CTC INVESTE EM TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DE VARIEDADES DE CANA

O CTC – Centro de Tecnologia
Canavieira, com sede em Piracicaba, desenvolve há mais de 40 anos tecnologias
para o setor sucroenergético, com projetos em diversas frentes da
cana-de-açúcar. Além disso, o CTC possui diversos polos de estudo em todo o
Brasil e é dono do maior Banco de Germoplasma do mundo, que fica na cidade de
Camamu na Bahia. Germoplasma é o elemento dos recursos genéticos que maneja a
variabilidade genética entre e dentro da espécie, com fins de utilização para a
pesquisa em geral, especialmente para o melhoramento genético, inclusive a
bio-tecnologia.

O CTC foi
criado em 1969 pela Copersucar como um braço tecnológico da empresa em São
Paulo no desenvolvimento de variedades de cana. Em 2002 a Copersucar decidiu
abrir o CTC para o Brasil numa condição de Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP). No período de 2004 a 2011, o CTC teve cerca de 200
filiados que contribuíam mensalmente com um valor definido pelo conselho de
administração para que o CTC pudesse continuar a desenvolver pesquisa e
desenvolvimento com relação a novas variedades de cana e ao mesmo tempo
prestando assessoria na produção agrícola desde a fase de plantio até o produto
final. Em 2011, o CTC se transformou em uma S.A. figurando como o mais
importante centro de pesquisas em cana-de-açúcar do mundo, mantendo o mesmo
caráter inovador e a busca pela excelência em seus resultados que agora
norteiam uma empresa moderna e independente, cujos acionistas respondem por
cerca de 60% da cana-de-açúcar moída na região Centro-Sul do Brasil sendo
competitivo e podendo
trabalhar dentro e fora do Brasil vendendo a tecnologia produzida. Atualmente o
CTC tem 28 variedades comerciais de cana e detém 65% do mercado de plantio e
colheita no país e pretende chegar a 80%.

O diretor comercial do CTC, Osmar Figueiredo, disse que hoje além da sede
em Piracicaba o CTC possui cerca de 40 locais no Brasil, para desenvolvimento
de plantações dessas variedades de cana. Segundo Osmar Figueiredo, a empresa
fez uma análise e na média a variedade de cana do CTC dá um retorno em torno de
6 toneladas de cana por hectare em relação à que é plantada comercialmente em
uma usina. “O modelo de negócio que nós estamos praticando é que a gente pega
1/3 dessas 6toneladas de cana que fica cm o dono da variedade, que nesse caso é
o CTC e 2/3 ficam com o produtor. Grande vantagem nossa é fazer o produtor
plantar aquela cana e ganhar esse diferencial. Essa é a maneira da gente
conseguir demonstrar para o Brasil inteiro o potencial que tem de variedades de
cana do CTC desenvolvidos atualmente até regionalmente”, explica.

Em
seus 44 anos de vida, o CTC deixou sua marca no desenvolvimento da cultura da
cana-de-açúcar no Brasil. Nesse período, a produtividade da cana-de-açúcar
aumentou cerca de 40%, a produtividade agroindustrial saltou de 2.600 para mais
de sete mil litros de etanol por hectare, enquanto o custo de produção caiu de
cerca de R$ 3,00 para menos de R$ 1,00 por litro.

Novas
variedades desenvolvidas pelos especialistas do CTC possibilitaram a expansão
dos canaviais brasileiros por novos três milhões de hectares. Tendo recebido,
em toda a sua história, investimentos inferiores a R$ 4 bilhões, calcula-se que
a sua contribuição para a economia brasileira seja de R$ 1 trilhão.

Atualmente,
o CTC possui diversos projetos na área agrícola, com o desenvolvimento de novas
variedades mais produtivas e atraentes para o produtor, tanto com o
Melhoramento Genético Convencional, tanto com o estudo da Transgenia. Já na
área industrial o CTC está construindo uma planta de demonstração de etanol de
segunda geração na Usina São Manoel, também no interior de São Paulo e que
trará grande benefício para o setor. “O CTC hoje é o único programa de
variedade de cana que tem a mecanização desde a hora que você faz o cruzamento
até a hora do lançamento. Quando o CTC lança uma variedade de cana, a restrição
mecanização seja ela, para o plantio, ou seja, para colheita mecanizada ela tem
que ser considerada nessa variedade de cana. Não dá para existir uma variedade
de cana sendo lançada no mercado que não passou por esse processo”, comentou.

O
diretor comercial do CTC, Osmar Figueiredo, disse ainda que as variedades mais
antigas, que são variedades normalmente que demoram de 5 a 10 anos para explorar
e demora mais uns 10 anos como sobrevida, a maior parte delas desenvolvida na
década de 80foram desenvolvidas numa época na qual a mecanização não era muito
importante e essas variedades antigas não são adaptadas a isso. “Elas estão
perdendo produtividade com isso porque você coloca uma máquina de 18 toneladas
em cima de um canavial para colher essa variedade de cana que não está adaptada aí
vai perder em compactação”, explicou.

Osmar
Figueiredo disse que o programa de variedade de canas normalmente acabam
desenvolvendo uma variedade considerada nacional e depois  verifica aonde que é o nicho de mercado dela e
a partir daí vira regional. O CTC inverteu essa posição. Hoje nós
desenvolvemos  variedades regionais,
então provavelmente a produtividade dessa variedade regional é maior do que
aquela comercial que está naquela região Em seguida nós fazemos testes para ver
se ela é uma variedade considerada nacional, ou seja, se ela vai bem em outros
Estados”, diz.

O
projeto mais recente lançado pelo CTC é a Série 9000, composta pelas variedades
de cana-de-açúcar: CTC9001, CTC9002 e CTC9003. São as primeiras variedades
desenvolvidas especificamente para o cerrado brasileiro, de forma
regionalizada. Isso significa que suas características atendem o ambiente
edafoclimático (solo e clima) específico e, portanto garantem um aumento de
produtividade entre 18 e 29%.  “A
variedade 9.000, ela é regionalmente desenvolvida para Goiás por causa do
serrado, que tem que ter uma tolerância seca, ela não pode florescer e todo o
desenvolvimento dela foi com plantio e colheita mecanizada”, detalha.

Cerca
de 350 profissionais compõem o quadro de colaboradores do CTC, sendo que, dos
dedicados a atividades de inovação, 60% são mestres e doutores reconhecidos em
suas áreas de expertise.

O
CTC possui diversas parcerias com empresas de diferentes segmentos, como Basf e
Bayer, além de forte relacionamento com a área acadêmica. Além disso, o CTC
também participa de projetos de investimento, como o PAISS – parceria entre o
BNDES e a Finep. Neste caso, o aporte foi de aproximadamente R$ 367 milhões. 
 
Fotos 1 e 2 – Diretor Comercial da CTC, Osmar Figueiredo.
Foto 3 – Marcadores moleculares.
Crédito Divulgação.

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