ESPECIALISTA DA ANEFAC ORIENTA SOBRE COMPRAS DE FIM DE ANO E IMPOSTOS

O
presidente do conselho e diretor de economia da Associação Nacional de
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto
Vertamatti, avalia que nas próximas semanas, num quadro de queda de taxa básica
juros, deve ocorrer de forma mais acentuada a agressividade de ofertas para
aquisição de bens e serviços. Os fatores determinantes para o comércio ter
novamente expectativa positiva são o acréscimo de novos hábitos de consumo para
a parcela da população em ascensão econômica e, a política de incentivo ao
consumo que foi fortemente incentivada ao final do governo Lula e continua
agora no governo Dilma.

As
medidas de incentivo ao consumo foram promovidas pelo governo para superação do
quadro mundial de crise que acontece desde 2008. Estes aspectos positivos
precisam ser acompanhados de orientação financeira que permita ao consumidor
gerir as contas pessoais de forma a evitar um endividamento impossível de ser
quitado.

Com
tantas despesas o brasileiro deve estar atento às melhores formas de pagamento,
para não se endividar. “Isto é importante porque além dos gastos para as festas
de final de ano, todo início do ano vem acompanhado de gastos com tributos como
IPVA, IPTU, seguro obrigatório, além da taxa de licenciamento de veículos, bem
como do material e matrícula escolar”, destaca Roberto Vertamatti.

O
presidente do conselho e diretor de economia da Anefac, Roberto Vertamatti,
recomenda muito cuidado com esses tributos, porque o atraso pode significar
nome “negativado” e multas, algumas com 20% do valor do tributo. “Para se ter
uma idéia temos hoje entre impostos, contribuições, tarifas, etc.,
aproximadamente 80 “impostos” diferentes aos quais estamos sujeitos e,
normalmente todos eles muito caros.”, critica Vertamatti.

Ele
orienta que para o contribuinte que realmente tem necessidade de fazer um
empréstimo o recomendado é o consignado, que tem juros ao redor de 25 % ano. Os
bancos têm como garantia a renda mensal (salário), porque esse tipo de
empréstimo é feito com a concordância das empresas. Já no caso dos aposentados
a garantia é o que eles recebem do INSS.

Roberto
Vertamatti também dá algumas orientações 
com relação a essas despesas. No caso do Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU) o parcelamento é indicado somente para quem não tem recursos, mas
sempre lembrando dos juros. Vertamatti recomenda que as pessoas não atrasem com
esse imposto, porque a multa varia de cidade para cidade, mas pode chegar a 20%
do valor mais os juros que vão de 1 a 2 % ao mês.

Já quanto
ao IPVA, o desconto para pagamento à vista pode chegar a 5%, dependendo do
estado. Em caso de parcelamento, Vertamatti orienta para que seja feito em três
vezes. Tirar dinheiro da poupança ou de aplicações com renda fixa para pagar á
vista é uma opção interessante, porque o desconto é maior que o rendimento
dessas aplicações na poupança, que estão girando em torno de 0,42% ao mês, algo
como 5% ao ano, mais a TR que está próxima de zero. “Consideramos aqui a nova
poupança que rende 70% da Selic, regra esta válida a partir de 03 de maio
passado”, diz.

Quanto às
taxas de licenciamento o valor deve ser pago em uma única vez. No caso do DPVAT
ou seguro obrigatório, dependendo do estado, o mesmo poderá ser parcelado em
igual número de parcelas ao IPVA.

Um gasto
importante é a mensalidade escolar. “Se o consumidor tiver algum problema
financeiro e não possa pagar a mensalidade, deve procurar a escola para
negociar a dívida em parcelas”, orienta.

Outro
gasto importante, em especial no início do ano letivo, são os materiais escolares,
livros e uniformes. Uma situação em que os pais devem pesquisar preços e, tendo
disponibilidade de pagamento à vista, pode ainda buscar um desconto adicional,
que pode chegar a 10% ou mais. “Caso não tenha disponibilidade para pagamento à
vista, parcelar em até seis vezes no cartão, mas não atrasar, pois os custos
são da ordem de 230% ao ano.”, afirma o diretor.

Também no
início de ano, muitas escolas cobram a matrícula que muitas vezes acaba pesando
no orçamento em função dos outros gastos de início de ano como IPVA, IPTU,
licenciamento e outros. O recomendado é negociar com a escola um parcelamento
da matrícula.

Outras
despesas são aquelas relacionadas à saúde. Uma boa parte da população
brasileira consegue ter um atendimento razoável em relação à saúde porque, tem
um plano de saúde. “É verdade que alguns planos não atendem todas as demandas
de tratamento, no entanto, ainda é melhor ter um plano do que estar sujeito ao
atendimento público de saúde, caótico em grande parte do nosso país. Neste
sentido é importante não ficar inadimplente com o plano de saúde para não estar
sujeito ao corte no atendimento”, afirma Roberto Vertamatti.

O diretor
lembra que outros gastos necessários com relação à saúde são os remédios que,
muitas vezes, acabam pesando muito no orçamento familiar, em especial dos
aposentados e idosos. Mas, existem programas de fornecimento público de
remédios, uma opção para a falta de recursos.

No caso dos cartões de crédito é importante que se
fuja dessa dívida. “Eu diria
que um endividamento do qual você deve fugir sempre, é o financiamento
relacionado ao cartão de crédito. Os juros são absurdos, estando em média da
ordem de 230% ao ano.”, afirma.

Mesmo que
a pessoa não financie suas dívidas com o crédito rotativo do cartão, o que na
avaliação de Vertamatti é muito bom e saudável, é importante que se tenha cuidado
com as anuidades do cartão. “Tenha sempre em mente e busque alternativas,
negocie com a operadora, para não pagar nenhuma taxa de manutenção do cartão.
Caso o seu cartão não permita retirar a taxa de anuidade, mude de cartão,
negocie com outra operadora”, diz.

Normalmente
os cartões dão crédito pré aprovado para ser utilizado. É importante lembrar
que se tomar este crédito e ou parte dele, é como assumir uma dívida com juros
altíssimos.

Com
relação as tarifas bancárias é necessária uma atenção especial atenção, pois com
a redução dos juros em algumas modalidades de empréstimos, os bancos estão
compensando parte da perda com os juros, com o reajuste das tarifas bancárias.
Esta é uma tendência mundial dos bancos para reforçar suas receitas com a
prestação de serviços. “Verifique com o gerente da sua conta bancária toda a
tabela de tarifas. Negocie para reduzir algumas cobranças ou até eliminá-las”,
sugere.

Roberto Vertamatti também dá algumas informações e
recomendações ao consumidor para algumas compras de fim de ano. O sistema financeiro vem
expandindo cada vez mais o crédito às empresas e às pessoas físicas,
contribuindo assim com o desenvolvimento econômico do Brasil. Este crescimento
do volume de crédito tenderá a se acentuar nos próximos meses e anos em virtude
do crescimento econômico.

Com
crédito os mercados se desenvolvem, as empresas investem, ampliam suas vendas,
geram empregos e as pessoas antecipam a realização de seus sonhos. “Com o
crescimento do crédito é preciso que você saiba como usar o mesmo para melhorar
a sua vida sem gerar problemas”, explica.

Segundo
Vertamatti, primeiramente é importante que a pessoa organize a sua vida
financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de definir quais são as
reais necessidades e, planejar todos os gastos considerando sempre a renda
disponível e não a renda disponível mais crédito, ou seja, os gastos têm que
caber dentro do salário. “Preferencialmente gaste menos do que tem de renda
como forma de fazer uma reserva financeira para fazer frente a eventuais gastos
extras, previstos ou não, ou até para planejar a compra de algum bem no futuro”,
diz.

O
especialista lembra que toda a vez que se gasta mais do que se ganha ou a
pessoa ficará inadimplente e com isso sujeito a todas as conseqüências de ter o
nome “negativado”, não tendo acesso a qualquer tipo de crédito ou terá que
recorrer a empréstimos e assumir o pagamento de juros. “ As taxas de juros se
encontram ainda em patamares elevados no país, seja pelo baixo volume de
crédito disponível que representa hoje 53% do PIB quando a média internacional
passa de 80%, seja pelos custos que incidem na tomada dos créditos”, conclui.
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