CAMPINAS REGISTRA FECHAMENTO DE POSTOS DE TRABALHO EM MAIO

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas depois de uma alta consecutiva na geração de postos de trabalho apresentou demissões no mês de maio de 250 postos de trabalho. Mesmo assim, no acumulado do ano, o saldo é positivo de 1,64%, representando um crescimento de 2.600 vagas de emprego. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 1,50%, representando um aumento de aproximadamente 2.350 postos de trabalho.Apresentacao_Pesquisas Ciesp-Campinas_Crédito_Roncon&Graça Comunicações(6754)

O nível de emprego industrial de maio na regional Campinas do Ciesp foi influenciado pelas variações negativas de Produtos de de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos com redução de 3,04%; Máquinas e Equipamentos com diminuição de 0,96%; Celulose, Papel e Produtos de Papel, com queda de 0,91% e Produtos de Borracha e de Material Plástico com redução de 0,54%, que foram os setores que mais influenciaram no cálculo.

Para o diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, as demissões de maio não são reflexo da greve dos caminhoneiros. “Eu não creio que essas demissões tenham sido reflexo da greve dos caminhoneiros. Essas demissões historicamente têm acontecido em maio desde 2012. O reflexo dessa greve ainda não aconteceu. Ela ainda vai acontecer”, diz.

Na avaliação de José Nunes Filho a greve dos caminhoneiros trouxe um grande prejuízo para o país e para a região de Campinas e criticou o posicionamento do governo diante dessa movimentação. “Essa greve custou para o Brasil 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, que representa algo em torno de R$ 20 bilhões. Essa greve afetou seriamente a economia. Essa discussão a respeito do tabelamento dos fretes é uma discussão inconstitucional, pois os preços das mercadorias e dos serviços são livres no Brasil, então isso não tem que ser discutido entre as partes. Não cabe ao governo querer tabelar fretes. Isso também vai gerar uma crise  muito séria se mantiver essa posição”, avalia.

O economista e professor da Facamp (Faculdades de Campinas), José Augusto Ruas, também afirma que a greve dos caminhoneiros afetou de forma dramática a economia brasileira como um todo e a economia da Região Metropolitana de Campinas. “A greve dos caminhoneiros afetou drasticamente vários setores e alguns deles, inclusive, que tinham sinais positivos. Toda a parte de agroindústria é afetada de maneira muito intensa e muito dura porque você não tem como fazer estoques, então você tem morte de frangos. Você tem dificuldades de lidar com cargas vivas. Tem dificuldade para lidar com perecíveis, então é um problema que afeta faturamento e certamente vai atrapalhar os investimentos e o emprego até o final do ano”, diz

A pesquisa de sondagem industrial do Ciesp Campinas elaborada em parceria com o Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) referente ao mês de maio aponta redução nas vendas, produção, custos e no nível de capacidade instalada. O investimento de longo prazo segue incerto.

Os dados referentes às vendas, apontam que para 22,2% dos respondentes a variação mensal foi superior em relação a abril. Para 27,8% deles o valor das vendas foi estável e para 50%, a variação foi inferior.

Com relação à produção, 33,3% dos respondentes ela aumentou, 33,3% afirmaram que ela permaneceu inalterada e para  os demais 33,3% houve queda na produção no mês de maio.

Os custos da matéria prima aumentaram para 55,6% dos respondentes e 44,4% afirmaram que tais custos permaneceram inalterados. Ninguém indicou redução de custos. Os custos referentes a energia a energia, água e transporte permaneceram estáveis para 44,4% e para 55,6% esses custos cresceram. Nenhum dos respondentes declarou redução.

O nível de capacidade instalada em três categorias que variam entre a primeira de 0% e 50%, a segunda de 50,1% e 80% e a terceira entre 80,1% e 100% , a sondagem revelou que em maio, 27,8% afirmam operar dentro da primeira categoria, 61,1% na segunda e 11,1% na terceira.

Já nos investimentos para os próximos 12 meses, 5,6% dos respondentes declararam  que irão aumentar os investimentos. Já 33,3% dos respondentes afirmaram que irão manter o investimento planejado e 61,1% afirmaram que não irão investir.

Para o diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, por ser um ano eleitoral e com um futuro incerto, tais fatores fazem com que o empresário represe os investimentos. “A escolha do novo presidente gera incerteza, então os empresários seguram os investimentos. Hoje nós não temos uma indefinição do que vai acontecer”, finaliza.

 

Foto: Apresentação dos índices econômicos do Ciesp Campinas.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

 

 

 

 

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