EMPRESÁRIOS BRECAM INVESTIMENTOS

Pesquisa de Sondagem Industrial
realizada pela Facamp (Faculdades de Campinas) em parceria com o Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas (SP), apontou que
os empresários associados à entidade em Campinas estão reticentes com relação a
investimentos para os próximos 12 meses. Os índices da pesquisa de sondagem
industrial mostram que cerca de 47% dos respondentes não pretendem investir ou
vão reduzir o investimento planejado para 2013. Este é o maior índice
registrado desde janeiro de 2010. O coordenador adjunto do Centro de Pesquisas
Econômicas da Facamp, José Augusto Ruas, disse que os empresários estão meio
reticentes com relação aos investimentos, mesmo diante da redução da conta de
energia elétrica definida pelo Governo Federal. “Eles estão ainda céticos, ou
seja, em compasso de espera aguardando os resultados de fevereiro e março para
se decidir uma continuidade ou não desse processo”, diz.

A
Sondagem Industrial também procurou enfocar as reduções nas tarifas de energia
elétrica e o comportamento da inflação para o ano de 2013. De acordo com o
levantamento 33%  dos empresários
afirmaram que a redução da tarifa de energia elétrica  terá impacto positivo em seus negócios. Outro
grupo que corresponde a 47% dos respondentes acredita que a redução não terá
qualquer impacto e outros 10% se mostraram céticos quanto à redução, afirmando
que não acreditam que ela ocorrerá, enquanto que 10% alegaram que essa decisão
pode interferir negativamente em seus negócios, uma vez que , o desconto na tarifa
poderá afetar negativamente o mercado livre de energia. “Na verdade eles ainda
não conseguiram avaliar o real impacto. É um processo muito recente e parte dos
empresários tem dificuldade para estimar os próprios custos. Eu acho que isso
só vai aparecer ainda no médio prazo e parte deles está tentando avaliar qual o
impacto que tem nos combustíveis. A minha visão é que eles só vão sentir de
fato nas contas deles conseguir avaliar concretamente talvez no final do
primeiro trimestre”, avalia.

Com relação à expectativa do
comportamento da inflação para 2013, metade dos respondentes assinalou que
acredita que o índice será superior ao registrado em 2012 e 47% será igual.
Somente 3% dos empresários compartilham a opinião da maioria dos agentes
econômicos consultados pelo Banco Central, por ocasião da divulgação do Boletim
Focus dando conta de que a projeção do mercado para a inflação 2013 é de que o
índice seja inferior ao do ano passado.

O diretor titular do Ciesp Campinas,
José Nunes Filho, acredita que este sentimento de pessimismo que está tomando
conta do empresariado regional tende a diminuir num futuro próximo, pois o
setor produtivo está sendo ouvido em todas as esferas governamentais, seja
Município, Estado e União. “Esperamos que com as conversas que estamos fazendo
com os diversos níveis de governo e com o bom relacionamento que o setor
produtivo está tendo com os governos, com atendimento dos nossos pleitos que
foram a queda na taxa de juros e a queda no custo da energia, pouco a pouco
vamos botando mais competitividade na economia. A infraestrutura está sendo
renovada, os grandes modais logísticos estão sendo privatizados com uma gestão
mais ativa, mais moderna, sem corrupção e sem uso político. Na região de
Campinas esse grande modal aeroportuário que nós estamos criando aqui, que vai
revolucionar e trazer investimento imenso para toda a região graças à
privatização. Nós estamos sendo ouvidos de pois de muitos anos falando no
vazio”, disse.

Para José Nunes Filho o industrial vive
um pouco do seu passado, pois 2012 foi um ano perdido para a indústria. O
produto interno Bruto (PIB) industrial caiu. “Nós tivemos na nossa região 6.500
perdas de cargos de empregos. Um ano muito difícil que gera desesperança”,
completa.  

A pesquisa de sondagem industrial
verificou ainda que os níveis de estoque em janeiro na relação com o mês de
dezembro se mostraram muito positivos, porém os resultados refletem a
sazonalidade a qual este indicador está sujeito, uma vez que há uma tendência
dos estoques se manterem maiores no mês de dezembro e menores no mês de
janeiro. De qualquer maneira, o bom desempenho das vendas em janeiro pode ter
contribuído para essa redução. Verificou-se recuo de 20 pontos percentuais nas
empresas que assinalaram que seus estoques aumentaram, além de um aumento de 22
pontos percentuais nos respondentes que afirmaram que seus estoques diminuíram,
O mesmo pode ser observado sobre os estoques planejados: 63,3% das empresas
assinalaram que seus estoques se encontravam dentro dos níveis planejados e 20%
que seus estoques estavam abaixo do planejado.

As perspectivas dos empresários em
relação à economia brasileira e ao setor de atuação da empresa apresentaram
ligeiras melhoras. Verificou-se crescimento no número de empresários otimistas
e pessimistas, seja em relação ao setor da empresa, seja em relação à economia
brasileira. No entanto, o crescimento do número de otimistas foi maior. Em
janeiro, 26,7% estão otimistas em relação à economia e 43,3% tem a mesma
opinião sobre o setor de atuação da empresa.

Comércio
Exterior

O saldo da balança comercial das
empresas da Região Metropolitana de Campinas em 2012 apresentou aumento de
12,4% do déficit comercial, ocasionado pelo aumento de 4% das importações e
pela queda de 7,7% das exportações.

A pauta de exportação e a pauta de
importação da Região Metropolitana de Campinas estão concentradas em um número
relativamente pequeno de produtos. Cerca de 50% dos principais produtos
comercializados com o exterior tem destino e origem nos setores de papel e
celulose, automotivo, petroquímico, pecuário e agrícola. A diferença é que os
produtos importados são compostos principalmente por componentes e insumos para
esses setores, enquanto nos exportados há uma maior incidência de produto
acabados.

O destino e a origem das exportações e
importações se diferem bastante entre si. O destino das exportações está bem
diluído entre os principais blocos econômicos, com uma maior participação do
Mercosul, destino de 25% do total de exportações da RMC. Por outro lado, a
origem das importações encontra-se concentrada na Ásia, de onde se importa
metade dos produtos.

O que tem se verificado é que o
empresário de Campinas e região tem cada vez mais optado por produzir cada vez
menos e dando prioridade pela importação do produto pronto. O diretor de
comércio exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, disse que essa tendência
cresce cada vez mais. “A tendência de acontecer com que o empresário deixe de
produzir aqui e passe a trazer o produto pronto é cada vez maior, enquanto a
gente não tiver medidas que possam melhorar cada vez mais a competitividade. Um
dos principais pontos é a grande carga tributária  que a gente tem aqui no Brasil, apesar das
medidas adotadas pela presidente Dilma nessa questão de desoneração da cadeia,
no entanto, a folha de pagamentos e os impostos são muito altos”, explica.

Anselmo Riso aposta na melhoria dos
processos no aeroporto Internacional de Viracopos com a privatização do
terminal aeroportuário sob a administração do Consórcio Aeroportos Brasil
Viracopos S.A. . “Vai ser a melhoria dos processos na região de Campinas. A
gente tem presenciado que com a privatização do aeroporto de Viracopos as
melhorias não só físicas, mas principalmente nos processos estão sendo
estudadas e deverão ser implementadas, então para nós que vivemos de ter uma
logística eficiente entendemos que esse é o momento certo para que a gente
possa terás nossas reivindicações de anos sendo atendidas pela inciativa
privada”, diz.

Foto legenda: Coletiva do Ciesp Campinas
Crédito Roncon & Graça Comunicações

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