COLUNA DO PROFESSOR LEANDRO GARCIA

Relação
de trabalho entre gerações no ambiente corporativo

Leandro
Garcia

Durante muitas décadas a
definição de gerações, eram aquelas que sucediam nossos pais, sendo esta
classificada num período médio de 25 anos. Com as mudanças tecnológicas a
evolução dos últimos 50 anos em todos os segmentos fez com que essa média
caísse, reduzindo este espaço para algo em torno de 10 anos. Isto significa que
novos grupos com características similares estão convivendo entre si em todas
as áreas como escolas, família e principalmente no mercado de trabalho.

O início deste marco de gerações
aconteceu logo após a segunda guerra mundial, com os soldados americanos
retornando da guerra houve um crescimento significativo de mulheres grávidas em
decorrente a isso surgiu a geração dos Baby Boomers (explosão de bebês) uma
geração marcada pelo pós guerra. No Brasil foi marcada pelos jovens que lutaram
na ditadura militar, criaram a jovem guarda e o tropicalismo. Sua posição no
mundo corporativo era criar uma carreira sólida, fidelização ao trabalho e realização
pessoal. Uma característica é o grande tempo na mesma empresa, cujo desejo era
a estabilidade.

Geração X, nascidos entre a
década de 60 a 80, são formadas pelos filhos dos Baby Boomers. Sua
característica principal é o mérito pela posição, titulação pessoal,
investimento na carreira, acreditam que para chegar ao topo deve ser gradativo
e não tem como diferencial a tecnologia, sua resiliência é considerada
moderada.

Geração Y, a maioria da
literatura se refere à Geração Y como as pessoas nascidas entre os anos 1980 e 2000. Por
isso, muitos deles, filhos da geração X e netos da Geração Baby Boomers suas características principais
são ascensão imediata, realização de várias atividades ao mesmo tempo,
inquietação profissional e resistência a hierarquia.

Um dos principais motivos de conflitos entre gerações são os
valores que cada geração carrega, hoje em dia é muito comum uma pessoa da
geração Y, muito mais jovem, ocupar cargos de liderança,  gerenciando colaboradores mais velhos como da
geração X ou Baby Boomers.

Normalmente a Geração Y está mais aberta a novos modelos de
trabalhos e também auxilia na construção destes novos modelos, normalmente ele
é movido a estímulos como, por exemplo, realização de várias atividades ao
mesmo tempo como ouvir música, navegar em redes sociais levando isso para a
organização. Outra característica é a falta de paciência na demora de reuniões,
mudanças constantes de empresas e até mesmo o fato de sobreposição hierárquica
indo direto ao diretor ao invés do superior imediato sendo visto pela geração X
como uma ociosidade, falta do que fazer ou até mesmo um desrespeito a
hierarquia por ter passado por cima do chefe direto.

Num ambiente onde temos praticamente 3 a 4 gerações envolvidas
para aproveitar o máximo de cada uma delas, devemos entendê-las e
principalmente aproveitar o máximo de seu potencial.

As empresas estão se adaptando a esse novo formato e buscando a
retenção de talentos através da valorização do prazer no ambiente de trabalho,
jeito informal como jeans, trabalho em casa, viagens para ajudar comunidades de
países pobres, comitês para discutir as relações de trabalho, intercâmbio para
adquirir novas experiências profissionais tudo isso serve para reter e
valorizar  talentos.

O estímulo as ideias deve ser constantemente incentivado
valorizando as “cabeças pensantes” e buscar novas alternativas para aquilo que
parece impossível.

Em resumo a palavra de ordem no mundo corporativo para retenção de
talentos e convivência entre as gerações é fazer melhor com o máximo de prazer
entendendo o seu semelhante.

Leandro Garcia é professor dos
cursos de MBA, Pós-Graduação e do Programa CADEMP da IBE-FGV (Fundação Getulio
Vargas).  E-mail: [email protected]