CIESP CAMPINAS APONTA MELHORIA DE AVALIAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS

A
indústria da região de Campinas (SP) eliminou 950 postos de trabalho no mês de
fevereiro. Em janeiro houve 650 contratações. No acumulado de 2013 são 300 demissões.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) regional Campinas (SP)
divulgou os números da pesquisa de sondagem industrial elaborada pelo Centro de
Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) em parceria com a
entidade. Na comparação com a sondagem de janeiro deste ano, os números de
fevereiro se mostram mais animadores, apesar do grande número de demissões
registrado no mês, prospectando uma perspectiva positiva de crescimento para os
próximos meses. O grande destaque desta sondagem é que os empresários tiveram
redução dos custos nas operações de suas empresas. Houve redução com os custos
de mão de obra, matéria prima, energia e transportes. Para o diretor titular do
Ciesp Campinas, José Nunes Filho, ainda é prematuro se fazer uma avaliação ou prospecção
sobre qual será a tendência do mercado de trabalho na indústria.

O
coordenador do Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp, Rodrigo Sabbatini,
disse que a tendência é de que os empresários ampliem seus investimentos em
2013 com base nas informações coletadas na sondagem. “A sondagem aponta que há,
em minha opinião, uma mudança na expectativa e no humor dos empresários
industriais afiliados ao Ciesp Campinas porque mais de 60% deles identificaram
que será preciso aumentar ou manter os investimentos planejados, além disso,
redução marcante dos custos de produção trabalhistas e principalmente de
energia, redução dos estoques e aumento da capacidade instalada , ou seja,há um
claro movimento de recuperação das expectativas para o ano, o que significa que
isso pode disparar investimento e em função disso nós teremos um resultado
econômico bem mais interessante em 2013 do que em 2012, “ analisa.

O
indicador de utilização da capacidade instalada apresentou, em relação a
fevereiro de 2011, um aumento de 6 pontos percentuais de empresas que atestaram
estar entre 50,1 e 80% da capacidade 
instalada e redução de 3 pontos percentuais das empresas que se
encontram com a utilização de capacidade abaixo de 50%.

O
indicador que busca captar as perspectivas de investimento da indústria na
região mostrou um movimento dúbio. De um lado, observa-se que a maioria dos
respondentes (59,3%) irá manter ou aumentar o investimento planejado, mas, por
outro lado, as empresas que declararam que não irão investir nos próximos 12
meses somaram 33,3% do total, 4,7 pontos percentuais a mais do que o mesmo
período do ano passado.

Por sua
vez, esses resultados, possivelmente, estão relacionados à resposta das
empresas quanto à variação nos estoques. Isso porque apenas 3,3% do total
declararam que seus estoques aumentaram e quase 40% que esses diminuíram.

Com
relação à redução dos custos de energia elétrica os empresários na sondagem
industrial de janeiro ainda não sabiam qual seria o impacto da redução e em
fevereiro já conseguiram ter uma noção disso como explica Rodrigo Sabbatini.
“Na sondagem anterior os empresários do Ciesp ainda não tinham percebido e
captado o impacto que as medidas de redução de energia teriam sobre seus
negócios e em fevereiro começou a chegar e isso certamente ainda vai ter novas
rodadas de redução, o que é ótimo, pois em boa parte dos setores industriais o
custo de energia é muito importante. Significa que reduzindo o custo e mantendo
–se os preços, a margem de lucro pode aumentar , o que estimula o investimento,
ou se aumentar a margem eles podem transferir essa redução dos custos para os
preços e aumentar as vendas, o que também pode estimular investimento”, diz.

O
diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, disse estar confiante de
que no médio e longo prazo a indústria vai retomar um ritmo de crescimento,
reflexo de algumas medidas econômicas que foram tomadas pelo governo. “Os
resultados da queda do custo de energia estão começando a se refletir agora. Os
números mostram que houve uma diminuição nos custos de produção. Algumas desonerações
ajudaram também. Nós tivemos agora a mais recente, que foi a desoneração da
cesta básica, então tudo isso no médio e longo prazo vai ter seus reflexos”,
disse.

José
Nunes Filho reiterou que a indústria ainda sofre com os problemas de
infraestrutura, com os altos custos e com a falta de competitividade, mas
reconhece que o governo federal está tomando medidas  para aquecer o mercado. A mais recente foi a
desoneração dos produtos esta básica, no entanto, José Nunes alerta que o
repasse de redução para o consumidor será num índice menor do que o percentual
ofertado na ponta da cadeia.  “Houve uma
desoneração na ponta de 9,25%. Isso não significa que o produto vai ter uma
redução de preço de 9,25%  porque a
cadeia produtiva daquele produto não foi desonerada. Em alguns casos, como por
exemplo do café, a queda no preço vai ser muito pequena. Não vai ser no valor
total da desoneração”, pondera.

O
diretor titular do Ciesp Campinas reforça a necessidade de uma reforma
tributária.  “O sistema tributário
brasileiro é tão complexo , tão confuso, que as vezes você mexe numa coisa enão
resolve nada, então o Brasil precisa na verdade de uma reforma”, diz.

 

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