O Brasil vive um verdadeiro boom no setor de Inteligência Artificial (IA). Segundo a nova edição do estudo “CNPJs do Brasil”, divulgado pela BigDataCorp, maior datatech da América Latina, o número de empresas com “IA”, “Inteligência Artificial” ou termos semelhantes no nome cresceu 857% entre 2023 e 2025. Em apenas dois anos, o país saltou de 142 para 1.209 novos CNPJs ligados ao tema, totalizando mais de 2 mil empresas com esse perfil atualmente.
Esse crescimento acompanha uma tendência global de entusiasmo em torno da tecnologia, também refletido no número de domínios com terminação “.ai” — muito utilizados por empresas do setor. Globalmente, esses registros saltaram de pouco mais de 31 mil em 2021 para quase 423 mil em 2025, um crescimento de mais de 13 vezes em apenas quatro anos.
No Brasil, a movimentação também é intensa. De 86 empresas com CNPJs voltados à IA em 2021, o número saltou para mais de 1.200 em 2025, demonstrando que a inteligência artificial deixou de ser uma promessa futura e passou a integrar o presente dos negócios nacionais.
Hype ou maturidade?
Apesar dos números impressionantes, o CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, alerta para os riscos do otimismo desenfreado. “Vivemos hoje um ciclo claro de hype em torno da Inteligência Artificial. Há muitas empresas sendo abertas com ‘IA’ no nome, mas isso nem sempre significa maturidade de mercado”, analisa.
Ele compara o momento atual à bolha da internet dos anos 2000, quando o simples uso do sufixo “.com” conferia status de inovação. “A tendência é que, nos próximos anos, boa parte dessas empresas não sobreviva — seja por falta de tração, consolidação do setor ou por modelos de negócio insustentáveis”, completa.
Concentração geográfica e disparidade regional
A distribuição das empresas de IA no território brasileiro é desigual. São Paulo e Distrito Federal concentram juntos 47% dos CNPJs do setor, embora representem apenas 33% das empresas do país. São Paulo se destaca ainda mais quando o critério é capital investido: 83,79% do montante total está em empresas paulistas, com uma média de mais de R$ 800 mil por CNPJ.
O Distrito Federal também apresenta números expressivos: apesar de representar apenas 1,79% das empresas brasileiras, abriga 4,78% das companhias de IA, com média de capital superior a R$ 200 mil por empresa.
Na contramão, estados das regiões Norte e Nordeste ainda têm uma presença tímida no setor. Alagoas, Piauí, Roraima e Tocantins concentram menos de 0,7% do capital investido no país. A exceção é o Maranhão, que, apesar do número reduzido de empresas, apresenta uma média de investimento superior a R$ 100 mil por CNPJ.
Nova fase do ecossistema de tecnologia
Para Thoran Rodrigues, o avanço sinaliza uma transformação estrutural no ecossistema tecnológico brasileiro. “A Inteligência Artificial deixou de ser uma aposta futura e passou a fazer parte da realidade de negócios de todos os tamanhos. O aumento no número de empresas e no capital investido mostra que o país está se posicionando de forma relevante nesse novo ciclo tecnológico”, conclui.
Fundada em 2013, a BigDataCorp é a maior datatech da América Latina e uma das líderes mundiais em estruturação de dados. A empresa brasileira opera um dos maiores sistemas de coleta de informações públicas do mundo, com mais de 1,5 bilhão de fontes analisadas globalmente. São mais de 100 petabytes de dados tratados diariamente, oferecidos por meio de sua Plataforma de Dados, utilizada por empresas de todos os portes.
A BigDataCorp também desenvolveu dois aplicativos baseados nessa plataforma: o BigID, voltado para validação de identidade e prevenção a fraudes, e o BigMarket, que fornece estudos de mercado e índices econômicos baseados em dados alternativos. A sede da companhia fica no Rio de Janeiro, com escritórios também em São Paulo.
Foto: CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues.
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