CTI RENATO ARCHER PROMOVE ENCONTRO NACIONAL NA ÁREA DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

O Centro Nacional de Referência em Tecnologia
Assistiva (CNRTA), inaugurado em julho deste ano e sediado no Centro de
Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI Renato Archer), em Campinas (SP),
promove nesta terça –feira (11/12) e quarta-feira (12/12) o primeiro encontro
nacional de uma rede cooperativa de pesquisa, desenvolvimento e inovação na
área de Tecnologia Assistiva voltada para pessoas com deficiência.

O 1º Encontro da Rede Nacional de Núcleos de
Pesquisa, Desenvolvimento, e Inovação em Tecnologia Assistiva, começa a partir
das 9 da manhã reunindo 29 núcleos de pesquisa provenientes de todas as regiões
do país. O objetivo do evento é propiciar as apresentações formais entre os
pesquisadores dos núcleos que tiveram seus projetos habilitados pela portaria
número 39 de 28 de junho de 2012, que selecionou as instituições participantes
do CNRTA. Na oportunidade tomará posse o Conselho Consultivo do CNRTA, que
contará com a presença de diversas autoridades, entre elas, Antônio José
Ferreira, secretário Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da
Secretaria de Direitos Humanos, e Eliezer Moreira Pacheco, secretário de
Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social, do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação.

Os pesquisadores foram convidados ao encontro
para finalizarem o documento de diretrizes que irá nortear o trabalho de
articulação do CNRTA com essa rede. Trata-se da primeira atividade específica
da rede nacional de Tecnologia Assistiva com o CNRTA e, a partir dela, esse
centro consolida-se como articulador da rede, ganhando assim condições que
potencializam sua ampliação.

Serão responsabilidades das 29 unidades a
elaboração de projetos de pesquisa, desenvolvimento ou inovação voltados à
melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida. Dezoito estados e o Distrito Federal tiveram núcleos habilitados pela
ação.

Para o diretor de Políticas Temáticas da
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Roberto
John, a criação da rede de Núcleos de Tecnologia Assistiva colocará o Brasil em
pé de igualdade com os países que dominam esse mercado. “Essa é mais uma ação
do Plano Viver sem Limite estabelecida dentro do prazo previsto para atender a
necessidade das pessoas com deficiência. Essa medida nivela o Brasil com países
que desenvolvem tecnologias assistivas de ponta para o segmento”, reforça John.

Para este ano, o orçamento liberado para a
implantação dos núcleos é de R$ 3 milhões. Cada projeto poderá receber entre R$
100 mil e R$ 500 mil. No âmbito do Viver Sem Limite, o investimento do
Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), deverá chegar à R$ 20
milhões em créditos não reembolsáveis, além de R$ 90 milhões de uma linha de
crédito reembolsável da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Pesquisadores do Grupo de
Inteligência Aplicada (GIA), curso de Ciência da Computação da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), por exemplo, desenvolveram  protótipos de duas tecnologias assistivas
voltadas para deficientes visuais. 

O
PlatMult e xLupa Móvel vêm
sendo desenvolvidos por professores-pesquisadores do GIA e têm por objetivo não
apenas a investigação técnica e científica, mas também o desenvolvimento de
produtos voltados para pessoas com baixa visão e idosos com essa dificuldade. O
Platmult é um totem de autoatendimento com recursos assistivos multisensoriais
explorando a visão, audição e o tato. A solução inclui a ampliação e leitura de
tela, além de um mouse vibratório. O sistema pode ser adaptado às necessidades
particulares por meio do uso de perfis. A solução permite a navegação na
internet com retorno tátil no mouse vibratório na navegação sobre links e imagens. Já a versão xLupa
móvel, embora replicando muitas das funcionalidades presentes no PlatMult, tem
por objetivo ampliar textos e imagens contidos em material impresso,
projetando-os em monitores. Uma vez que o dispositivo pode se conectar a
entradas USB, HDMI e DVI, as saídas ampliadas tanto poderão ser projetadas em
monitores de PC ou TV digital. Por suas reduzidas dimensões, a solução é de
fácil transporte pelo usuário.

Os projetos são coordenados
pelos professores, Marcio Seiji
Oyamada e Jorge Bidarra. O desenvolvimento dos trabalhos conta com apoio
financeiro do CNPq e Fundação Araucária.

Segundo os coordenadores
dos projetos, 18,8% da população do país têm algum tipo de deficiência visual,
o equivalente a 35,7 milhões de pessoas, de acordo com o Censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de junho último. “Dentre elas,
encontram-se as pessoas com baixa visão que, embora não cegas, óculos, lentes
de contatos e intervenções cirúrgicas não são soluções corretivas para as suas
deficiências visuais. Ampliadores de tela, para muitos deles, constituem uma
ferramenta de auxílio, com uso indicado pelos Oftalmologistas. Dessa forma,
torna-se de fundamental importância o desenvolvimento de tecnologias assistivas
para pessoas com baixa visão e/ou idosas, em conformidade com a realidade
nacional, por meio da utilização de hardware de baixo custo e software gratuito
com o objetivo de auxiliá-las em suas tarefas diárias de leitura, seja em suas
residências, nas escolas, lazer ou trabalho”, ressaltam Oyamada e Bidarra.

Apesar de ainda em fase de
desenvolvimento para a agregação de novos recursos às soluções, os protótipos
já funcionam para demonstração e uso. “Os testes que vêm sendo feitos com os
colaboradores do projeto, alunos com baixa visão e educadores especializados na
baixa visão atestam o potencial das duas soluções e suas aplicabilidades nas
diversas áreas de atuação do indivíduo. Os investimentos que vêm sendo
realizados são justificados e altamente motivados. Os pesquisadores agora
buscam parceiros interessados em colaborar com o projeto e sua divulgação, mas
o desenvolvimento dos trabalhos conta com apoio financeiro do CNPq e Fundação
Araucária”, destacam.
 
As fotos são
de um protótipo de tecnologia assistiva que está sendo desenvolvido por um dos
29 núcleos de pesquisa ligados ao Centro Nacional de Referência em Tecnologia
Assistiva (CNRTA), de Campinas. Trata-se do xLupa móvel, que tem por objetivo
ampliar textos e imagens contidos em material impresso, projetando-os em
monitores, facilitando a vida de deficientes visuais. Esse protótipo está sendo
desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Inteligência Aplicada (GIA), um
curso de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste).

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