A Casa da Criança Paralítica (CCP), de Campinas (SP), lança, em parceria com a Fundação FEAC, o e-book “Negócios sociais versus impacto social”, voltado para Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e empreendedores sociais. O material está disponibilizado gratuitamente no site da instituição (www.ccp.org.br) e traz informações sobre como estruturar um negócio social como alternativa para garantir sustentabilidade financeira e gerar impacto positivo na comunidade.
A iniciativa foi inspirada na experiência bem-sucedida do Bazar do Sonho, criado em 2004 pela CCP para arrecadar recursos e oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis para as famílias atendidas. Inicialmente operando em um espaço pequeno na sede da instituição, o bazar cresceu ao longo dos anos e se tornou uma fonte essencial de receita, representando, em 2023, cerca de 20% do orçamento da organização.
Para ampliar essa estratégia, a CCP inaugurou, no mesmo ano, uma segunda unidade do bazar, localizada em um contêiner no Jardim Nova Europa, em Campinas, com apoio da Fundação FEAC. A expectativa é que, com essa expansão, o bazar passe a responder por 30% da receita total da instituição.
Em janeiro de 2024, a unidade original do bazar foi reinaugurada em um novo prédio de alvenaria, substituindo as antigas tendas provisórias por um espaço de 270 metros quadrados, com layout moderno, ar-condicionado e um ambiente mais confortável para clientes, funcionários e voluntários. A obra, que teve um custo de R$ 590 mil, foi viabilizada por meio de parcerias com Tauste Supermercados, Halma Incorporadora e Fundação FEAC.
E-book orienta sobre implementação de negócios sociais
A coordenadora de Projetos e Mobilização de Recursos da CCP, Regiane Fayan, explica que um dos principais desafios das OSCs é garantir sustentabilidade financeira sem depender exclusivamente de doações e financiamentos públicos ou privados. Negócios sociais são uma alternativa viável para fortalecer as organizações, oferecendo maior autonomia e contribuindo para a solução de problemas sociais e ambientais. “O modelo de receita tradicional das OSCs é, em grande parte, vinculado a recursos que possuem destinação específica. Já um negócio social permite uma maior flexibilidade no uso da receita gerada”, explica Regiane. “No nosso bazar, além de oferecermos produtos acessíveis à população, incentivamos a economia circular, promovendo a cultura da doação e reduzindo o descarte inadequado de roupas, calçados, móveis e outros itens”, complementa.
O e-book “Negócios sociais versus impacto social” traz diferentes modelos de negócios sociais, detalha o passo a passo para implementação e apresenta exemplos de boas práticas, servindo como um guia para organizações que desejam diversificar suas fontes de receita.
A analista de projetos da Fundação FEAC, Gabrieli Reis, destaca a importância do material para fortalecer o setor social. “Vemos que muitas organizações enfrentam desafios relacionados à gestão, governança e captação de recursos. A experiência da CCP com o Bazar do Sonho é um caso de sucesso que pode inspirar outras instituições. Com esse e-book, queremos ajudar OSCs e empreendedores a desenvolverem iniciativas sustentáveis e de impacto positivo”, diz.
Fundada em 1954, a Casa da Criança Paralítica de Campinas atende atualmente 398 crianças, adolescentes e jovens com deficiência física, oferecendo atendimento gratuito em áreas como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, odontologia, psicologia e nutrição. Além disso, presta suporte social e educacional às famílias.
Desde 2018, a CCP também mantém a Oficina Locomover, especializada na adaptação e manutenção de cadeiras de rodas. Em 2023, a oficina foi ampliada e se tornou um centro ortopédico completo, proporcionando mais qualidade de vida e inclusão para pessoas com deficiência. Ao longo de seus 71 anos de atuação, a instituição já beneficiou cerca de 20 mil pessoas.
O e-book “Negócios sociais versus impacto social” está disponível para download gratuito no site da Casa da Criança Paralítica em www.ccp.org.br.
Foto 1 – Coordenadora de Projetos e Mobilização de Recursos da CCP, Regiane Fayan.
Foto 2 – Analista de projetos da Fundação FEAC, Gabrieli Reis.
Crédito: Divulgação.
