A valoração dos
serviços ecossistêmicos como alimentos, água doce, fibras, produtos químicos, madeira, medicamentos,
regulação do clima começa a ganhar a agenda das
grandes empresas no Brasil. É o que aponta a pesquisa “Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos: a experiência das empresas brasileiras”, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), lançada nesta segunda feira (15) na COP 11 (Conferência sobre Biodiversidade),
na Índia. O levantamento foi realizado este ano com 22 grandes empresas de 10
diferentes setores da economia envolvendo energia, serviços, mineração,
papel e celulose, óleo e gás, holding multissetorial, agrícola, química,
equipamentos e cosméticos.
Já adotada por
companhias como Alcoa, Petrobras, Vale, EBX e Votorantim, essa nova
abordagem resulta em avaliações precisas do impacto e da dependência da
atividade econômica em relação aos serviços ambientais, o que permite à empresa
avaliar riscos e oportunidades em seus negócios. Os recursos naturais são
reconhecidamente bens cada vez mais escassos e estratégicos. “Ao conhecer o
real valor econômico de um ecossistema, uma empresa pode fazer, por exemplo,
uma previsão de quanto irá realmente ter de prejuízo com a perda ou diminuição
desse espaço”, explica Fernanda Gimenes, coordenadora da Câmara Temática de
Biodiversidade e Biotecnologia do CEBDS. “Com isso, pode definir estratégias
para a conservação desse serviço natural”, completa.
Das empresas
participantes da pesquisa, 47% afirmaram ter realizado em 2012 a valoração dos
serviços ecossistêmicos, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Por outro lado, o levantamento
também indica que ainda há uma grande dificuldade de conscientização da alta
administração das empresas sobre o tema. Na pesquisa de 2011 e na de 2012, o
resultado é o mesmo, e mostra que a principal barreira para a avaliação dos
serviços ecossistêmicos é a falta de entendimento da importância disso pelo
alto escalão das companhias. Em segundo e terceiro lugar vêm o desconhecimento
das ferramentas e a ausência de exigências regulatórias. “Nesse sentido, o CEBDS tem um papel de vanguarda
para a sensibilização do setor empresarial”, destaca
Marina Grossi. Outro fator que deve favorecer
a ampliação da utilização desta ferramenta é o lançamento a partir de 2013,
pelo Global Reporting Initiative (GRI), da sua quarta geração (G4) de
relatórios em sustentabilidade, atualmente aberta para consulta, na qual os
serviços ecossitêmicos também serão contemplados.
Já a ETH Bioenergia identificou,
através de imagens satélites, 10 áreas de maior relevância ecossistêmica, que
apresentavam um alto grau de degradação, sendo
ocupadas com pastagens de gado ou culturas que dificultavam o processo de
regeneração natural. A empresa implementou então o
programa de Conectividade de Fragmentos Florestais,
em que foram desenvolvidas ações de intervenção para reflorestamento com
espécies nativas. No total, o Programa já promoveu a recuperação de mais de 700
hectares de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP) com 82
espécies da flora nativa. O estudo também apresenta
cases do Banco do Brasil, Suzano, Caixa Econômica Federal, Grupo EBX, Cemig, Vale e Votorantim.
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