EMPREENDER E ACELERAR, MESMO NA PANDEMIA!

ARTIGO DA ADVOGADA CLARA TOLEDO CORRÊA

Ah, o empreendedorismo! Não tem nada igual a empreender! Ser dono do próprio negócio, horários flexíveis, ganhar o quanto quiser e não precisar dar satisfação a ninguém. É só chegar e fazer com o dinheiro que temos e pronto! Isso é empreender: Tentar, acertar, errar, dar a volta por cima e continuar a jornada.  Existem percalços, desafios e sacrifícios, é verdade, mas eles valem a pena, não? É isso que se ouve sobre o empreendedorismo. Chega a ser motivador e glamouroso empreender. Podemos até dizer que está na moda, mas na maioria das vezes não é assim!

No Brasil, mais de 88% das pessoas que empreendem buscam complementar a renda familiar, pois com apenas o salário que recebem não conseguem se sustentar. Mesmo assim, uma massa avassaladora de empreendedores não ganha nem de perto seis salários mínimos. Por volta de 60% ganham até três salários, aliás com isso, a maioria encara empreender como um “bico”, pelo menos é o que ocorre com as mulheres e 90% desse total, como forma de driblar o desemprego. Hoje contamos com uma população de mais de 50% de empreendedores, sendo que apenas 27,6% possuem grau superior completo, segundo relatório executivo GEM de 2019 – programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor – GEM, de abrangência mundial, que é uma avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora. Isso sem vislumbrar essa pandemia que ainda estamos vivendo! Imaginem como serão os dados de 2020?

Empreender é algo sedutor? Para alguns pode ser. É bem verdade, que o empreendedorismo ainda soa como algo elitizado, mas devemos considerar que para muitos a elite não é bem uma realidade e empreender se trata de uma necessidade básica – colocar comida na mesa e pagar as contas!

Essa massa empreendedora que temos no Brasil, na maioria das vezes, não se preparou para empreender. Não tem suporte familiar para isso e teve que empreender no susto. Sim, é no susto, pois podem nem possuir formação ou “tino” empreendedor.

Mas, há quem fale que empreender é assim mesmo, uma verdadeira montanha russa. Se você fala isso de forma relativamente tranquila, certamente   não faz parte daqueles 88%, bem como possui muito mais conhecimento sobre a gestão de um negócio.

Então, quem não possui formação ou conhecimento técnico, com certeza se depara com dificuldades maiores. Até mesmo quem empreende por amor ou foi preparado, passa por desafios por não ter conhecimento ou visão plena do negócio.

Diante das dores daqueles que empreendem, um movimento que já vinha acontecendo em aceleradoras de negócios e startups, de contribuir com conhecimentos, mentorias, etc., ficou mais robusto com o advento da pandemia. Na internet, muitas informações, cursos gratuitos, workshops e mais uma infinidade de produtos e serviços a respeito do empreendedorismo foi colocado à disposição como nunca antes.

Entretanto, muitos ainda não sabem da existência disso e sequer sabem o que é uma aceleradora. Uma aceleradora ou um processo de aceleração é muito comum no meio das startups, mas nem todos que empreendem querem empreender nesse formato. Mesmo que não seja esse o seu formato de empreendedorismo, ter acesso aos conhecimentos, mentores, ferramentas e apoio, que um processo de aceleração oferece, é de extrema importância.

A mentalidade de empresas startups é extremamente dinâmica e é isso que o processo de aceleração confere ao negócio – dinamismo, propulsão, crescimento, velocidade, conhecimento, networking, divulgação e mais uma série de benefícios.

No entanto, muitos preferem empreender sem essas ferramentas. Pois uma vez ouviram que empreender é assim mesmo. Entretanto, imaginem se a maioria dos empreendedores passasse por processos de aceleração ou mentorias? Será que os erros não seriam amenizados e as chances de sobrevivência do empreendimento não seriam maiores? O impacto negativo poderia ser bem menor? Então, não vale a pena cogitar uma aceleração?

 

Clara Toledo Corrêa é advogada da Toledo Corrêa Marcas e Patentes. E-mail – [email protected]

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