
Na última sexta-feira (23/05), o IBEF Campinas Interior Paulista (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) promoveu um evento de grande relevância para o meio corporativo: “Carreira Executiva e Conselhos”, reunindo mais de 90 executivos, conselheiros e líderes empresariais no Vitória Hotel Concept, em Campinas (SP). O encontro foi marcado por reflexões profundas sobre os desafios e transformações da carreira executiva, a importância crescente dos conselhos nas organizações, além da expansão da governança corporativa, especialmente nas empresas familiares.
Com mediação de Adriana Moura, Sócia Líder de Governança, Riscos e Compliance na Grant Thornton Brasil, o evento contou com um painel de especialistas de peso: Claudia Coral, Vice-presidente do Conselho de Administração da Galena Farmacêutica; Cristina Tuna, Conselheira em empresas como Davene e Casa KM e professora do IBGC; Sandra Comodaro, advogada e fundadora do Grupo Conselheiras; e Sergio Simões, sócio sênior da EXEC e professor de Governança Corporativa.
Conselhos como pilares do futuro das empresas

Durante o debate, Sergio Simões ressaltou a importância dos conselhos, sobretudo os independentes, no fortalecimento da estratégia e da sustentabilidade dos negócios. “O conselheiro independente traz uma visão externa, desafia o pensamento vigente e contribui para que a empresa pense a longo prazo”, disse. Segundo ele, o mercado de conselheiros está em franca expansão, com aumento da demanda por perfis com experiência prática, visão estratégica e alinhamento de valores.
Simões também destacou a necessidade da governança nas empresas familiares, cada vez mais pressionadas por desafios como sucessão, entrada e saída de sócios e necessidade de liquidez. “Essas empresas estão migrando de uma gestão familiar para um modelo de controle familiar, com maior profissionalização”, explicou.
Governança personalizada: uma questão de identidade empresarial

Adriana Moura trouxe à tona a diversidade de modelos possíveis para a implantação de um sistema de governança. “Não existe uma estrutura padrão. Cada empresa deve adotar o modelo que melhor se encaixa à sua realidade e cultura organizacional”, destacou. Em sua visão, a flexibilidade e o entendimento profundo do negócio são essenciais para o sucesso da governança.
O olhar estratégico do conselho

Cristina Tuna reforçou que o papel do conselheiro vai além da supervisão: ele precisa preparar a empresa para o futuro. “É fácil se perder no curto prazo. A função do conselho é sinalizar o futuro, alinhar expectativas dos acionistas e criar as condições para que a empresa se capitalize frente às transformações do mercado”, afirmou. Para ela, a governança corporativa ainda é pouco compreendida por empresas familiares, muitas vezes confundida com burocracia. “Na realidade, ela é como um trilho para o trem: estrutura, direciona e dá velocidade”, completou.
Sucessão e profissionalização nas empresas familiares

Claudia Coral apontou que a construção de um conselho deve ser gradual. “Começa-se com um conselho ‘construtivo’, passa-se ao consultivo, e em alguns casos se chega ao deliberativo. Isso depende do grau de amadurecimento da empresa e dos próprios acionistas”, explicou. Ela destacou ainda que a profissionalização é etapa obrigatória para empresas que pensam em crescer ou mesmo em se preparar para uma sucessão familiar ou venda futura. “O dono precisa aprender a ‘soltar’ e confiar nos gestores. Sem isso, o negócio não evolui”, disse.
Mulheres nos conselhos: diversidade e impacto

Fundadora do Grupo Conselheiras, Sandra Comodaro compartilhou os avanços da iniciativa criada para ampliar a presença feminina em conselhos, com foco em diversidade de gênero, etarismo, experiência e formação. “Criado em 2022, o grupo já reúne mais de 2.100 profissionais, incluindo sucessoras de empresas familiares, com atuação nas maiores companhias do país”, afirmou.
Ela também comentou sobre o impacto da nova regulação da B3, que estabelece 30% de mulheres em conselhos de empresas de capital aberto. “Saltamos de 8% para 17% em poucos anos. E vem mais por aí: uma nova lei está prestes a ser aprovada no Senado, exigindo o mesmo percentual para estatais”, revelou.
Um evento de inspiração e transformação
Para a primeira vice-presidente do IBEF Campinas Interior Paulista, Élica Martins, o evento superou as expectativas. “Foi uma troca extremamente rica. Os palestrantes foram didáticos, diretos e generosos ao compartilhar experiências reais. Saímos com mais conhecimento e visão ampliada sobre as carreiras e a governança corporativa”, afirmou.
O evento “Carreira Executiva e Conselhos” reforçou o papel do IBEF Campinas como catalisador de conhecimento estratégico e desenvolvimento de lideranças. O debate proporcionou conexões qualificadas, provocou reflexões profundas e inspirou novos caminhos para empresas que buscam longevidade e transformação.
Foto 1 – Especialistas participantes do evento “Carreira Executiva e Conselhos”.
Foto 2 – Sergio Simões, sócio sênior da EXEC e professor de Governança Corporativa.
Foto 3 – Adriana Moura, Sócia Líder de Governança, Riscos e Compliance na Grant Thornton Brasil.
Foto 4 – Cristina Tuna, Conselheira em empresas como Davene e Casa KM e professora do IBGC.
Foto 5 – Claudia Coral, Vice-presidente do Conselho de Administração da Galena Farmacêutica.
Foto 6 – Sandra Comodaro, advogada e fundadora do Grupo Conselheiras.
Crédito: Divulgação.