CONSUMO CONSCIENTE, PERCEPÇÃO CIDADÃ!

ARTIGO DA ADVOGADA LUCIANA LANNA

O objetivo principal das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é trazer para a sociedade a conscientização do seu papel, seja coletivo ou individual, na conservação ambiental, personalizando as questões ambientais para que cada um de nós entenda sua responsabilidade.

Essa percepção cidadã é fundamental para que a sociedade se desenvolva de forma mais justa e sustentável. Os valores coletivos consagram o direito que todos temos a um meio ambiente saudável e principalmente o dever ético e político de preservá-lo para as futuras gerações.

Nesse sentido, destaco a importância do consumo consciente. É inadmissível que as sociedades continuem consumindo de forma desenfreada e irresponsável, diante de tantas evidências que relacionam o impacto do seu consumo na degradação ambiental.

A ideia de consumo como forma de status social e o sentimento de pertencimento parece encontrar validação no mito da abundância e inesgotabilidade dos recursos naturais. Esse racional é fruto de uma alienação coletiva da qual precisamos acordar urgentemente!

Consumir de forma consciente não é mais uma questão de escolha de estilo de vida: ou se alteram os padrões de consumo ou não haverá recursos de nenhum tipo, para garantir o direito das pessoas a uma vida saudável. Dessa forma, os atuais padrões de consumo estão nas raízes da crise ambiental.

Esse padrão de consumo desenfreado que percebemos na atualidade, possui impacto direto nos problemas de descartes irregulares e destinação final inadequada (especialmente em lixões e aterros controlados), na poluição dos mares (80% da poluição dos oceanos vem do continente, da má gestão e falta de eficiência dos municípios com relação ao esgotamento básico) e no desmatamento e, portanto, nas questões climáticas. Isso sem mencionar os graves problemas de saúde pública além do esgotamento dos recursos naturais em decorrência dessa economia linear.

É claro que nós enquanto consumidores, não resolveremos o problema sozinhos, a solução tem que passar necessariamente pelo Estado e pelo mercado. Mas não podemos nos afastar do problema, da mesma forma como fazemos com o nosso lixo doméstico, o qual, assim que é retirando de nossas casas, já não tratamos mais como nosso problema e, decorrência dessa relação, é a falta de preocupação com a forma de separação do lixo e o descarte (reutilizar, reciclar e depois descartar).

Enquanto consumidores e habitantes desse planeta, devemos incluir em nossas escolhas, em nossos hábitos de consumo, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que nossas escolhas podem causar no meio ambiente, especialmente em vista das gerações que estão por vir. E principalmente, jamais perder de vista quais são as nossas reais necessidades de consumo, e não aquelas criadas por uma cultura alienante, consumista e descartável.

 

A advogada Luciana Lanna é especialista em Direito Ambiental e é responsável pela área Ambiental do Lemos Advocacia Para Negócios.

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