EMPRESÁRIOS LIGADOS AO CIESP CAMPINAS AGUARDAM ELEIÇÕES PARA TOMADA DE DECISÕES

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas registrou 350 demissões em agosto de 2018, após registrar 1.100 contratações em julho de 2018. O cenário demonstra que a economia segue frágil e os empresários estão na expectativa dos próximos rumos que o Brasil deve seguir de acordo com a escolha do próximo presidente. A variação do emprego ficou negativa em 0,21%. No ano há um acumulado positivo de 1,20%, representando um aumento de aproximadamente 1.900 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 1,17%, representando um aumento de aproximadamente 1.850 postos de trabalho.

O nível de emprego industrial no Ciesp Campinas no mês de agosto foi influenciado pelas variações negativas de Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos de 2,79%; Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos com 1,43%; Produtos têxteis em 1,20% e Produtos alimentícios com 0,40%.

Para o economista e professor da Facamp (Faculdades de Campinas), José Augusto Ruas, essa oscilação nos níveis de emprego do Ciesp Campinas devem continuar nos próximos meses. “Tem um cenário que não é homogêneo. Parte dos empresários consegue obter resultado positivo. Uma parte está estável. Outra parte está caindo ainda. o mais provável em relação ao emprego é que a gente tenha demissões e contratações oscilando até o final do ano. Com uma expectativa de que a gente feche o ano no campo positivo depois de vários anos no campo negativo.

A pesquisa de sondagem industrial elaborada junto aos associados do Ciesp Campinas pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp, registra resultado positivo para vendas e produção, no entanto, o cenário de investimento de longo prazo, apesar de melhor, segue incerto. Para o diretor titular em exercício do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, toda véspera de eleição os empresários num modo geral ficam com o “pé atrás” esperando qual será o resultado para saber se vai investir ou não. “Nós sabemos que dependendo de quem vai ganhar pode ter um tipo de diretriz, matriz econômica com que vai determinar o futuro da nação. A gente sabe que o Estado não gera riqueza, mas o Estado quando é bem gerido e que tenha uma visão de economia de mercado faz com que o Estado seja rico, então é isso que os empresários estão esperando. Ninguém vai investir nesse momento na incerteza”, pontua.

Para o economista José Augusto Ruas, a economia brasileira encontra sérios problemas a serem resolvidos e qualquer presidente que assuma nesse momento vai ter muita dificuldade. “Talvez seja um dos mandatos que vai ser assumido com mais dificuldades nas últimas décadas. O importante é que tenha consistência na retomada nos indicadores. Eu acho que a economia não se move só nas expectativas. Os empresários e os investidores de maneira geral precisam ter expectativas positivas, mas precisam vislumbrar isso como resultados”, avalia.

José Ruas disse que as vendas tiveram um leve resultado positivo, no entanto, há de se destacar que os custos subiram com a desvalorização do Real. “Subiram os custos de importação. A gasolina e outros combustíveis subiram, o custo da energia também aumentou, então as empresas venderam mais, mas os custos subiram e a lucratividade não sobe”, diz. “Uma proporção maior de respondentes indicou vendas maiores e produção maior.É ainda um quadro bastante dividido. Nós temos cerca de 1/3 dos respondentes indicando que tiveram vendas maiores, mas ainda temos 1/3 indicando vendas menores e 1/3 dizendo que está estável, ou seja, é uma economia bastante heterogênea”, completa.

Comércio Exterior

O Ciesp Campinas apresentou um saldo da balança de comércio exterior deficitário de US$ 686 milhões em agosto de 2018, o que significou um aumento de 14,6% em relação  a agosto do ano passado, quando o déficit foi de US$ 598,7 milhões. As exportações apresentaram elevação de 18,1% passando de US$ 306,4 milhões em agosto de 2017 para US$ 361,7 milhões em agosto de 2018, As importações, por sua vez, apresentaram uma variação de 15,8% passando de US$ 905,1 milhões em agosto de 2017 para US$ 1 bilhão em agosto de 2018.

O diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, disse que há na região de Campinas um grupo de empresas que exportam e tem assim um aumento de vendas com base no comércio exterior. “A alta do dólar favoreceu as empresas exportadoras. A briga da China com os Estados Unidos favoreceu que empresas brasileiras ocupem espaço na própria China para que possam vender, principalmente, produtos alimentícios acabados e na região nós temos empresas que fornecem esses produtos alimentícios”, diz.

O economista José Augusto Ruas também destaca aspectos importantes do comércio exterior. “Olhando para os dados de comércio exterior a gente percebe que as exportações vieram consistentes em agosto. Quase todos os setores cresceram as exportações. As importações cresceram também, o que indica um cenário de crescimento da produção e do consumo”, diz.

O diretor de Comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, fala que a crise da Argentina preocupa bastante. “A crise da Argentina afeta diretamente as exportações brasileiras, principalmente  da região de Campinas porque o mercado argentino é o terceiro mercado das exportações brasileiras  e o segundo mercado da região de Campinas. Nós vamos ter  bastante dificuldade em função da crise que eles estão passando com a taxa dos juros altas, a desvalorização do peso em colocar os nossos produtos dentro do mercado argentino”, conclui.

 

Foto 1 – Terminal de cargas do aeroporto de Viracopos.

Crédito: Divulgação.

Foto 2 – Diretor Titular em exercício do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

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