CAMPINAS DECOR RECUPERA PRÉDIO CENTENÁRIO

A 25ª edição da Campinas Decor, principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista, abriu ao público nesta sexta-feira (03/09) e segue até o dia 02 de novembro, com todos os cuidados exigidos pela Covid-19.

A Campinas Decor conta como cenário o prédio projetado por Ramos de Azevedo no início do século 20, famoso por ter abrigado durante décadas o Cotuca (Colégio Técnico de Campinas), a exposição promete superar todas as expectativas com uma das mais belas edições de sua trajetória, além de brindar a cidade com a recuperação desse importante imóvel do patrimônio público.

Em cerca de 7 mil metros quadrados de passeio pela jóia arquitetônica instalada na Rua Culto à Ciência, 177, na região central de Campinas, os visitantes poderão conferir, em ambientes espaçosos e com pé direito alto, o que há de mais moderno em artigos para decoração, revestimentos, mobiliário, luminotécnica, automação residencial e tudo o que envolve esse universo. As tendências se mesclam a elementos originais do imóvel, como portas e janelas de madeira maciça e pisos centenários de ladrilho hidráulico cuidadosamente revitalizados.

Pelas mãos de um time de 89 arquitetos, designers de interiores e paisagistas, 58 ambientes internos e externos se transformaram em lofts, studios, apartamentos, suítes, salas, home cinema, cozinha e espaço gourmet, entre outros, além de ambientes comerciais, como escritórios, restaurante, bar e café, dos mais variados estilos. A edição conta ainda com decks externos providenciados pela organização para ampliar os cuidados e o distanciamento entre os frequentadores.

Entre as diversas tendências apresentadas, além de muita tecnologia e da crescente preocupação com a sustentabilidade, nota-se o uso de mobiliário e peças de decoração assinados especialmente por designers brasileiros, valorização do paisagismo e muitas soluções autorais dos expositores. Os profissionais também procuraram valorizar ao máximo em seus projetos a bela arquitetura de Ramos de Azevedo. As propostas e inclusive as denominações adotadas para os ambientes mostram ampla liberdade de criação e também a atenção aos novos comportamentos relacionados ao morar e trabalhar.

Ansiosamente aguardada pelo município, a 25ª edição da Campinas Decor torna-se realidade após mais de um ano de espera devido à pandemia de Covid-19. Pelo calendário oficial do evento, ela teria sido realizada nos meses de maio e junho de 2020. Adiada até que o momento fosse considerado seguro, a mostra cumprirá todos os protocolos necessários, como uso obrigatório de máscaras e limitação do número de visitantes nos ambientes para que seja mantido o distanciamento entre as pessoas.

A expectativa é ainda maior pela recuperação do imóvel do Cotuca, permitindo que o colégio volte a funcionar no local já no próximo ano letivo. “Esta edição torna-se um grande marco na trajetória da Campinas Decor, o que se reforça ainda mais com todas as adversidades que precisamos superar para finalmente abrirmos as portas ao público. Além de comemorar nossos 25 anos, ela nos traz o prazer e a honra de devolvermos o prédio do Cotuca para o município, totalmente recuperado e modernizado. Nosso grau de satisfação é imenso”, afirma a diretora do evento, Sueli Cardoso.

A realização da mostra no prédio tornou-se possível graças a um convênio de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), permissionária do imóvel. O termo tem como objetivo a cooperação entre a universidade e a iniciativa privada para a conservação do mesmo.

Construído no início do Século 20, o complexo do Edifício “Bento Quirino” foi cedido pela Secretaria de Educação para uso da Unicamp e de 1967 a 2014 abrigou o colégio. Trata-se uma grandiosa construção tombada pelo Patrimônio Histórico, de orientação eclética de tendência neoclássica, projetada pelo engenheiro‑arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851‑1928), considerado responsável pela introdução de novos conceitos para a organização da arquitetura escolar à luz dos ideais de ensino republicanos.

O Cotuca vem funcionando em imóvel alugado no bairro Taquaral desde agosto de 2014, devido à interdição do prédio por falta de condições de uso em fevereiro do mesmo ano, com breve interim das atividades no campus da Unicamp em Barão Geraldo.  “A reabertura do prédio do Cotuca é um presente não apenas para a Unicamp, mas para a cidade de Campinas, que recebe de volta, totalmente revitalizado, um dos símbolos mais emblemáticos de sua história. Para os alunos, professores e funcionários do Colégio, em particular, o início da 25ª Campinas Decor marcará o fim de uma espera de sete anos pela possibilidade de circular novamente pelos magníficos cômodos e corredores projetados por Ramos de Azevedo, para cuja recuperação a Universidade contou com a generosa contribuição financeira da organização da mostra de arquitetura, seus expositores, fornecedores e patrocinadores”, afirma o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles.

Durante as obras de preparação da mostra, foram realizadas melhorias estruturais nas diversas edificações que compõem o complexo do colégio, com a recuperação de telhados, paredes e revestimentos e reconstrução das redes hidráulica e elétrica.

No total, estima-se um investimento de R$ 12 milhões na recuperação do prédio e preparação da mostra, cotizados entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores.

Os trabalhos envolveram um verdadeiro exército de profissionais – arquitetos, paisagistas, engenheiros, artistas plásticos, pedreiros, pintores, jardineiros, carpinteiros e entregadores, entre outros. Nos horários de pico, o local chegou a reunir cerca de 500 pessoas ao mesmo tempo. Foram gerados cerca de 1.500 empregos diretos durante as obras, além de outros 150 após a abertura da exposição para o público.

Nono patrimônio público revitalizado

A Campinas Decor 2021 será a nona edição a ser realizada em um prédio de propriedade pública e a terceira em parceria com a Unicamp. A primeira dobradinha com a universidade aconteceu em 2008, na Estação Guanabara, da qual a Unicamp é comodatária. O prédio da antiga estação foi totalmente recuperado e passou a abrigar o CIS-Guanabara – Centro Cultural de Inclusão e Integração Social. Em 2018, o evento recuperou as edificações da Fazenda Argentina, adquirida pela universidade para fins de expansão, e que após a reforma passou a ser utilizada pela universidade para a instalação do escritório de sua agência de inovação e de empresas startups.

Além dos prédios citados, a mostra já recuperou o Casarão do Lago do Café (2003), o Instituto Agronômico de Campinas (nas edições de 2009 e 2010, em locais diferentes), a Estação Cultura (2011), a Casa de Vidro, também no Lago do Café (2016) e em 2019, o prédio famoso por ter abrigado o antigo Colégio Ateneu, pertencente à prefeitura, que passará a ser ocupado pela Secretaria de Educação do município.

Contabilizando os investimentos realizados até 2021, já foram investidos cerca de R$ 37,5 milhões em benfeitorias nesses prédios, cotizados entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores. As obras realizadas propiciaram a realização de inúmeras atividades nesses locais, sempre em benefício da população.

 

Foto 1 – Fachada do Cotuca

Foto 2 – Diretora do Campinas Decor, Sueli Cardoso.

Fotos 3 e 4 – Ambientes do Campinas Decor.

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