ELEVAÇÃO CAMBIAL AUMENTA A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NA REGIÃO DE CAMPINAS

O diretor titular do Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho,
disse que a elevação do dólar e a consequente desvalorização do Real  já está começando a se refletir na economia
industrial da região. “Nós tivemos uma recuperação do setor de informática e
eletroeletrônico, que é um indicador sutil, pois houve um aumento de mais de 3%
na contratação dentro deste setor. Foi dos setores importantes o que mais
contratou e é um setor essencialmente exportador e que também deve estar tendo
mais competitividade no mercado interno em função da alta do dólar”, destacou.

José Nunes Filho disse ainda que o
dólar na faixa acima de R$ 2,30 é favorável à indústria, pois um dos fatores
que tira a competitividade da indústria é o câmbio, no entanto, o diretor
titular do Ciesp Campinas reconhece que também uma elevação muito alta do
dólar  e uma falta de estabilidade na
moeda norte americana frente ao Real pode ocasionar alguns problemas, entre
eles, um fator gerador de inflação. “É um fator inflacionário importante porque
as empresas da mesma forma que elas têm uma condição melhor de competir com o
produto importado dentro do Brasil e fora do país também, elas tem um aumento
no custo da produção porque os insumos que ela usa na produção também sobem de
preço. O governo tem agora que equilibrar isso diminuindo  o imposto de importação de insumos importados
porque o valor desses insumos já subiu, então ele pode baixar o imposto sem perder
receita. É uma questão de equilibrar a economia agora”, aponta.


Para José Nunes Filho, o ideal é que o
dólar fique acima de R$ 2,30 e não ultrapasse os R$ 2,40 para não ser muito
inflacionário. Se chegar a R$ 2,70 vai provocar um desequilíbrio muito grande
na economia.

O diretor de comércio exterior do
Ciesp Campinas, Anselmo Riso, disse que por enquanto a elevação do dólar não se
reflete nos negócios da balança comercial da região de Campinas e com isso a
tendência continua sendo de déficit. “Na região de Campinas chegamos ao patamar
de US$ 4.5 bilhões, o déficit da nossa balança comercial, ou seja, tivemos uma
redução de mais 2,7% nas exportações no mês de julho e um aumento das
importações de 11,9%”, diz.  

Anselmo Riso disse que a atual taxa
cambial é benéfica para toda a indústria, porém ele alerta que isso também vai
depender do seguimento porque vem a compensar a falta de competitividade, a
alta cadeia tributária, a deficiência logística e o alto custo da mão de obra,
entretanto, para quem depende de muitos insumos importados essa taxa cambial
passa a ser prejudicial e pode até perder mais competitividade desde que
agregada aos três itens  como cadeia logística,
cadeia tributária e mão de obra. “O que chama a atenção da gente é que poderá
haver uma certa estabilização nessa taxa cambial e que poderá ser benéfica para
alguns seguimentos como o setor de vestuário e o setor químico, principalmente
no setor de vestuário porque com essa taxa cambial nós estaríamos coibindo a
entrada de produtos prontos provenientes da Ásia”, declarou.

No setor de máquinas e equipamentos,
Anselmo Riso disse que em função das crises registradas nos últimos dois anos e
com o dólar baixo, estas empresas passaram a utilizar desse procedimento de importar
componentes, itens estratégicos de agregação de valor como painéis eletrônicos,
entre outros itens e consequentemente deixaram de investir para fazer a modernização
de seu parque. “Com essa elevação do dólar consequentemente esses insumos que
elas estão importando vão ficar mais caros vai fazer com que os seus preços
fiquem mais caros. Por outro lado, o preço das máquinas importadas no mercado
asiático também sobem, então poderá haver uma compensação dependendo do grau de
localização de componentes da indústria de máquinas e equipamentos poderá
também ser benéfico”, disse.

Foto 1 – Diretor de Comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso.
Foto 2 – Diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho
Crédito Roncon & Graça Comunicações

 
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