ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE CAMPINAS DEFENDE USO RACIONAL DE ÁGUA

O
dia da água é comemorado neste sábado (22/03) e o baixo volume de água presente
nos reservatórios responsáveis por abastecer Campinas (SP) e região vem preocupando
a população. A falta de chuva nos meses de janeiro e fevereiro e o período de
seca característico das estações de outono e inverno mostram que as
perspectivas não são muito positivas para o uso de água. Neste cenário, é
necessária a conscientização não só da população como um todo, mas também do
meio empresarial. 
A
presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), Adriana
Flosi, ressalta que a postura cidadã em relação à crise hídrica é fundamental
também no mundo dos negócios. Ela defende que não basta usar o conceito de
sustentabilidade na hora de vender o produto ou serviço. ”É preciso ir além e
ter algum engajamento em torno de questões que afligem a sociedade como um
todo. Vale lembrar, que os consumidores atentam para essa postura”,
explica. 
As
empresas são importantes agentes na colaboração para economia de água porque
desempenham uma influência significativa sobre diversas pessoas, como os vários
consumidores que recebem em seu espaço e, sobretudo, seus colaboradores. O
coordenador do setor de micromedição da Sanasa, autarquia municipal responsável
pelo tratamento e abastecimento de água em Campinas, Maurício Garcia, destaca
que são fundamentais ações de incentivo por parte das empresas para ajudar a
disseminar a importância do uso consciente da água.“Todas as empresas devem
adotar medidas para o uso racional da água e, sempre que possível, efetuar
campanhas de divulgação e sensibilização de seus funcionários e clientes”,
recomenda.
De
acordo com Maurício Garcia, além do uso responsável, é preciso atentar às
possibilidades de reutilização da água. “A recomendação da Sanasa é que todos
os estabelecimentos comerciais adotem medidas para reaproveitamento da água e
possuam reservatórios em boas condições, dimensionados para atender a demanda
por 24 horas”, explica.
O
uso de água para limpeza de pisos ou vasos sanitários e irrigação é um caso em
que a reutilização pode ser bastante útil. Garcia ainda aponta outras ações que
as empresas podem fazer, independentemente do seu porte. “O monitoramento
permanente do consumo de água, se possível utilizando sistemas para
acompanhamento remoto; a manutenção das instalações hidráulicas prediais; e a
utilização de equipamentos economizadores de água, como vasos sanitários de 6
litros por acionamento e torneiras de fechamento automático”, indica.
A
falta de água também pode ser crítica para negócios que necessitam dela como
recurso para oferta de seu produto ou serviço. “Atividades que necessitam da
água como matéria-prima, como lava rápidos, restaurantes e hotéis, podem ser
mais prejudicados”, reconhece Garcia. Contudo, até mesmo este perfil de empresa
pode buscar alternativas em tempos de racionamento para fazer sua parte.
Todas
as organizações devem procurar formas de reaproveitar a água em seu cotidiano.
Garcia ainda lembra que a Sanasa deve ser comunicada sobre qualquer vazamento
encontrado e que determinados desperdícios são proibidos por lei. “Em Campinas,
existe a lei municipal nº 11.965/2004, que estabelece no artigo 1º que ‘fica
proibida a utilização de água tratada para limpeza e lavagem de calçamentos e
passeios públicos residenciais e comerciais, assim como para lavagem
residencial de veículo durante o período de estiagem, exceto em situação de
necessidade extrema’”, cita. 
Para
comunicar vazamentos de água em ruas ou calçadas à Sanasa, os empresários e
consumidores podem utilizar os telefones 0800-7721195 e (19) 3735-5000. As
ligações são gratuitas e gravadas, com atendimento 24 horas. 
Isac
Bognar é diretor geral em uma empresa do segmento da construção civil que atua
com limpeza de telhados. Inicialmente, a água poderia ser essencial para sua
atividade, mas ele encontrou uma forma ecologicamente correta de prestar seu
serviço. “A IJB utiliza um produto de limpeza que remove 80% das sujidades do
telhado, apenas o restante é removido com o uso de água”, conta Bognar.

A
pouca quantidade de água utilizada pela empresa para limpeza de telhados,
entretanto, também possui uma solução sustentável. “Em locais onde há piscinas
e poços artesianos, como serviços residenciais, hotéis ou resorts, podemos
fazer a capitação direta da água. A água da piscina que precisa ser renovada e
jogada na rede fluvial, por exemplo, é utilizada para a limpeza do telhado”,
explica Bognar. 
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