ARTIGO – CONSUMIDOR PAULISTA É EXEMPLO DE CIDADANIA

João Galassi*

  
Neste momento em que as discussões sobre o Meio Ambiente estão em alta em função da Rio+20, temos uma ação efetiva para comemorar. Acima de tudo, fazer uma reflexão sobre a importância da preservação ambiental e da busca por uma melhor qualidade de vida da população das cidades paulistas. Em apenas dois meses, depois que iniciamos uma forte campanha de mudanças de hábitos com a substituição das sacolas descartáveis pelas reutilizáveis, contribuímos para evitar uma grande agressão ao meio ambiente: deixamos de distribuir 4 mil toneladas de sacolas que, se amarradas umas às outras, dariam 9 voltas em torno do planeta. Podem acreditar! Este é o tamanho do impacto das sacolas descartáveis no meio ambiente.
                                         
Foi importante dar este primeiro passo nesta campanha que segue as orientações do PPCS – Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis do Governo Federal, e do acordo assinado com o Governo do Estado São Paulo. Cidades como Jundiaí, Americana, Monte Mor, Marília e a capital mineira Belo Horizonte, que implantaram o programa há mais tempo já comemoram grandes resultados e são exemplos para o Brasil de como a população respondeu e aderiu aos novos hábitos de consumo não-poluidores.
Felizmente, o Brasil vem discutindo cada vez mais o tema sustentabilidade. O setor de supermercados, que sempre esteve na vanguarda de ações de interesse dos consumidores, pela sua proximidade com a população, entendeu a urgência desse assunto e convocou seus pares para o debate há bastante tempo. A Apas assumiu o papel de fomentar essa discussão no setor e hoje empresas de todos os portes praticam ações de sustentabilidade e responsabilidade social, com significativos benefícios para a sociedade. Como ação institucional, a Apas alinhou-se às iniciativas promovidas pelo governo, tendo como objetivo prestar o melhor serviço aos consumidores sempre de forma sustentável.
Entretanto, aqueles que se beneficiam do “status quo” do descarte pelo descarte polemizam o assunto, liderando movimentos contrários à iniciativa do PPCS e insistindo na proposta de práticas insustentáveis. Permanecer na mesmice ou se acomodar é o mesmo que ser negligente; é ser irresponsável com as futuras gerações.
De nada adiantaria reincorporar os preços das sacolas descartáveis ao custo dos produtos e continuar a piorar a qualidade de vida de cidades, cada vez mais populosas. A população brasileira dobrou nos últimos 40 anos. Éramos 90 milhões em 1970 e, hoje, o IBGE aponta 190 milhões de brasileiros, dos quais 85% vivem em cidades, produzindo montanhas de lixo todos os dias. O descarte crescente de materiais é incompatível com a necessidade de preservar recursos e garantir qualidade de vida para as próximas gerações, em busca de uma sociedade sustentável.
Não devemos retroceder. O segmento que não se alinhar à causa da sustentabilidade corre o risco de ser responsabilizado por apoiar projetos e ideais que prejudicam o meio ambiente.
Estamos conscientes de que a metodologia atual de redução de sacolas descartáveis trouxe alguns desconfortos, principalmente no caso de compras emergenciais ou daqueles que simplesmente se esqueceram de trazer a sua sacola. Por esta razão, nos próximos dias, apresentaremos às autoridades (Governo do Estado, Prefeitura, Ministério Público, Procon) uma sugestão de aperfeiçoamento do programa no sentido de compatibilizá-lo ainda mais com o PPCS.
Trata-se de uma questão de adaptação aos novos hábitos e comportamento. Minimizar os impactos ambientais é um caminho sem volta para nós brasileiros. Para finalizar, quero agradecer aos consumidores do estado de São Paulo que estão dando um grande exemplo de cidadania.
*Presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas). 
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