Se a saúde mental dos brasileiros já vinha sofrendo com os traumas da pandemia, com os debates acalorados, ânimos exaltados, opiniões opostas e o embate político das últimas semanas,se tornou uma importante fonte de sofrimento psíquico na atualidade.

Nesse cenário de polarização, as preferências políticas têm ocupado boa parte da mente das pessoas e a psicóloga e professora de Felicidade na Unicamp, Vanessa Rodrigues, explica que o momento político do país se tornou um gatilho para adoecimento da saúde mental de muitas pessoas. “O problema não é a opinião diversa e sim a hostilização de quem pensa diferente. Isso provoca um sentimento contínuo e intenso de luta ou fuga, ou seja, ou partimos para a discussão ou a evitamos, o que pode desencadear quadros de estresse, depressão e ansiedade”, revela.

Para a especialista, as redes sociais são a principal arena desse “duelo” e potencializam ainda mais as agressões verbais. “Não existe um controle do que é postado nas redes sociais, depende muito do bom senso de cada um, por isso as pessoas ficam expostas às provocações a todo momento. Para piorar ainda mais, quanto mais se interage com aquele tipo de post, mais ele irá aparecer para a pessoa, promovendo experiências traumáticas”, alerta Vanessa.

Vanessa orienta que discussões políticas são importantes para o processo democrático do país, mas é preciso dar o peso certo para esse tema em nossas vidas. “É preciso fazer uma autoanalise e refletir o que é mais importante na vida, a política ou as relações pessoais e a saúde mental. É fundamental ficar atento para identificar quando esse embate começa a afetar o psicológico e a saúde emocional, causando prejuízo para a vida”, enfatiza.

Para evitar sofrer com as discussões políticas, a psicóloga orienta evitar o assunto quando há provocações exacerbadas, valorizar as relações com as pessoas mais próximas e evitar as redes sociais ou interagir com post dessa natureza. “Quanto mais exposto se fica a esses ataques mais danos teremos para nossas vidas. O equilíbrio é sempre o bom senso, a possibilidade do diálogo é sempre válida para que os dois lados lembrem que, independentemente do pensamento oposto, existe um elo mais forte que é a amizade”, finaliza Vanessa.

 

Foto: Psicóloga e professora de Felicidade na Unicamp, Vanessa Rodrigues.

Crédito: Divulgação.

Milton Paes

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