COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

MUDANÇAS: E AGORA?
Eline Rasera
Inevitável, mas resistimos a elas.
Temos medos e receios e, assim, tentamos evitá-las. Evitar o inevitável. 
O que ocorre com a maioria de nós é que as mudanças desestabilizam a tão
desejada segurança e tranquilidade emocional. É o novo que insiste em alterar
os padrões mentais já tão experimentados e conhecidos. Estes terão que serem
reformulados e modificados.
Acontece que o desconhecido causa
insegurança e, muitas vezes, medo. Sentimentos de incapacidade e falta de
confiança em si mesmo podem aflorar. Receio de não conseguir aprender,
adaptar-se ou até perder as conquistas já realizadas. E nesse momento entram em
cena as crenças limitantes – “conceitos e pré-conceitos estabelecidos como
verdades absolutas para cada um de nós, mas que, no entanto, podem limitar o
desenvolvimento pessoal e profissional.”.
E quando surge o temor, este pode
dominar. Evidentemente esse processo não acontece da mesma maneira e
intensidade para todas as pessoas, sendo que algumas apresentam pouca ou
nenhuma resistência, enquanto que outras pessoas podem simplesmente entrar em
pânico e até sentirem-se paralisadas pelo temor (podem mesmo apresentar
sintomas físicos como dor de estomago, cabeça, queda da imunidade e outros).
Mas vamos tomar como base o meio termo, que é mais comum em nossa sociedade.
Numa organização, as mudanças estão
bastante aceleradas, principalmente após o surgimento da Informática, seja por
fusão, compra e venda da empresa, novas regras, procedimentos, equipamentos e
outros motivos. Em algumas situações, ocorre quase que tudo ao mesmo tempo,
envolvendo processos e pessoas simultaneamente, ate mesmo a própria cultura
organizacional pode sofrer transformações. Lentamente ou não.
E são os comportamentos dos
profissionais que “denunciam” esses temores. Várias são as atitudes que
demonstram resistência às mudanças: apatia, indiferença e pouco ou nenhum
envolvimento com as situações. Os ressentidos que, normalmente se comprometem
com o negativismo ou o contraditório ao existente, e outros que, em “conversas
de corredor”, julgam, criticam propostas e pessoas.
Esses comportamentos demonstram na
verdade, dificuldades para aceitar o novo, mas podem ser interpretadas pela
empresa (gestores), como insegurança – competência (muito) pouco desejada no
ambiente de negócios e que, em alguns casos, depõe contra o profissional
impedindo o avanço da carreira.
Então como lidar com tudo isso? O
sentimento de medo tende a surgir naturalmente diante de novas situações, mas
podemos e devemos aprender a lidar com ele.
Primeiramente, praticar a
inteligência intrapessoal, ou seja, não ocultar de si mesmo (muitas vezes com
desculpas), mas assumir e ter a clareza do que esta se passando internamente,
assim como, identificar as possíveis causas do mesmo: quais crenças estariam
presentes (não vou conseguir; tem pessoas melhores do que eu; posso perder o
emprego, etc.). Apos, procurar conhecer mais sobre a nova situação (novos
processos, equipamentos, normas, pessoas, etc.). O conhecimento é um ótimo
“antídoto” contra os temores.
Aprender sobre o novo – superação.
Conversar, ler, fazer cursos (muitas vezes ate se antecipar), enfim, formar
novos padrões mentais, novas sinapses que irão proporcionar conhecimento e segurança
para o novo.
Bom para o cérebro, bom para o
trabalho, bom para a vida. E se o temor persistir, procurar ajuda profissional.
Porque, com ou sem resistência, a mudança vai ocorrer. Portanto, “se tiver
medo, vai com medo mesmo”.
Eline Rasera, psicóloga, coach e
professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE-FGV.

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