ESTAÇÃO FEROVIÁRIA CENTENÁRIA DE JUNDAÍ SERÁ RESTAURADA E ADEQUADA

A centenária estação ferroviária de Jundiaí (SP), tombada
pelo patrimônio histórico, vai passar por um amplo processo de restauração e
adequação. O projeto executivo está sendo desenvolvido pelo escritório Pedro
Taddei e Associados, e será entregue no mês de julho à Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM). A partir do recebimento do projeto a CPTM poderá realizar
a licitação para que as obras possam começar ainda este ano. O arquiteto Pedro
Taddei disse que o projeto consiste basicamente em adequar a estão atual , que
é uma estação do final do século 19 e que passou por várias mudanças ao longo
do século 20, para uma operação mais conveniente adequando às normas de
operações atuais de trens metropolitanos 
da CPTM. “Todo o sistema de trens metropolitanos da CPTM vem passando
por uma modernização que implica, por exemplo, na alteração dos sistemas de
controle e de automação que implicam numa série de maquinários e cabeamentos
sediados na estação, nas chamadas salas técnicas, onde ficam esses equipamentos
elétricos, eletromecânicos, de telecomunicações, entre outros. Essas salas
técnicas tem que ser inteiramente refeitas. Hoje existe um equipamento disperso
pela área da estação, na sua maioria fora o corpo da própria estação em
bangalôs antigos”, diz.

O arquiteto explica que a ideia é implantar um
sistema de modernização capaz de permitir um aumento da frequência dos trens
melhorando a segurança, a pontualidade e o conforto do usuário. “A linha 7 –
Rubi, que atende a cidade e Jundiaí é uma das que vem recebendo um volume maior
de recursos. A via permanente está sendo toda adequada e reformada desde São
Paulo até Jundiaí. O sistema de alimentação elétrico também está passando pelo
mesmo processo e a CPTM está comprando novos trens”, revela.

Pedro Taddei destacou que o projeto vai readequar
funcionalmente a estação, atendendo às normas de acessibilidade e de restauro,
uma vez que a estação é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional
(Iphan), e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico (Condephaat), e em função disso, para atender as normas
de acessibilidade, a estação terá elevadores, piso tátil para deficientes
visuais e rampas de acesso para cadeirantes, banheiros públicos de uso comum e
outros exclusivos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “Estamos
realizando um verdadeiro trabalho de arqueologia e descobrindo partes da
história da estação que foram alteradas com o tempo”, afirma.

Taddei informa que esses detalhes para atender as
normas de acessibilidade foram estudados para não alterar as características da
construção e passaram por aprovação do Iphan e do Condephaat.

A passarela metálica que permite o acesso de uma
plataforma de embarque a outra data de 1895 e foi construída em aço importado
da Inglaterra e da Escócia. Para garantir a acessibilidade de idosos e pessoas
com necessidade especiais à plataforma central, foram projetados e conectados a
ela dois elevadores fechados com vidro transparente.

Outra melhoria que não irá alterar a construção
será a instalação de cobertura em vidro na extensão das plataformas de
embarque. A edificação que fica ao lado da antiga Casa do Chefe receberá uma
construção interna para abrigar o maquinário necessário para o funcionamento
das composições mais modernas, como equipamentos de controle, sinalização e de
abastecimento de energia. Com as obras, a área construída total da estação será
ampliada, passando de 3.215 m² para 4.068 m².

O projeto de restauro prevê a reserva de espaço
para a exposição permanente de detalhes históricos da estação que foram
alterados ao longo do tempo. As diretrizes adotadas no projeto de restauro e
adequação, desenvolvido em parceria com a arquiteta Maria Luíza Dutra, têm por
objetivo recuperar a integridade física do conjunto edificado, a partir da
eliminação das causas de deterioração verificadas no Diagnóstico e seu correto
tratamento; preservar a tipologia construtiva, conservando-a como documento
autêntico de sua data de construção, ao mesmo tempo em que preserva as
alterações decorrentes das mudanças tecnológicas do transporte ferroviário que
se incorporaram à história da Estação.

A proposta visa recuperar a qualidade estética do
conjunto, eliminando acréscimos e alterações espúrias, restaurando os padrões
de acabamento das fachadas e de seus componentes e reconstituindo elementos perdidos.
Para todas essas ações, os arquitetos dispõem de documentação adequada.
 E, ainda, prevêem a introdução de novos elementos que deverão se
harmonizar ao conjunto existente utilizando recursos, tecnologia e materiais
contemporâneos e a valorização do conjunto por meio do tratamento adequado de
seu entorno e da recuperação de sua visibilidade.
Foto -Arquiteto Pedro Taddei
Crédito – Divulgação
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