EMPRESAS DE FACTORING ESTÃO REUNIDAS EM CAMPINAS

Personagem de peso no giro de caixa das micro e pequenas empresas, o
fomento comercial também vem sentindo fortemente os efeitos da crise financeira
que o Brasil atravessa. Em função desta realidade, o Sindicato das Sociedades
de Fomento Mercantil – Factoring do Estado de São Paulo (SINFAC-SP) buscará
respostas ao promover hoje, das 8 às 12 horas, em Campinas, o “V Encontro
Regional dos Empresários de Fomento Comercial”. O evento está acontece no  Palm Hotels & Resorts, que fica na Avenida
Royal Palm Plaza, 277, no Jardim Nova Califórnia, em Campinas.  

O presidente do Sinfac-SP, Hamilton de Brito Junior, disse que a crise
não assusta. “A crise para a Factoring é uma oportunidade. Os melhores anos das
Factorings foram em 2008 e 2009. Aquela crise foi diferente. Foi uma crise de
crédito e foi no mundo inteiro. Naquela época até grandes multinacionais
perderam crédito de suas matrizes e tivemos aqui no Brasil até multinacionais
procurando Factoring porque os bancos também estavam fechados. Agora nós
estamos com um problema um pouco diferente. O crédito existe. Existe uma crise
econômica, mas uma crise econômica motivada por uma crise política. A gente vê
que as medidas que estão sendo tomadas estão na direção certa. Tudo que o
ministro Levy está fazendo parece um saco de maldades, mas é uma necessidade.
Precisa ser feito”, diz.

Para o encontro desta quarta feira foi convidado o economista-chefe da
Boa Vista Serviços, Flávio Estévez Calife, que fará a palestra “Cenário
Econômico com Foco nas Empresas do Setor”, analisando detalhadamente o cenário
econômico do país e como ele deve se refletir nos negócios da área. “Nós
estamos convidando as principais lideranças , as principais Factorings da
região para eles darem a opinião deles. Como que eles estão vendo todo esse
cenário, o momento econômico atual, o que pensam para o segundo semestre, como
que esse cenário está influenciando no negócio, que medidas que a gente tem que
tomar para buscar mais segurança sem perder a rentabilidade, como tentar dar
mais competitividade nesse momento. É um encontro de mercado”, afirma.

Após, empresários da capital e do interior realizarão uma mesa-redonda
para debater as melhores alternativas visando aproveitar as oportunidades e
enfrentar os desafios trazidos pela crise, com a intermediação dos advogados
Alexandre Fuchs das Neves e Ernani Desbesel, ambos especialistas em fomento
comercial. “Nosso setor soma a prestação de serviços à compra de ativos
financeiros provenientes de vendas mercantis e movimenta R$ 130 bilhões
anualmente no país. Este encontro norteará as decisões dos empresários na hora
de colocar suas estratégias em prática, com o objetivo de continuar oxigenando
o caixa das micro, pequenas e médias empresas”, explica Hamilton de Brito
Junior, lembrando que há 1.850 factorings no estado de São Paulo, base
territorial da entidade.

Ele disse ainda que no factoring convencional a garantia é a duplicata
ou o cheque. “Eles tem que ser bons. Uma duplicata boa é que o nosso cliente
tenha um bom histórico de pagamento, que não tenha restrições. Hoje a análise
da parte positiva é muito interessante nos negócios”, destaca.

Hamilton acrescentou que os clientes de Factoring que são os micro, pequenos
e médios empreendedores estão faturando 20% menos numa base já reduzida do ano
passado que foi ano de Copa do mundo e de eleições. “É um momento que a gente
está um pouco apreensivo, mas por outro lado as fontes de crédito estão mais
seletivas, então o pessoal que normalmente tem acesso ao crédito bancário está
perdendo. A partir daí você está com uma chance de ganhar novos clientes, mas é
preciso tomar cuidado porque esses novos clientes você não conhece, diferente
de trabalhar com um cliente durante anos e anos que você já tem uma história.
No entanto, se você trabalhar só com eles naturalmente o seu negócio vai
encolher porque estão vendendo menos e infelizmente essa é a realidade”,
conclui.