá investimentos internacionais para o Brasil’.

Ao analisar em linhas gerais o acordo Mercosul-UE, o diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, explicou que nessa primeira fase foram concluídos os trabalhos técnicos e de acessibilidade de mercado.  “Agora é que começa realmente o trabalho de negociação do acordo que é quanto às questões comerciais e principalmente as questões políticas”, diz.

Anselmo Riso diz ainda que o próximo será uma revisão legal e tradução para todas as línguas oficiais da UE, para então ser assinado e ratificado por todos os estados membros – Mercosul e União Europeia.

O diretor de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, destacou que no futuro, após a ratificação do acordo, a região por contar com indústrias que tem bases também em diversos países da UE, pode se beneficiar de possíveis operações comerciais entre essas plantas industriais nos dois blocos. “Na nossa região de Campinas nós não temos o setor agro como pujante, muito pelo contrário. Nós temos o setor industrial com alta tecnologia e alto valor agregado, então entendo que esses setores tendo competitividade e condições de estar em igualdade com o mercado europeu teremos grandes chances de colocar nossos produtos lá fora”, finaliza.

No período de janeiro a junho de 2019, as indústrias da região de Campinas registraram um volume acumulado de exportações de US$ 1,629 bilhão.  As importações da região no mesmo período foram de US$ 5,192 bilhões. A corrente de comércio (somatório das exportações e importações) nesse período foi de US$ 6,821 bilhões.

 

Foto: Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações

Milton Paes

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