COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

TERCEIRA
IDADE  E O MERCADO DE TRABALHO
 Eline Rasera
Curioso esse termo – Terceira Idade. O que significa exatamente? Que
temos três idades? Que é uma das fases da vida? É ser idoso? Alguns dizem que é
a Melhor Idade.
De qualquer maneira e qualquer que seja o termo, sabemos,
implicitamente, que corresponde a ter mais de 60 anos (nos países em
desenvolvimento, segundo a OMS). Também significa determinadas
mudanças físicas e fisiológicas para o corpo.  Essa definição conta com
uma expectativa de vida próxima a 75 anos de idade.
No entanto, estamos vivendo mais, muito mais!  Atualmente é comum
uma festa de aniversário de 100 anos. Raridade até pouco tempo atrás. E mais,
algumas dessas pessoas apresentam lucidez e raciocínio impressionantes.
Devemos muito à ciência que a cada dia  nos proporciona  novas
descobertas de métodos e drogas que, se não curam, minimizam muito os sintomas
das doenças e aumentam consideravelmente os anos de vida. E vida com qualidade.
Então, Terceira Idade com saúde, alimentação adequada, disposição
física, raciocínio e memória ativos, pode significar disposição e energia para
mais. Para mais o quê?
O mercado de trabalho “entende” (aspas por conta da figura de linguagem)
que aos 60 ou 65 anos o profissional pode se aposentar. Algumas empresas até
possuem uma norma interna que, ao completar 60 anos, o profissional de qualquer
escala hierárquica será desligado do quadro de funcionários.
Se por um lado temos um profissional de 60  que pode viver
mais  20, 30, 40 anos, por outro temos uma sociedade e organizações
despreparada para  absorver essa população ainda repleta de vida,
conhecimentos acumulados, experiências adquiridas e força de vontade para
contribuir ainda mais.
Também até pouco tempo atrás era comum a Terceira Idade buscar
atividades em grupos para trabalhos voluntários, atividades espirituais,
domésticas, jardinagem, jogos em praças publicas como xadrez, dominó, e outras.
Talvez em cidades menores isso ainda seja uma realidade, mas  é cada vez
mais frequente as pessoas nessa fase da vida procurarem academias, jogar tênis,
vôlei, dirigir carros, retornar à universidade, escrever livros, dar consultorias,
aulas,  e, enfim, fazer e refazer a vida mais uma vez.
Mas ainda estamos distantes de uma sociedade que absorve essa população
com total aproveitamento de suas qualificações e oferece vida com qualidade.
Remuneração justa? Talvez em algumas empresas.
Precisamos ter sempre um sonho, uma missão e uma visão para continuarmos
olhando para o futuro e buscando meios para concretizá-los.  No processo
de Coaching, auxilia-se a pessoa a buscar realização, que significa a
satisfação por algo alcançado e, essa satisfação (maior do que o prazer),
decorre do alcance de metas, da vitória conquistada pela superação de desafios,
da tarefa bem feita e do legado que se propõe a deixar para a humanidade. Para
isso temos  também as atividades profissionais.
Realizações. Não é o trabalho para ocupar o tempo,nem para manter-se
ativo e fugir da solidão e da depressão, é um trabalho para se realizar,
sentir-se vivo e contribuindo com a humanidade. Isso também é vida. Isso é
também é saúde.
“Não haverá qualidade de vida autêntica a não ser que se aprenda a
construir satisfação.” ( ICI – Integrated Coaching Institute).
E os profissionais das empresas, empresários, autônomos, enfim, todos
que estão construindo um futuro brilhante, já pensaram nesse futuro com 70, 80
anos de idade? O que estão fazendo para dar continuidade à  vida
produtiva?
E as empresas? Como utilizar da melhor maneira todo conhecimento,
explícito e tácito  dos  profissionais da Terceira Idade?
Hora de quebrar paradigmas. Momento de fluir e expandir nosso self. Momento
de construir satisfação para realização e vida com qualidade.


Eline Rasera,
psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de
Empresas da IBE-FGV.
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