ARTIGO DE EDUARDO MENDES
É certo que a habilidade de escrever bem evita problemas pessoais e profissionais. Uma vírgula colocada no lugar errado pode causar prejuízos na interpretação de quem está recebendo a informação, dificultando a transmissão de uma mensagem clara e objetiva. Assim como na linguagem escrita, na oratória, também estamos suscetíveis a termos nossa mensagem mal interpretada. Uma palavra mal colocada, um argumento mal formulado ou a falta de confiança ao defender uma ideia podem colocar em xeque todo o conteúdo do que estamos apresentando.
Considere que em todos os momentos o profissional está diante de uma venda. Aqui a palavra “venda” está inserida em um campo muito mais amplo do que oferecer um produto. Ele precisa vender suas ideias, competências e habilidades para a equipe ou argumentar em negociações complexas dentro da empresa. É comum vermos colaboradores com habilidades técnicas indiscutíveis, mas no momento de fazer apresentações em público, seja uma pequena ou uma grande plateia, ficarem paralisados.
É fácil perceber o poder e o quanto a oratória é fundamental. Basta que a gente assista aos debates políticos de candidatos durante as eleições, aos julgamentos nos tribunais de justiça quando o advogado defende o seu cliente. Percebemos também a importância da oratória nas relações comerciais, como, por exemplo, o corretor apontando os seus benefícios do imóvel que está tentando vender. E no mundo corporativo, em reuniões que podem definir investimentos e parcerias importantes e em apresentações para vender ideias de projetos dentro da empresa.
Apesar de a oratória estar presente no cotidiano, a capacidade da boa argumentação não é conquistada rapidamente. Existem dois passos fundamentais para aperfeiçoá-la. O primeiro é ter o conhecimento das técnicas. Saber que existem estruturas de argumentação, de apresentação e venda de ideias e, tendo conhecimento dessas técnicas, definir qual é a mais recomendada para usar em uma determinada situação. Em uma negociação de projeto junto aos gestores de uma empresa, por exemplo, o orador pode usar em sua apresentação tanto o método das alternativas, que oferece ao interlocutor opções estrategicamente definidas e as respectivas consequências, quanto o método do encadeamento de ideias, que organiza a apresentação para gerar a venda de uma única ideia.
O segundo passo é treinar. Ninguém desenvolve uma habilidade apenas lendo sobre algo, e sim treinando em um ambiente seguro e dentro de uma metodologia adequada para que a prática se desenvolva de maneira eficiente. No caso da oratória, treinar cada uma das técnicas auxilia o orador a ter um discurso organizado de forma lógica e a pensar em respostas de possíveis perguntas que possam surgir durante a sua apresentação.
Dominar a oratória vai além de frases populares como “ter boa lábia”. Desenvolver um discurso eficaz significa transmitir ao público credibilidade e segurança, e ter a habilidade de expressar ideias de maneira clara e objetiva. Desenvolver essas habilidades certamente trarão ao profissional maior visibilidade e oportunidades de crescimento em sua carreira.
Vender uma ideia não é uma tarefa fácil. O profissional muitas vezes pode esbarrar em fatores que estão longe do seu controle, como uma hierarquia rígida ou recursos financeiros escassos. Mas quando se trata de comunicação, o colaborador precisa dominar as técnicas de oratória e, principalmente, estar preparado para argumentar de maneira clara e objetiva.
Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, que tem como missão fazer com que os participantes se destaquem em suas atividades profissionais e pessoais
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