EMPRESAS DEVEM SE ADEQUAR ÀS NOVAS REGRAS PARA A SAÚDE MENTAL NO TRABALHO

EMPRESAS DEVEM SE ADEQUAR ÀS NOVAS REGRAS PARA A SAÚDE MENTAL NO TRABALHO

A partir de 25 de maio, empresas de todos os setores precisarão se adequar às novas exigências da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1), que obriga o gerenciamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A medida tem como objetivo prevenir doenças mentais relacionadas às condições de trabalho, como estresse, burnout e ansiedade, com possíveis penalizações para as companhias que não cumprirem as determinações.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, 72% dos trabalhadores brasileiros relatam estar mental e fisicamente esgotados, enquanto 32% apresentam sinais de depressão causados pelo trabalho. Já a Associação Nacional de Medicina do Trabalho estima que cerca de 30% dos funcionários do país sofrem de burnout, uma síndrome resultante do estresse ocupacional contínuo.

Para a advogada trabalhista e especialista em direito sindical, Maria Lucia Benhame, a nova exigência não representa uma mudança radical, mas sim um aprimoramento das normas já existentes. “A NR1 trata do gerenciamento de riscos ocupacionais desde 1978. Embora os riscos psicossociais já fossem contemplados na NR17, a diferença agora está no enfoque para mapear esses riscos de forma mais abrangente e estruturada”, explica. O mapeamento deverá ser conduzido por uma equipe multidisciplinar de segurança e medicina do trabalho, evitando abordagens subjetivas que possam comprometer a precisão dos diagnósticos.

Para especialistas, a adequação à norma vai além do cumprimento de regras; trata-se de uma oportunidade para repensar a cultura organizacional e a liderança. Empresas que investirem em práticas efetivas de apoio à saúde mental terão vantagens na retenção de talentos e no aumento da produtividade.

Maria Lucia ressalta que a segurança do trabalho envolve um conjunto de 38 normas, cada uma focada em um aspecto específico. “A NR1 traz diretrizes gerais, mas as empresas devem olhar para todas as normas relacionadas para garantir um ambiente seguro e saudável”, afirma.

A especialista também destaca que algumas profissões naturalmente apresentam maiores riscos psicossociais, como é o caso da área da saúde, onde o desgaste emocional é elevado devido à lida constante com situações de vida e morte. “O desafio para essas empresas será encontrar soluções realistas para minimizar os impactos desses riscos, sempre com o suporte de profissionais qualificados”, completa.

Diante do novo cenário regulatório, as empresas precisam ir além da obrigação legal e enxergar o investimento na saúde mental como um diferencial estratégico. Aqueles que adotarem práticas eficazes para melhorar a qualidade de vida no trabalho tendem a criar ambientes mais saudáveis, produtivos e sustentáveis, consolidando-se como referência no mercado.

Foto: Advogada trabalhista e especialista em direito sindical, Maria Lucia Benhame.

Crédito: Divulgação.

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