ESPECIALISTAS ORIENTAM SOBRE CONFLITO DE GERAÇÕES NAS EMPRESAS

Cada vez mais as organizações estão convivendo com
novas gerações nos ambientes de trabalho e esse espaço de tempo entre gerações
corresponde a 10 anos Identificar, motivar e reter os bons profissionais em um
mundo repleto de opções, possibilidades e diferenças são apenas alguns dos
desafios que as empresas têm enfrentado atualmente. Enquanto alguns querem
estabilidade, outros se preocupam em dar um sentido ao trabalho, com
questionamentos que vão além dos ganhos financeiros, sem falar daqueles que
preferem sempre mudar para enfrentar novos desafios.  As gerações X, Y e,
mais recentemente, a Z, têm imposto uma nova relação com os empregadores, que
passaram a ter que se preocupar não apenas com a produção do seu produto, mas
também com os anseios e interesses de cada profissional de acordo com a sua
geração.

De acordo com a diretora da Business Partners Consulting, Viviane
Gonzalez, essa é a primeira vez que três gerações tão diferentes se encontram
no mercado de trabalho. “Nestes últimos 30 anos, com a velocidade das
informações e a criação constante de novas tecnologias, o mundo mudou muito.
Apesar da diferença de apenas 10 anos entre os profissionais X, Y e Z, as
diferenças, especialmente de comportamento, podem ser gritantes”, explica a
especialista.

A
especialista em desenvolvimento organizacional da IBE-FGV, Rita Ritz, disse que
a convivência de diferentes gerações dentro das organizações sempre existiu,
mas antes este intervalo entre gerações variava entre 20 e 25 anos e hoje de 10
anos. “Cada 10 anos hoje a gente tem uma nova geração, ou seja, é uma geração
de comportamentos e características diferentes da anterior e isso está nas
organizações, então a gente pode dizer hoje que se tem no mínimo, por enquanto
quatro gerações convivendo juntas. Isso nas organizações é novo”, diz   

O
conflito de filosofias, pensamentos e interesses é uma realidade do encontro
das gerações. As diferenças são grandes, mas, segundo a professora, Rita Ritz,
é necessário que tanto as empresas quanto os profissionais identifiquem essas
características. “A maior parte das pessoas já sofreu com adventos em relação à
diferença de gerações. Muitas organizações têm perdido profissionais preciosos
por problemas que poderiam ser resolvidos com simples ajustes”, aponta.

Para
solucionar os problemas a melhor receita é a comunicação. “É preciso conversa e
disposição para aprender de maneira compartilhada. Rotular prejudica em todas
as áreas, inclusive, na produtividade. É importante não deixar a idade
impactar, antes, ela deve acrescentar”, enaltece Rita Ritz.

Rita Ritz
disse que atualmente cinco gerações convivem no mesmo ambiente de trabalho. A
geração com mais de 65 anos, que atualmente mesmo estando aposentada continua
na força produtiva de trabalho. A professora da IBE-FGV disse que esta geração
é mais experiente. “Ela é chamada de geração silenciosa porque foi uma geração
talhada num modelo educacional de obediência. Eu mando e você obedece era assim
antigamente. Nessa faixa etária não tinha espaço para ter opinião, para
questionar e eles levam esse comportamento para organização. Eles são extremamente
dedicados ao trabalho, que é a razão da vida deles. São pessoas que se pautam
pelo dever, então o dever vem antes d prazer”, explica.

Os
nascidos entre 1946 e 1964 são os chamados ‘Baby Boomers’. Eles são os filhos
do pós-guerra, que romperam padrões e lutaram pela paz. São pessoas definidas
por sua profissão e são viciadas no trabalho. Gostam de se sentir valorizadas e
necessárias.

A geração
X  que são os nascidos entre 1965 e 1977
pensa em qualidade de vida, liberdade no trabalho e nas relações. Devido às
crises que enfrentaram, são céticos. Eles trabalham para viver e não vivem para
trabalhar. Com isso, saem e entram nos empregos em função das necessidades da
família. São profissionais que têm mais respeito por competência do que pela
idade ou tempo de serviço na empresa.

A geração
Y  entre 1978 e 1990 cresceu sem o pai e
a mãe em casa, por eles estarem trabalhando. Com isso, tornaram-se extremamente
independentes. É uma geração que cresceu em uma época de valorização intensa da
infância, com internet, computador e educação. Eles sabem trabalhar em rede,
ganharam autoestima e lidam com autoridades como se fossem colegas de turma.
São pessoas que nasceram em tempos de prosperidade, por isso não temem o
desemprego e veem o trabalho como um meio e não como um fim.

A geração
Z, abaixo de 21 anos, é ainda mais imediatista e não gosta de ser ‘contradita’.
Conectado com a modernidade, este grupo de profissionais, formado por jovens
que nasceram nos anos 90, em plena Era Digital, chega para trabalhar esperando
por uma empresa semelhante ao seu mundo, com novas tecnologias, rápida, aberta
a novas ideias, globalizada, agitada e muito criativa. Não é à toa que a letra
que os denomina vem do termo `zapear´, ato de trocar de canal de TV
constantemente pelo controle remoto.

Foto 1 – Especialista em Desenvolvimento Organizacional da IBE-FGV, Rita Ritz.
Foto 2-  Diretora da Business Partners Consulting interior São Paulo, Viviane Gonzalez

 
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