A VIDA EM CONDOMÍNIO E O RESPEITO COMO EXERCÍCIO DIÁRIO CONTRA O RACISMO

ARTIGO DE ADALBERTO SANTOS

A vida em condomínio, sem dúvida, é muito melhor quando a boa conduta, as atitudes sensatas e os comportamentos apropriados são práticas diárias e vêm antes mesmo das regras internas a que todos os moradores estão sujeitos.

Ampliando a área de um condomínio para o macrouniverso, que pode ser nossa cidade, o Estado ou o País, somos igualmente regidos por orientações e leis. E mais uma vez, nossa postura como cidadãos será fundamental para validar uma convivência pautada pelo respeito.

E já que falamos em legislação, em novembro do ano passado, o Senado se ateve a um Decreto-Lei que vigora desde 1940 no Código Penal para incluir vários crimes na lista de agravantes de pena. Entre eles, foi incluído o racismo. A proposta, aprovada de maneira simbólica, seguiu para a apreciação na Câmara dos Deputados como PL 5406/2020.

Muitas populações no mundo, no quais se inclui a do Brasil, vem presenciando episódios de violência motivados por preconceito racial. O condomínio, assim como qualquer local de convivência, não é um ambiente imune à discriminação. Embora as convenções existam para coibir estes atos, a nossa atitude como moradores ou como profissionais atuando na segurança condominial, deve ser sempre a melhor resposta contra qualquer postura discriminatória.

Ao profissional de segurança, vale destacar, deve ser garantido um treinamento eficiente, que possibilite, em um primeiro momento, mediar conflitos e, se necessário, acionar as autoridades para cumprimento da lei.

A comunicação é o ponto de partida para a mobilização contra os episódios de preconceito e discriminação. Por isso, é importante alertar sempre, combater e denunciar as atitudes que se caracterizem como racismo. E isso vale tanto num macrouniverso como em um condomínio.

Vivemos um tempo em que não se concebe a segurança nos condomínios apostando somente em câmeras, ronda de vigilantes e controle de acesso de moradores e visitantes. Por essa razão, de alguns anos para cá, foram desenvolvidos recursos para cuidar da proteção e, ao mesmo tempo, ampliar a eficácia da comunicação no ambiente condominial. Uma dessas ferramentas é um aplicativo que pode ser baixado no celular. Chamado de SigmaApp, foi desenvolvido a partir de dois grandes conceitos de segurança. Um deles é o “Olhos na rua”, da urbanista Jane Jacobs. O outro é o “Janela Quebrada”, dos criminalistas James Q. Wilson e George Kelling.

Com o aplicativo, o morador tem acesso a diversos itens de segurança e dispõe de uma ferramenta de comunicação direta e eficiente. Ao relatar uma ocorrência de racismo, o condômino tem sua informação armazenada e enviada para o gestor local. O profissional, então, passa a coordenar os responsáveis pela segurança para ações imediatas.

Devemos ter sempre em mente que o respeito à raça, etnia, religião ou orientação sexual é um exercício diário, o princípio de uma cidadania saudável.

 

Adalberto Santos é especialista em segurança e diretor superintendente da Sigmacon. É consultor, palestrante, analista em segurança empresarial e criminal. Possui pós-graduação de processos empresariais em qualidade, MBA em administração e diversos títulos internacionais na área de segurança.

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