Luiz
Gonzaga Bertelli*
empreendedores do mundo. Segundo pesquisas internacionais, como a da Global
Entrepreneurship Monitor, supera todas as nações do G20 – as maiores economias
do planeta. Com ousadia e persistência, muitos brasileiros superam a inexperiência,
a falta de crédito e, principalmente, a pesada burocracia e conseguem realizar
o sonho de abrir seu próprio negócio e, por consequência, novos postos de
trabalho. Uma prova desse sucesso é que de 2001 até 2011, os pequenos
empreendimentos foram os que mais geraram empregos no país, segundo dados do
Sebrae. Em números absolutos, foram 15 milhões de vagas, o que equivale a 52%
do mercado de trabalho. Entre as pequenas empresas, os salários também subiram
18%, o dobro do reajuste concedido pelas médias e grandes empresas na média da
década.
Há duas leituras possíveis dos
dados apresentados. A primeira análise é que as grandes empresas,
principalmente aquelas da área industrial, perderam espaço. A estagnação
econômica dos últimos dois anos, com reflexos no índice de crescimento do PIB,
é uma demonstração dos problemas enfrentados pela indústria no Brasil. Sem
crescimento não há investimentos e, com isso, a produção cai e a abertura de
novos postos de trabalho fica comprometida. A situação só não é mais
preocupante porque o consumo interno, impulsionado pelo crescimento da classe C
e D na última década, ainda move a economia do país, com os índices de
empregabilidade bastante positivos.
houve uma evolução considerável entre as pequenas empresas na década. Antes,
grande parte morria ainda no primeiro ano de instalação, por falta de
preparação e planejamento. Hoje, 73% delas conseguem manter-se em
funcionamento, aumentando as oportunidades de novos empregos, principalmente para
os jovens sem experiência. Entre as causas para esse resultado positivo
seguramente está a melhor preparação dos empreendedores, que possuem mais
informação e mais tempo de estudo.
Apesar do crescimento econômico
em marcha lenta, o momento ainda é positivo para quem vai abrir seu próprio
negócio. Os grandes eventos esportivos que estão por vir – Copa das
Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada de 2016 – devem alavancar a economia e
beneficiar quem não tem medo de ousar. A hora é essa.
Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História
(APH) e diretor da Fiesp.