DIRETOR DO CIESP CAMPINAS AVALIA 2013 COMO UM ANO PERDIDO

O diretor titular do Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas (SP), José Nunes Filho, considera
2013 um ano perdido. Para ele 2013 deve fechar com mais de 4 mil demissões, com
queda no investimento, desencanto e uma desindustrialização muito  grande em função da falta de competitividade
da economia brasileira ocasionada pela alta carga tributária e da taxa de juros
elevada. A declaração foi feita nesta terça feira (03/12) aos jornalistas na sede da entidade em Campinas (SP).

O índice de Confiança do Empresário
Industrial Paulista (ICEI-SP) apresentou um recuo para 48,5 pontos no mês de
novembro, se distanciando ainda mais do nível de estabilidade que é de 50
pontos. O resultado continua bem abaixo da média histórica de 55,1 pontos, além
de registrar queda de 2,2% em relação ao registrado em outubro de 49,6 pontos. “O
empresário brasileiro se baliza muito no que o governo faz no seu índice de
confiança, então o governo tem tomado em relação à política econômica, medidas
que são espasmódicas. Ela está numa fase expansionista e logo em seguida uma
fase recessiva. Nós saímos de uma taxa de juro de 7,25% no início do ano em
abril para 10% no final do ano, então nós estávamos numa fase francamente expansionista
só de consumo e não em investimentos e produção, o que gerou a inflação e
entramos novamente agora numa fase recessiva com uma taxa de juro que
inviabiliza negócios e começa a inviabilizar novos investimentos, então a
expectativa para o ano que vem continua sendo muito ruim em função dos números”,
comenta.

José Nunes Filho disse ainda que a burocracia
impede qualquer pessoa de fazer algo no Brasil e destacou a falta de
investimento em infraestrutura e em logística como fatores que revertem a um
ano perdido e a uma década perdida. “Nós perdemos todas as grandes
oportunidades com falta de planejamento a longo prazo, má gestão do dinheiro
público, corrupção. Tudo isso nos leva a uma situação muito desagradável”, diz.

O diretor titular
do Ciesp Campinas tem uma perspectiva negativa para 2014. Para ele a Copa do
mundo em nada vai melhorar o setor industrial, pois as atenções estarão
voltadas para o evento  e o dinheiro
estará todo desviado para investimentos na Copa do Mundo e não para a
indústria. “Para a indústria isso não muda nada pode mudar para serviços”, diz.
Já com relação às eleições, José Nunes Filho tem uma postura mais crítica. “As
eleições costumam paralisar o país, a gente tem um desvio grande de dinheiro
público para o movimento eleitoral. O uso do dinheiro público descarado para as
campanhas eleitorais, então isso realmente paralisa o país também e dificulta
novos investimentos. Nós temos notícia de uma grande indústria na região que
não vai fazer nenhum investimento o ano que vem em função da Copa do Mundo e
das eleições”, pontua.  “Há uma
desesperança para 2014 também porque não tem sido feito nada para melhorar isso
a não ser as privatizações que vem num ritmo muito lento. Devia se acelerar mais
privatizações  e mais rapidamente já que
o Estado brasileiro não tem condição de gerir, não tem competência para gerir e
não tem seriedade para gerir esses investimentos de infraestrutura que passe
para a iniciativa privada que tem como fazer isso muito bem”, analisa.

No mês de outubro o nível de emprego industrial no Ciesp Campinas apresentou resultado negativo.
A variação ficou em -0,37 %, o que significou uma perda de aproximadamente 650
postos de trabalho na região.

No ano, o acumulado é de -2,03%,
representando uma redução de aproximadamente 3.550 postos de trabalho. Nos
últimos 12 meses, o acumulado é de -3,15%, representando uma redução de aproximadamente 5.550 postos de trabalho.

O índice do nível
de emprego industrial da Diretoria Regional do Ciesp Campinas foi influenciado
pelas variações negativas dos setores de Equipamentos de informática, Produtos
Eletrônicos e Ópticos (-1,02%), Veículos Automotores e Autopeças (-0,53%),
Produtos Alimentícios (-0,43%), Produtos de Borracha e de Material Plástico
(-0,38%) e Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (-0,28%), que são os setores
que mais influenciam no cálculo do índice total da região.

Comparativos de investimentos das empresas associadas ao Ciesp Campinas

.Para 2014, a previsão de
investimentos das indústrias associadas ao Ciesp-Campinas é de R$ 90 milhões.

.Em 2013, a
previsão das indústrias associadas foi de R$ 97,7 milhões e ainda não foi confirmado
se esse investimento foi efetivado.

.Em 2012,
os investimentos das indústrias associadas ao Ciesp-Campinas foram de R$ 93,2
milhões. A previsão de investimentos das indústrias associadas era de R$ 112
milhões.

. Em 2011, os
investimentos das indústrias associadas ao Ciesp-Campinas foram de R$ 112
milhões.

. Em 2010,
investimentos de R$ 45,6 milhões.

. Em 2009,
investimentos de R$ 79,66 milhões.

. Em 2008,
investimentos de R$ 430,48 milhões.

. Em 2007,
investimentos de R$ 143,80 milhões

. Em 2006 – investimentos
de R$ 91,56 milhões.

. Em 2005 –
investimentos de R$ 168,53 milhões.

. Em 2004 –
investimentos de R$ 142,90 milhões.
Foto 1 – Diretor Titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho em entrevista coletiva.
Foto2 – Jornalistas acompanham exposição dos diretores do Ciesp Campinas
Crédito: Roncon & Graça Comunicações

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