E 2014 AINDA NÃO ACABOU

Enquanto o mercado vive momentos de
fracas expectativas com relação a 2015 em diversos setores, uma camada bem
maior da população está “pulando miudinho”, como diria meu avô Armando Rosa de
quem honradamente carrego o sobrenome. O problema para essas pessoas não é a
espera pelo próximo ano, mas como terminar 2014. Prováveis abonos salariais não
poderão aliviar a carga de dívidas ou necessidades acumuladas pela
inadimplência acarretada pela alta dos preços, juros exorbitantes, compras
inadiáveis ou não e custo de vida simplesmente exorbitante.

Para as pessoas que ocupam essa fatia
e humildemente se preocupam com suas próprias finanças e desafios diários, não
haverá um Natal recheado nem de guloseimas, nem de presentes. Será um tempo de
chorar pelas promessas não cumpridas e pelos desafios não alcançados.

Temos visto um noticiário cada vez
mais pessimista, pautado pelas tragédias pessoais, pelo “desce e desce” do
mercado e pelas corrupções em todas as esferas, basicamente. Outro dia um
especialista destes de botar fé disse que as empresas irão contratar, pouco,
mas irão e que o país terá que passar por um arrocho fiscal e se assim for,
poderá entrar nos trilhos para dar sinais de recuperação econômica lá pelo
começo de 2016.

Enfim, o cenário do início do próximo
ano deverá ser o mesmo do final de 2014 com consequências mais drásticas para a
classe trabalhadora assalariada, que viu o custo da cesta básica chegar a quase
R$400,00 em alguns lugares, principalmente da Grande São Paulo e subir muito
acima da inflação em todo o país.

Paradoxalmente, os bares continuam
lotados, as baladas não foram esvaziadas, há um grande movimento nas ruas de
comércio e as multidões continuam descendo para as praias e outros destinos
turísticos. Alguma coisa muito estranha está acontecendo e na minha opinião são
os valores invertidos, numa cultura onde o supérfluo, as vontades pessoais e os
luxos próprios são valorizados, que incentiva este mercado de lazer. Enfim,
2014 ainda não terminou e pelo andar da carruagem ainda veremos os números das
compras de Natal registrar aumento em relação ao ano passado. Ou o povo vai
gastar todos os limites de crédito ou está chovendo notas de R$100,00 em algum
lugar que não aqui!