
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo e, no Brasil, representa um em cada três diagnósticos no público feminino. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a expectativa é que até 2025 sejam registrados cerca de 74 mil novos casos anuais no país. Apesar de apresentar taxas de cura superiores a 95% quando identificado precocemente, o tratamento ainda traz desafios importantes, como o impacto irreversível na fertilidade.
Uma pesquisa publicada na revista científica JAMA Oncology (Marklund et al., 2020), conduzida por pesquisadores do Karolinska Institutet e Karolinska University Hospital, na Suécia, mostrou que mulheres que preservam os óvulos antes do tratamento contra o câncer de mama têm mais que o dobro de chances de engravidar após a cura. O estudo acompanhou 425 pacientes que recorreram ao congelamento de óvulos e outras 850 que não realizaram o procedimento. Após dez anos, 40,7% das primeiras tiveram filhos, contra apenas 15,8% do segundo grupo. Importante destacar que a taxa de sobrevida global foi semelhante entre as duas populações, confirmando que a preservação da fertilidade não compromete a segurança oncológica.
Corrida contra o tempo

Segundo o ginecologista e especialista em reprodução assistida Dr. Carlos Petta, diretor da Clínica Fertilidade & Vida, em Campinas (SP), o congelamento de óvulos deve ser considerado uma etapa crucial no planejamento terapêutico das mulheres diagnosticadas com câncer de mama. “Ouvir a notícia de que se tem câncer choca e desnorteia. Muitas mulheres que ainda não têm filhos acabam se conformando com a ideia de que não serão mães, já que salvar a vida é a prioridade. Mas é justamente nesse momento que entra a necessidade urgente de preservar os óvulos antes da quimioterapia, porque o tratamento destrói as células ovarianas e pode até induzir uma menopausa precoce”, afirma.
O processo de criopreservação leva em média 12 dias e pode ser realizado em paralelo à fase inicial de diagnóstico, enquanto a paciente passa por exames, biópsia e definição do plano oncológico. “A quimioterapia é tóxica para tudo o que envolve divisão celular rápida no corpo — óvulos, embriões, mucosas. Aproveitar esse intervalo significa ter uma chance real de realizar o sonho da maternidade após o câncer”, explica o especialista.
Além da idade: fatores que afetam a fertilidade

Outro alerta importante, segundo Dr. Petta, é que a qualidade dos óvulos não depende apenas da idade da mulher. Estilo de vida, estresse, má alimentação, noites mal dormidas, exposição à poluição e sedentarismo podem comprometer a fertilidade feminina e também aumentar o risco de câncer de mama. “É fundamental que o oncologista se coloque no lugar da mulher. Quando ela estiver curada, vai querer retomar a vida e pode desejar ter filhos. Precisamos pensar não apenas na cura do câncer, mas também nos sonhos e conquistas pós-câncer”, reforça.
Referência em reprodução assistida
Fundada em 2016 pelo Dr. Carlos Alberto Petta, a Clínica Fertilidade & Vida é referência em Campinas e região no atendimento a mulheres e casais que desejam preservar ou conquistar a fertilidade. Com centro cirúrgico próprio, laboratório de Fertilização in Vitro equipado com inteligência artificial e recursos avançados de criopreservação, a clínica atua em áreas como congelamento de óvulos, fertilização in vitro, inseminação intrauterina e tratamento da endometriose.
A equipe multidisciplinar, liderada por Dr. Petta e pela embriologista Raquel Cossiello, une ciência, tecnologia e acolhimento no apoio às pacientes que sonham em formar uma família — mesmo após enfrentarem o câncer de mama.
Foto 1 – Dr. Carlos Petta e Raquel Cossiello em laboratório de Fertilização in Vitro.
Crédito: Divulgação.
Foto 2 – Dr. Carlos Petta, diretor da Clínica Fertilidade & Vida.
Crédito: Rafael Marini.
Foto 3 – Especialista realiza procedimento de congelamento e armazenamento de óvulos.
Crédito: Divulgação.
